Publicado em 29 de maio de 2021 às 10:40
O Ministério da Saúde publicou uma nota técnica nesta sexta-feira (28) com novas orientações para a vacinação contra Covid-19. O documento define uma ordem de prioridade para vacinar trabalhadores de educação no país e, na sequência da imunização desse grupo, libera estados e municípios para oferecerem doses também por faixa etária a pessoas com menos de 59 anos sem comorbidades >
A abertura dada pela pasta para que cidades iniciem a vacinação da população em geral, fora dos grupos prioritários, foi aprovada em reunião do ministério com secretários estaduais e municipais de Saúde. >
O documento desta sexta oficializa essas mudanças e, ao mesmo tempo, tenta organizar a vacinação dos professores e demais funcionários de redes de ensino. >
Doses de vacinas a trabalhadores da educação já vinham sendo oferecidas em alguns estados e municípios, mas ainda não havia uma orientação nacional sobre o tema para completar essa estratégia em todo o país. >
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Segundo a nota técnica do Ministério da Saúde, a previsão é que a vacinação desse grupo priorize os envolvidos no ensino de alunos mais jovens. O documento orienta que a campanha de imunização ocorra com base na seguinte fila de prioridade: creches, pré-escolas, ensino fundamental, ensino médio, profissionalizantes e EJA, seguidos por trabalhadores da educação do ensino superior. >
A estratégia deve ser iniciada ainda enquanto as cidades terminam a vacinação de outros públicos, como pessoas com doenças preexistentes, segundo o ministério. >
A pasta justifica a medida pelos "impactos sociais ocasionados pela Covid-19 na educação infantil com a necessidade de volta às aulas presenciais". >
"Esses impactos seguramente estão sendo mais importantes justamente nos grupos sociais menos favorecidos e que tem, por exemplo, dificuldade ou mesmo inviabilidade para uma adesão ao ensino a distância. Ressalta-se ainda que as creches e escolas contribuem não apenas para a educação mas também para a segurança alimentar das crianças", informa. >
O documento também traz orientações para a organização da campanha de vacinação da população em geral e que, na prática, mudam os critérios anteriores. Inicialmente, ela só começaria depois do fim da oferta de doses para os grupos prioritários, mas agora a previsão é que ocorra ao mesmo tempo. >
Estados e municípios que tiverem concluído a vacinação de pessoas com comorbidades e funcionários de escolas e universidades poderão optar por iniciar a vacinação da população geral por faixa etária, em pessoas entre 18 a 59 anos, "de maneira escalonada e por faixas etárias decrescentes". >
Enquanto isso, a vacinação para os demais grupos prioritários como forças de segurança, trabalhadores do transporte coletivo e metroviário, caminhoneiros, trabalhadores industriais e funcionários da limpeza urbanacontinuaria a ser aplicada. >
"A novidade é que, caso já tenham avançado na vacinação das pessoas com comorbidades e professores, estados e municípios estão autorizados, a depender da realidade de cada local, a iniciar a vacinação por idade", disse o secretário-executivo do ministério, Rodrigo Cruz. >
A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Francieli Fontana, diz que a decisão ocorre após pedido de alguns secretários de Saúde que têm apontado baixa demanda para vacinação de alguns dos grupos prioritários atuais. >
"Não podemos deixar vacina estocada, por isso resolvemos flexibilizar um pouco. Essa demanda reduzida pode estar relacionada à superestimativa do grupo principalmente de comorbidades", disse. >
O ministério não informou, porém, qual a previsão do término da vacinação dos grupos prioritários ou se haverá uma recomendação mais específica sobre como intercalar a vacinação desses grupos com o início da oferta de doses à população geral. >
Em abril, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a previsão era terminar a aplicação da vacinação dos grupos prioritários em setembro, com oferta da primeira dose até junho. Previsão anterior da pasta era que isso ocorresse até maio. >
Sobre a organização da estratégia, o documento desta sexta fala apenas que estados e municípios "que não apresentam demanda ou tenham demanda diminuída para vacinação dos grupos com maior vulnerabilidade e trabalhadores de educação poderão pactuar a adoção imediata da estratégia de vacinação segundo a faixa etária em ordem decrescente de idade, garantindo o percentual para continuidade da vacinação dos demais grupos prioritários". O percentual não foi informado. >
Fontana, porém, diz que quantidade de doses previstas para alguns dos próximos grupos prioritários é baixa, o que deve facilitar a organização da vacinação em conjunto. >
"Se olhar no plano de vacinação, são denominadores muito pequenos. E aí vamos dividir os quantitativos de vacina recebidos. Vamos fazer uma parte para esse segmento do plano e ofertar já uma parte por faixa etária, dependendo dos quantitativos de vacina", disse. >
A tentativa de acelerar a campanha de vacinação, porém, ainda esbarra em incertezas no cronograma de doses devido a dificuldades na obtenção de insumos e outros impasses. >
Para junho, por exemplo, a previsão é que sejam distribuídos 43,8 milhões de doses, o que representa um avanço em relação aos meses anteriores, mas uma queda em comparação ao total que era previsto para o mês (52,2 milhões). >
Segundo Cruz, o ministério tem negociado a possibilidade de antecipar doses ou aumentar o volume de alguns contratos. A pasta também avalia a necessidade de mais doses em 2022, caso haja necessidade de manter campanhas de imunização. >
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