Publicado em 15 de agosto de 2024 às 14:59
O governo federal pretende lançar até março de 2025 o edital de um novo Concurso Nacional Público Unificado (CNPU), o Enem dos Concursos.>
A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, diz à reportagem que a ideia é fazer as provas novamente em agosto do ano que vem, mês em que as chuvas geralmente estão mais controladas em todo o país.>
O governo ainda vai fazer um balanço do resultado do primeiro concurso unificado, que será realizado neste domingo (18), três meses após o adiamento das provas devido às enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul.>
O concurso deste ano é o maior da história do país, com 6.640 vagas em 21 órgãos públicos. As provas serão realizadas em 228 cidades, incluindo todas as capitais. Ao todo, são 2,1 milhões de inscritos.>
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A ministra prevê o preenchimento de cerca de 7.000 vagas, entre novas autorizações para concursos e a chamada de excedentes de concursos já realizados (que ficam em cadastro de reserva).>
A quantidade exata de vagas dependerá do balanço que o governo fará entre provimentos adicionais a partir dos concursos já feitos ou para conceder novas autorizações, conforme a demanda dos órgãos. A decisão também será tomada de acordo com o espaço fiscal no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025.>
A proposta orçamentária ainda está em fase de elaboração pela equipe econômica para ser encaminhada no final de agosto ao Congresso Nacional.>
Segundo Dweck, parte dos servidores selecionados pelo concurso de 2025 vai tomar posse no mesmo ano, e outra, no ano seguinte. "Vamos autorizar o concurso ano que vem, e as pessoas vão acabar entrando em 2026", diz.>
Com a estratégia de chamar candidatos excedentes, o governo já reservou no primeiro concurso unificado deste domingo uma lista de espera com mais de 13 mil nomes, chamada pelo órgão de banco de candidatos.>
A ideia da Gestão é ter concorrentes classificados e preparados para ocupar vagas futuras que surgirem ao longo do tempo. O banco será similar ao que ocorre hoje com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).>
Com a entrada de novos servidores, as reestruturações de carreiras e os reajustes salariais acordados com as categorias, a ministra prevê um aumento no gasto com servidores civis de, no máximo, 0,15 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB) até 2026.>
Segundo Dweck, o ano de 2024 será de queda das despesas da folha em relação ao PIB porque não houve concessão de reajustes salariais, e o ingresso de novos servidores foi adiado.>
A queda será recomposta nos próximos dois anos, com os reajustes acertados e a nomeação de servidores. "Mas nada que gere um grande impacto. Foi tudo combinado com a Junta Orçamentária. Ficamos dentro do nosso espaço para reajuste de carreiras, o que não foi fácil", diz a ministra, que é uma das integrantes da Junta de Execução Orçamentária (JEO), colegiado de ministros que define as diretrizes para a execução do Orçamento.>
Nos quatro anos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a média do reajuste salarial ficará em cerca de 30%, de acordo com os dados apresentados pela ministra. "Não recupera todas as perdas anteriores que houve, principalmente, para algumas carreiras, desde 2017 a 2023, e outras de 2019 a 2033. Mas recupera uma parte, sim, da perda real, que foi o período que ficou sem nenhum reajuste", ressalta.>
Dweck projeta uma abertura de 21 mil vagas até 2026, entre concursos autorizados ainda no governo de Jair Bolsonaro (PL) e já na gestão atual de Lula. "Para o ano que vem, a gente está prevendo chamar excedentes dos concursos autorizados. Está tudo dentro [da previsão], exceto universidades e institutos federais, que têm uma regra própria", afirma.>
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