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'Tenho consciência que extrapolei meus próprios limites éticos', admite deputado

"Tenho consciência que extrapolei meus próprios limites éticos", admite deputado

Otoni de Paula admitiu ter extrapolado "limites éticos" ao chamar de "déspota" o ministro do STF, Alexandre de Moraes

Publicado em 6 de agosto de 2020 às 08:54

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O deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ)
O deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) e o presidente Jair Bolsonaro. (Reprodução Twitter)

O deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) admitiu nesta quarta-feira (5), ter extrapolado "limites éticos" ao chamar de "déspota" o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi dita após a Justiça de São Paulo ordenar a exclusão de seis vídeos do parlamentar que ataca o magistrado, que conduz o inquérito que o investiga por esquema de financiamento de atos antidemocráticos.

Os vídeos publicados pelo deputado foram divulgados após Moraes determinar a soltura do blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, outro alvo do inquérito dos atos antidemocráticos. Moraes decretou a proibição do uso de redes sociais ao blogueiro, medida que levou Otoni a classificar o ministro como "déspota".

"Tenho consciência de que, ao manifestar-me em defesa do jornalista Oswaldo Eustaquio, extrapolei meus próprios limites éticos ao adjetivar o ministro de forma que deselegante. Tirando esse fato, no qual peço desculpas publicamente ao ministro, não considero que nenhuma das minhas falas ou postagens tenham o mesmo cunho de agressividade, e sim refletem o meu livre e sagrado direito de expressão", afirmou Otoni de Paula. "Também não acredito que serei perseguido pelo ministro por um erro, não de conteúdo, mas de adjetivação".

Nesta quarta, o juiz Guilherme Madeira Dezem, da 44ª Vara Cível de São Paulo determinou a exclusão de seis vídeos do deputado. A decisão foi tomada em ação movida por Moraes contra o parlamentar em São Paulo. De acordo com o juiz Dezem, a "liberdade de expressão é o valor dos mais caros nas democracias liberais". "No entanto, isso não significa que a prática de atos criminosos esteja abarcada por ela", disse.

As mesmas gravações levaram a Procuradoria-Geral da República a denunciar criminalmente o deputado por difamação, injúria e coação contra Moraes. A peça assinada pelo vice-procurador-geral da República Humberto Jacques de Medeiros afirma que o deputado teria utilizado "violência moral e grave ameaça" para coagir Moraes a beneficiar a si próprio e a Oswaldo Eustáquio no curso das investigações, além de ofender a dignidade e o decoro do ministro.

"As expressões intimidatórias utilizadas pelo denunciado escapam à proteção da imunidade parlamentar e atiçam seus seguidores nas redes sociais, de cujo contingente humano já decorreram investidas físicas contra o Congresso e o próprio Supremo", afirmou Medeiros.

COM A PALAVRA, O DEPUTADO OTONI DE PAULA

"Tenho consciência de que, ao manifestar-me em defesa do jornalista Oswaldo Eustaquio, extrapolei meus próprios limites éticos ao adjetivar o ministro de forma que deselegante. Tirando esse fato, no qual peço desculpas publicamente ao ministro, não considero que nenhuma das minhas falas ou postagens tenham o mesmo cunho de agressividade, e sim refletem o meu livre e sagrado direito de expressão. Também não acredito que serei perseguido pelo ministro por um erro, não de conteúdo, mas de adjetivação" , afirma o deputado Otoni de Paula.

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