Publicado em 6 de maio de 2020 às 11:07
O delegado Tacio Muzzi deve assumir a Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro após o atual chefe da corporação fluminense Carlos Henrique Oliveira ser convidado por Rolando Alexandre de Souza para a direção-executiva da PF. Atualmente Tacio Muzzi é Delegado Regional Executivo da PF do Rio e já atuou interinamente à frente da corporação fluminense durante a crise no ano passado. Além disso, coordenou trabalhos de repressão à criminalidade econômica e crime organizado e acumula passagem pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).>
Muzzi chefiou a PF como interino em 2019 após crise envolvendo o antecessor de Oliveira no comando da corporação, o delegado Ricardo Saadi. Foi quando Bolsonaro tentou trocar o superintendente da corporação fluminense pela primeira vez e acabou gerando atrito com então ministro Sérgio Moro e o diretor-geral da corporação, Maurício Valeixo.>
Mineiro e doutor em Direito Empresarial pela Universidade Federal de Minas, Muzzi foi Diretor-Geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e Diretor-adjunto do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), órgãos ligados ao MJSP.>
O delegado tem uma larga experiência e a fama entre seus pares de "competente e honesto".>
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Muzzi assumirá a vaga deixada por Oliveira, que será o número dois do novo diretor geral, Rolando Alexandre de Souza. >
Um dos primeiros atos do novo chefe da PF, após sua posse na segunda (4), em cerimônia a portas fechadas e não divulgada que durou 20 minutos, foi trocar o comando da superintendência da corporação no Rio. A promoção de Oliveira foi vista por delegados como uma forma "estratégica" de mudar o comando da PF fluminense.>
A troca da superintendência, área de interesse do presidente Jair Bolsonaro e seus filhos chegou até a entrar no radar dos investigadores que apuram suposta interferência do presidente da República na corporação. A decisão de Rolando é argumento em ação que pede a suspensão imediata de sua nomeação.>
Ao anunciar sua saída do governo Jair Bolsonaro, Moro acusou o presidente de suposta interferência política na PF envolvendo trocas na Diretoria-Geral e em superintendências regionais da corporação. "O problema é que nas conversas com o presidente e isso ele me disse expressamente, que o problema não é só a troca do diretor-geral. Haveria intenção de trocar superintendentes, novamente o do Rio, outros provavelmente viriam em seguida, como o de Pernambuco, sem que fosse me apresentado uma razão para realizar esses tipos de substituições que fossem aceitáveis", disse Moro, ao pedir demissão do governo.>
No último sábado, em longo depoimento que prestou na Polícia Federal em Curitiba, Moro disse que recebeu mensagem pelo aplicativo WhatsApp do Presidente da República, cobrando a substituição do Superintendente do Rio de Janeiro. O ex-ministro relatou que a mensagem tinha, mais ou menos o seguinte teor: "Moro você tem 27 Superintendências, eu quero apenas uma, a do Rio de Janeiro.">
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