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PF diz que falsificação em cartão de Bolsonaro pode ter elo com tentativa de golpe

PF diz que falsificação em cartão de Bolsonaro pode ter elo com tentativa de golpe

Ordem para falsificação dos cartões partiu de Bolsonaro, disse Mauro Cid à PF; OUTRO LADO: ex-presidente negou, em depoimento, ter dado ordem

Publicado em 19 de março de 2024 às 11:07

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JULIA CHAIB, FABIO SERAPIÃO E RANIER BRAGON

Relatório da Polícia Federal que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso dos cartões de vacina afirma que a fraude pode ter sido realizada no escopo da tentativa de aplicar um golpe de Estado no país e impedir a posse de Lula (PT).

Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
Jair Bolsonaro, ex-presidente da República. (Marcos Corrêa/Divulgação)

"O presente eixo [falsificação dos cartões] (...) pode ter sido utilizado pelo grupo para permitir que seus integrantes, após a tentativa inicial de golpe de Estado, pudessem ter à disposição os documentos necessários para cumprir eventuais requisitos legais para entrada e permanência no exterior (cartão de vacina), aguardando a conclusão dos atos relacionados a nova tentativa de Golpe de Estado que eclodiu no dia 08 de janeiro de 2023", afirma o relatório.

Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) e mais 14 pessoas foram indiciadas pela PF no caso que apura a falsificação de certificados de vacinas de Covid-19

Ainda de acordo com o relatório, Mauro Cid confirmou que as falsificações em seu cartão de vacina e no cartão da filha do ex-presidente, Laura, foram feitas a pedido de Bolsonaro.

"O presidente, após saber que o colaborador possuía os cartões de vacina para si e sua família, solicitou que o colaborador fizesse para ele também", diz o relatório.

"O ex-presidente deu a ordem para fazer os cartões dele e da sua filha, Laura Bolsonaro. (...) Que o colaborador [Mauro Cid] confirma que pediu os cartões do ex-presidente e sua filha Laura Bolsonaro sob determinação do ex-presidente Jair Bolsonaro e que imprimiu os certificados".

O advogado de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, reclamou nas redes sociais do que chamou de vazamento da investigação.

"Vazamentos continuam aos montes ou melhor aos litros. É lamentável quando a autoridade usa a imprensa para comunicar ato formal que logicamente deveria ter revestimento técnico e procedimental ao invés de midiático e parcial", afirmou Wajgarten.

A Folha de S.Paulo procurou a defesa de Cid e o deputado Gutemberg, que ainda não responderam.

Este será o primeiro de três casos que têm Bolsonaro na mira e a PF espera concluir até julho. Além deste, os investigadores apuram a participação do ex-presidente numa trama para tentar dar um golpe de Estado e também o caso sobre joias recebidas da Arábia Saudita.

Essa investigação está vinculada ao inquérito das milícias digitais, que tramita em sigilo no STF (Supremo Tribunal Federal) sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes. Foi no âmbito deste inquérito que foi feito o acordo de delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid.

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