> >
Promotoria pede quebra de sigilo de celulares, tablet e computador de Crivella

Promotoria pede quebra de sigilo de celulares, tablet e computador de Crivella

No requerimento, os promotores do Gaocrim argumentam que há indícios de que o prefeito afastado do Rio de Janeiro recebeu informações privilegiadas e tentou obstruir as investigações do 'QG da Propina'

Publicado em 31 de dezembro de 2020 às 18:12

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura

O Ministério Público do Rio pediu à Justiça a quebra de sigilo de três celulares, um tablet e um computador apreendidos no apartamento do prefeito afastado da capital fluminense, Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), após a operação que o levou à prisão na semana passada.

Marcelo Crivella defendeu a retomada da economia carioca
Marcelo Crivella está afastado da Prefeitura do Rio de Janeiro e chegou a ser preso nos últimos dias. (Ricardo Borges/Folhapress)

No requerimento, os promotores do Grupo de Atribuição Originária Criminal da Procuradoria-Geral de Justiça (Gaocrim) argumentam que há indícios de que Crivella recebeu informações privilegiadas e tentou obstruir as investigações do 'QG da Propina'.

As suspeitas envolvem a segunda etapa da Operação Hades, em setembro, quando o endereço residencial do prefeito foi alvo de buscas. Na ocasião, Crivella entregou aos investigadores um celular desligado que, segundo o MP após a análise do conteúdo conservado no aparelho, não era dele.

"Entregou, deliberadamente, um aparelho usado por terceiros como se fosse o seu próprio, com o inequívoco intuito de perturbar e obstruir o bom andamento da investigação", afirma o MP.

Os investigadores também colocaram sob suspeita a prontidão com que os advogados de Crivella chegaram ao apartamento para acompanhar as buscas naquele dia 10 de setembro.

"Para surpresa de todos, em cerca de apenas 5 ou 10 minutos, dois advogados chegaram, o que indica que ambos já estavam 'a postos' nas imediações da casa de seu cliente e prontos para atendê-lo, circunstância deveras inusitada, dado o horário em que foram acionados", escreveram os promotores.

Os promotores acrescentam que imagens das câmeras de segurança do prédio e informações prestadas pelo porteiro do condomínio confirmam que o prefeito chegou em casa poucos minutos antes das equipes policiais.

Crivella foi preso preventivamente em uma operação conjunta da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio no último dia 22 sob suspeita de operar o suposto 'QG da Propina' que teria sido instalado na prefeitura do Rio. Após ser encaminhado ao Presídio de Benfica, ele foi beneficiado por uma liminar expedido pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Humberto Martins, e colocado em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica. Na quarta-feira, 30, após receber autorização judicial, ele deixou o apartamento para comparecer ao velório e ao sepultamento da mãe no interior de Minas Gerais, mas voltou no mesmo dia ao cumprimento da medida cautelar.

Este vídeo pode te interessar

A investigação envolvendo o prefeito afastado do Rio aponta que ao menos R$ 53 milhões teriam sido arrecadados pelo suposto esquema através de empresas de fachada em nome de laranjas. Crivella nega as acusações e se diz vítima de perseguição política.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais