Publicado em 26 de maio de 2020 às 15:24
Alvo de mandado de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (26) o governador do Rio, Wilson Witzel, classificou a operação como um ato de perseguição política do presidente Jair Bolsonaro por meio da Polícia Federal. Em pronunciamento no Palácio Laranjeiras, sua residência oficial, ele chamou o presidente de fascista e disse que o senador Flávio Bolsonaro deveria estar preso. >
Ao afirmar que é inocente e que está indignado com a operação - que apreendeu, por exemplo, seus celulares -, Witzel disse que o País é governado por um presidente que, além de ignorar o perigo do coronavírus, inicia perseguição política contra aqueles que considera inimigos. "Não abaixarei minha cabeça, não desistirei do Estado do Rio e continuarei trabalhando para uma democracia melhor, continuarei lutando contra esse fascismo que está se instalando no País, contra essa ditadura de perseguição.">
Numa atitude rara - relacionar sua eleição em 2018 com a de Bolsonaro -, afirmou ainda que o presidente pretende ser um ditador. "Não permitirei que esse presidente que ajudei a eleger se torne mais um ditador na América Latina.">
Segundo Witzel, a PF engaveta inquéritos contrários ao presidente e age com celeridade em casos que investigam adversários políticos dele. Foi neste contexto que o governador alegou que Flávio Bolsonaro deveria estar preso.>
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"O senador Flávio, com todas as provas que já temos contra ele - dinheiro em espécie depositado em conta corrente, lavagem de dinheiro, bens injustificáveis -, já deveria estar preso", disse. " A PF deveria fazer o seu trabalho com a mesma celeridade que faz aqui no Rio porque o presidente acredita que estou perseguindo a família dele. E ele só tem essa alternativa de me perseguir politicamente.">
O governador fez um comentário que tem referência indireta ao ex-governador Sérgio Cabral, ao alegar que não foram encontrados dinheiro e joias no Palácio Laranjeiras, um dos locais alvos da operação. Ao todo, foram cumpridos mandados em 12 endereços, que incluem ainda a casa pessoal do mandatário e o escritório da primeira-dama Helena Witzel.>
Essas "narrativas fantasiosas, investigações precipitadas", apontou Witzel, serão desmentidas no Superior Tribunal de Justiça, que teria sido induzido ao erro quando autorizou os mandados.>
"O que aconteceu comigo vai acontecer com outros governadores considerados inimigos", disse.>
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