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Espírito Santo pode puxar fila da inovação no Brasil, diz Waengertner

Pedro Waengertner, CEO da aceleradora ACE, acredita que o Espírito Santo conseguirá, em três anos, desenvolver um ecossistema robusto de inovação

Publicado em 08/05/2022 às 02h00
Pedro Waengertner é CEO da ACE, aceleradora que vai trabalhar com as startups que receberão aportes do Fundo Soberano
Pedro Waengertner / ACE. Crédito: Divulgação/Bandes

Pedro Waengertner é CEO da aceleradora ACE, de São Paulo. Ele vai atuar ao lado da gestora TM3 na seleção de startups que receberão aportes do Fundo de Investimentos em Participações do Governo do Espírito Santo (Funses 01). Uma aceleradora atua no começo da jornada da nova empresa, orientando os empreendedores. Ele tem muito conhecimento na área, já está de olho no mercado local, ficou muito bem impressionado com Vitória e acredita que em três anos o Estado terá um ecossistema importante de inovação, com destaque nacional.

Qual é o potencial aqui do Espírito Santo?

Tem muito talento empreendedor por aqui. Prova disso é que já vimos empresas como a Wine e PicPay, empresas muito boas, de impacto nacional. Claramente existe talento, o que talvez falte seja o interesse ou o apoio para ajudar esses empreendedores no início da jornada e as referências que inspiram. A gente sabe que ainda existe a presença muito forte do poder público, de profissões tradicionais, ou seja, os caminhos de carreira não são prioritariamente voltados ao empreendedorismo como vemos em outros lugares. Temos que, além de ajudar, inspirar.

Vocês falam muito na criação do ecossistema. Nós temos aqui iniciativas como o Base 27, Findes Lab...

...Sem dúvida é por aí. Todas essas iniciativas ajudam a criar aquilo que chamamos de densidade. Se todos trabalharem com esse mesmo objetivo, vamos conseguir levar o Estado para outro patamar.

Em questão de dias teremos as primeiras empresas que receberão os aportes do fundo. Já dá para antecipar alguma coisa?

Já estamos olhando várias empresas. Começamos esse trabalho há alguns meses, conhecendo os empreendedores que estão aqui. Ficamos positivamente surpresos com a qualidade de alguns times que a gente viu e com algumas empresas. Tem muita coisa na área de óleo e gás, na logística, tem empresa que trabalha com plataforma para inovação... São empreendedores dos mais variados segmentos. A forma como fomos recebidos por eles também nos dá muito otimismo, afinal, vários deles estavam literalmente fora do circuito de investimentos e agora terão acesso a isso.

O fundo também possibilita aporte em empresas que queiram vir para o Estado. Como está isso?

Veja o caso de Florianópolis, que tem muitas similaridades com Vitória. Aquilo virou um hub (concentrador), com muitas pessoas de fora. Para criarmos um ecossistema pujante, temos que combinar talentos de fora com talentos de dentro. Vamos estimular que talentos descubram Vitória como opção.

E já há interessados?

Já há interessados de fora e creio que isso só vá aumentar daqui para frente. Pense o seguinte: hoje as pessoas podem trabalhar de qualquer lugar. Qual o motivo de não ser num lugar maravilhoso como Vitória?

Quando esse ecossistema vai começar a florir no Estado? O que vai acontecer nos próximos anos por aqui?

Eu acho que em três anos já teremos um impacto considerável no ecossistema local. Me refiro a volume de startups operando e empreendedores buscando o Espírito Santo para instalar seus negócios. E acho que teremos ótimas surpresas com quem ainda nem começou a empreender ainda, mas vai se inspirar com o que vai acontecer!

O Espírito Santo tem condição de puxar a fila no Brasil?

Se olharmos o que o Espírito Santo já fez, olha para PicPay e Wine, que são líderes, eu acho que é uma questão de tempo. Muita gente não associa o PicPay ao Espírito Santo. Temos que mostrar que se trata de uma empresa local e envovê-la no projeto, assim como a Wine.

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