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No Rio, Paes lidera com 40% e Crivella se isola em segundo lugar com 18%

No Rio, Paes lidera com 40% e Crivella se isola em segundo lugar com 18%

Segundo Datafolha, a corrida eleitoral carioca foi marcada pela estabilidade desde o início, mas alguns dados indicam efeitos das campanhas que podem refletir na eleição

Publicado em 14 de novembro de 2020 às 20:13

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Eduardo Paes
Eduardo Paes. (Marcos Oliveira/Agência Senado)

O ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) chega na véspera da eleição para a Prefeitura do Rio de Janeiro com 40% das intenções de votos válidos, que excluem brancos, nulos e indecisos, aponta o Datafolha.

O atual prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) tem 18% das intenções de votos válidos, praticamente isolado na segunda colocação. A deputada estadual Martha Rocha (PDT) tem 13%, e a deputada federal Benedita da Silva (PT) tem 10%.

O Datafolha entrevistou 1.875 eleitores nos dias 13 e 14 de novembro. A pesquisa, feita em parceria com a TV Globo, tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos. Ela foi registrada no TRE-RJ com o número RJ-09140/2020.

Martha se iguala a Crivella no limite da margem de erro nas intenções de votos totais -que consideram os entrevistados indecisos e que declaram voto nulo. Nesse levantamento, o atual prefeito tem 15% e a pedetista, 11% -um empate entre os dois é considerado improvável.

Num patamar mais abaixo dos quatro principais candidatos estão Luiz Lima (PSL), com 6% dos votos válidos, seguido de Renata Souza (PSOL), com 5%, Paulo Messina (MDB), com 3%, e Bandeira de Mello (Rede), com 2%.

Com 1% estão Fred Luz (Novo), Clarissa Garotinho (PROS) e Glória Heloiza (PSC). Cyro Garcia (PSTU), Suêd Haidar (PMB) e Henrique Simonard (PCO) não alcançaram um ponto percentual.

A corrida eleitoral carioca foi marcada pela estabilidade desde o início, mas alguns dados indicam efeitos das campanhas que podem refletir na eleição deste domingo (15).

Paes, líder desde o primeiro levantamento, foi o único a manter constante a tendência de alta na pesquisa espontânea -quando o entrevistado manifesta sua intenção de voto sem ver as opções. Na primeira pesquisa aparecia com 18% e chega na véspera da eleição com 26%.

Martha avançou quatro pontos percentuais nas primeiras duas semanas, mas estabilizou no patamar atual, de 9%. Crivella começou com 7% e agora tem 12% -tendo subido quatro pontos percentuais após a declaração de apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Na pesquisa espontânea, mais de um quinto dos eleitores (23%) declara ainda não saber qual candidato vai escolher na urna. E na pesquisa estimulada, 27% dos entrevistados declara que ainda pode mudar o voto.

É nesse grupo que as campanhas focam no último dia para conquistar seus objetivos.

Crivella intensifica as referências à aliança com Bolsonaro para garantir sua presença no segundo turno, enquanto Martha tenta se apresenta como a única alternativa para tirar o atual prefeito da disputa.

A vantagem numérica sobre Benedita foi utilizada por Martha na última semana para consolidar a tese do voto útil. Na propaganda televisiva e nas redes sociais, a delegada afirma que só a sua candidatura pode tirar Crivella do segundo turno.

Com a narrativa, a campanha da deputada espera conquistar eleitores de Eduardo Paes e da esquerda, especialmente de Benedita.

A petista rebateu a estratégia da delegada. "O seu voto só vai ser útil se ele sair do coração para dizer não à desigualdade, ao racismo", afirmou ela em propaganda eleitoral.

O Datafolha mostra que, entre os eleitores de Benedita que ainda podem mudar de voto, 24% escolheriam Martha.

Ainda assim, ela tem dificuldade para penetrar em alguns grupos progressistas. O fato de usar como nome de urna o cargo de delegada levantam suspeitas nesse setor de que ela não abraça plenamente as pautas da esquerda.

Na outra frente, para conquistar eleitores do ex-prefeito e se consolidar como alternativa viável, Martha adotou desde o início da corrida eleitoral o mote "há vida além de Eduardo Paes". Ela é a segunda opção de 22% dos eleitores do candidato do DEM que admitem mudar o voto.

O ex-prefeito leva a melhor em todas as projeções de segundo turno, mas em uma disputa com a delegada a diferença de votos é a menor entre todos os candidatos -46% contra 33%, segundo o Datafolha. Ele superaria atualmente com mais facilidade Crivella (57% a 22%) e Benedita (49% a 26%).

Ameaçado, Paes buscou atingir Martha desde o primeiro debate eleitoral, quando sustentou que a delegada não fez uma boa administração na chefia da Polícia Civil.

Ele diz que o carioca não quer um novo Crivella, com uma gestão mal avaliada, nem um novo Wilson Witzel, governador afastado que o derrotou na eleição de 2018. Assim, Paes sugere que Martha seria uma aventureira e que o eleitor não deve arriscar outra vez.

A estratégia de Paes teve algum efeito. Além de ter conseguido a dianteira na simulação de segundo turno, aumentou a rejeição à ex-chefe da Polícia Civil -que subiu de 7% para 16% em 45 dias de campanha.

Favorito para enfrentar Paes no segundo turno, o prefeito Marcelo Crivella ainda precisa contornar o alto índice de rejeição, que alcança 62%.

Crivella entrou na campanha buscando se cacifar como o principal candidato do campo conservador. Para isso, colou no presidente Jair Bolsonaro e abusou de sua imagem na propaganda eleitoral.

Assim como aconteceu com outros candidatos que disputam prefeituras nas capitais, como Celso Russomanno (Republicanos) em São Paulo, o apoio de Bolsonaro não surtiu consideráveis efeitos na campanha de Crivella. O prefeito tem hoje a intenção de voto semelhante a que tinha no início de outubro.

Já Paes e até a pedetista Martha conseguiram conquistar parte do eleitorado de Bolsonaro. Pesquisa Datafolha divulgada na quarta-feira (11) mostrava que, entre os que aprovam o desempenho do gestão Bolsonaro, 33% votam em Crivella, 24% em Paes e 10% em Martha Rocha.

O ex-prefeito sonha em vencer no primeiro turno, embora as chances ainda estejam remotas, apesar de existirem. Com uma rejeição de 32%, estável desde o início da campanha, Paes busca não nacionalizar a campanha a fim de apresentar como bandeiras suas duas administrações passadas, marcadas por grandes obras, mas também casos de corrupção.

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