> >
Guerra no MDB: Jucá quer entendimento entre Lelo e Marcelino Fraga

Guerra no MDB: Jucá quer entendimento entre Lelo e Marcelino Fraga

Em Vitória, presidente nacional do partido pregou conciliação entre os dois ex-deputados federais, que se digladiam pelo comando do MDB no espírito Santo

Publicado em 21 de agosto de 2019 às 22:39

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura

Em visita rápida a Vitória nesta quinta-feira (8), o ex-senador Romero Jucá, presidente nacional do MDB, comentou o impasse na disputa pelo comando estadual do partido. Adotando discurso pacificador, Jucá diz estar se empenhando para promover a conciliação entre os dois emedebistas que concorrem à presidência da sigla no Espírito Santo: o ex-deputado federal Lelo Coimbra, atual presidente estadual do MDB, e o do também ex-deputado federal Marcelino Fraga, que quer voltar a dirigir o partido no Espírito Santo.

"Já conversei com Lelo. Já conversei com Marcelino. Pretendo conversar com alguns prefeitos também. Acho que é possível [um entendimento e uma chapa consensual]. Se a gente não acreditasse que isso é possível, a gente não acreditava na política. Já conversei com todos os lados. E a gente agora vai começar a buscar convergências, no sentido de ter a condição de poder construir algo que fortaleça o MDB já para a disputa das eleições municipais do ano que vem."

Jucá nega estar apoiando um lado ou outro, mas evita a palavra "neutralidade". "Neutro não. Estou buscando convergir. Me dou bem com todo mundo aqui."

As declarações foram dadas por Jucá na saída do Palácio Anchieta, no início da tarde desta quinta-feira, após o ex-senador almoçar com o governador Renato Casagrande (PSB). Durante o almoço, o tema MDB foi abordado – segundo Casagrande, de passagem.

Nos bastidores, há a especulação de que o governador Renato Casagrande poderia ter interesse no retorno de Marcelino à presidência do MDB-ES e que o secretário de Governo, Tyago Hoffmann (PSB), também presente no almoço, estaria apoiando a chapa dele.

Casagrande negou qualquer interferência por parte do Palácio Anchieta nas questões internas do MDB.

"Falamos [sobre isso], mas assim: a decisão do MDB aqui é do MDB, tá certo? Não tem nenhuma interferência do governo. Aquilo que o MDB decidir aqui, para nós, está de bom tamanho."

CONTEXTO: LELO X MARCELINO

A princípio, o MDB deveria ter realizado convenção estadual no dia 30 de junho. Havia duas chapas inscritas: a de Lelo e a de Marcelino. Mas, provocada pelo grupo de Lelo, a Executiva nacional do MDB, comandada por Jucá, interveio no processo local: cancelou a convenção e instituiu uma comissão executiva provisória no Espírito Santo, a qual permanece sob o comando de Lelo.

O grupo de Marcelino protesta e reivindica convocação de nova convenção, com a eleição de uma nova direção estadual pelo voto direto dos convencionais. Jucá sinalizou que não pretende manter a comissão provisória em definitivo.

"A comissão provisória é provisória. A posição do partido é ter diretórios definitivos. Ainda mais um diretório que comanda um Estado. É importante que haja previsibilidade, que haja condições de as pessoas saberem o que vai acontecer. Então, sem dúvida alguma, acredito num entendimento, e estamos trabalhando para isso."

PREOCUPAÇÕES COM BOLSONARO

Casagrande e Jucá também aproveitaram o encontro para fazer uma análise da conjuntura nacional. Segundo o governador, eles compartilham preocupações com relação ao governo Bolsonaro.

“O nosso assunto principal foi política nacional, avaliação do governo Bolsonaro e de declarações do presidente Bolsonaro, da dificuldade da economia. Mesmo com a aprovação da reforma previdenciária, a economia tende a ser fraca ainda este ano. E, se não tiver outras medidas, a economia vai crescer muito devagar. Ele também está preocupado. Concordamos nisso. Achamos que tem iniciativas boas na área econômica, mas tem muitas instabilidades políticas.”

Por sua vez, Jucá destacou a boa relação com Casagrande e defendeu uma aproximação entre PSB e MDB num “espectro de defesa da democracia”.

“Tenho uma relação de amizade grande que eu tenho com o governador. Fomos senadores juntos [de 2007 a 2010]. Eu sou presidente do MDB. Ele, uma figura importante do MDB. Acho que os partidos políticos têm que conversar, para a gente construir de certa forma um espectro que defenda a democracia, liberdades, direitos individuais e coletivos. Essa é uma linha também do PSB que o MDB comunga das mesmas posições.”

Este vídeo pode te interessar

Jucá citou "preocupações", como a agenda econômica nacional e a reforma tributária que começa a tramitar no Congresso Nacional.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais