Publicado em 7 de agosto de 2020 às 16:01
Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou nesta sexta-feira (7) que não vê chances positivas de o governo conseguir privatizar quatro estatais até o fim deste ano. Ao contrário do que tem ventilado o ministro Paulo Guedes (Economia), o presidente da Câmara disse que não há tempo para aprovar privatizações no Congresso.>
"Eu não sou otimista na possibilidade de aprová-las neste ano. Porque nós adiamos as eleições para novembro. E a eleição terminando no final de novembro o tema da privatização acaba ficando para o pós-eleição. E pós-eleição, faltando 30 dias para o ano acabar, eu acho muito difícil.">
Maia concedeu entrevista ao canal do historiador Marco Antonio Villa no Youtube e apontou que o governo conseguiria realizar privatizações de subsidiárias, que não precisam de autorização do Congresso.>
"Privatizações que precisem de autorização parlamentar, eu não sou otimista. Aquilo que for subsidiária o governo já tem autorização para fazer, e se for por aí tudo bem", completou.>
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Em junho de 2019, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que o governo poderia vender empresas subsidiárias de estatais sem necessidade de lei específica e sem realização de licitação.>
Para a alienação do controle acionário de empresas matrizes ou sociedades de economia mista, diferentemente, é preciso autorização do Legislativo e processo licitatório.>
No fim de julho, a Folha de S.Paulo mostrou que somente 18 das 614 estatais estão na lista de privatizações, e nenhuma teve sua estruturação definida até o momento. O primeiro leilão está previsto para o fim deste ano.>
Sem os estudos elaborados, nem mesmo o valor das empresas pode ser estimado. De capital fechado, não há referência do potencial de arrecadação, uma vez que não existe negociação em Bolsa.>
Uma das privatizações já em discussão no Congresso é a da Eletrobras. O governo prevê levantar cerca de 16 bilhões de reais com a privatização, que aconteceria por meio de uma capitalização da companhia por meio da emissão de novas ações e envolveria pagamento de outorgas à União. A operação poderia ser realizada no primeiro semestre de 2021, caso o projeto de lei seja aprovado pelos parlamentares ainda neste ano.>
Maia reforçou ser a favor da privatização da estatal, mas disse que não acredita que ela tenha voto na Câmara por enquanto.>
"Eu sou a favor, porque acho que o custo do sistema da Eletrobras é muito mais alto que os seus concorrentes no setor privado. Então, acho que é melhor você se desfazer disso do que ficar o estado bancando uma empresa que vai ter menos eficiência que seus concorrentes. A dúvida é: tem voto agora? Na Câmara, eu acho que não.">
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