Publicado em 1 de abril de 2022 às 14:38
O balneário de Porto de Galinhas, localizado em Ipojuca, na região metropolitana do Recife, passa por uma escalada da violência desde a quarta-feira (30). A tensão aumentou na noite da quinta (31) e provocou pânico para moradores e comerciantes da localidade.>
Moradores realizam sucessivos protestos desde a quinta-feira. Tudo começou na quarta-feira (30), quando uma menina de 6 anos morreu após ser baleada na comunidade Salinas. Ela brincava no terraço da casa da avó.>
A criança chegou a ser socorrida para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Ipojuca, mas não resistiu aos ferimentos.>
Moradores acusam a Polícia Militar de ter entrado na localidade atirando. A corporação, por sua vez, diz que os policiais não atiraram a esmo e que houve confronto e troca de tiros no local. O tiroteio teria ocorrido com suspeitos de tráfico de drogas. Pessoas da comunidade negam essa versão.>
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Desde então, há registros de protestos em repulsa ao assassinato e atos de vandalismo em Porto de Galinhas e em Nossa Senhora do Ó, na mesma cidade.>
Na manhã desta sexta, ônibus que saem do Recife para Porto de Galinhas não seguiam o trajeto completo. Os coletivos paravam no centro de Ipojuca, temendo algum tipo de violência no restante do percurso.>
Na noite da quinta, um ônibus que era utilizado por funcionários de hotéis do balneário foi incendiado em uma rodovia da localidade. Apenas o motorista estava no veículo. O Corpo de Bombeiros apagou as chamas e informou que ninguém ficou ferido.>
Na mesma madrugada, houve protestos, bloqueios de vias e pessoas correndo pelas ruas em pânico. O acesso a Porto de Galinhas foi interditado em parte da noite por uma manifestação.>
O comércio amanheceu fechado pelo segundo dia consecutivo. Supermercados, lojas, padarias e restaurantes não funcionam. Ruas e avenidas foram bloqueadas por fogo em pneus e galhos de árvores. Também houve cancelamento de aulas em escolas.>
O setor de turismo também é impactado. Donos de pousadas e hotéis ouvidos pela reportagem preferiram não se identificar. Eles dizem que há cancelamento de reservas para o final de semana e temem um efeito dominó para os próximos períodos de descanso, como o feriadão da Semana Santa e o de Tiradentes.>
Em nota, o governo de Pernambuco anunciou que reforçou a segurança de Porto de Galinhas com mais 250 policiais militares e civis enviados ao local.>
O governador Paulo Câmara (PSB) disse, em comunicado, que monitorou os protestos em Porto de Galinhas e se solidarizou com a família da menina morta.>
"Quero expressar minha solidariedade à família da menina e assegurar que o caso será apurado com o máximo rigor. Estamos trabalhando de forma integrada com nossas forças operativas e reforçando o efetivo para restabelecer a tranquilidade no litoral sul", afirmou o governador.>
A prefeitura de Ipojuca manifestou solidariedade à família da menina e lamentou a ocorrência. A gestão municipal também cobrou ao governo estadual mais segurança para moradores e turistas.>
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