> >
Lázaro, o "serial killer do DF", morre baleado em operação para prendê-lo em Goiás

Lázaro, o "serial killer do DF", morre baleado em operação para prendê-lo em Goiás

O fugitivo da Justiça, que já foi condenado por estupros e assassinatos, era procurado por uma série de crimes na Bahia e em Goiás. Ele também é acusado de matar quatro pessoas da mesma família em Ceilândia, no Distrito Federal

Publicado em 28 de junho de 2021 às 09:42

Ícone - Tempo de Leitura 4min de leitura
Lázaro Barbosa, criminoso procurado há mais de duas semanas em Goiás
Lázaro Barbosa, criminoso procurado há mais de duas semanas em Goiás. (Polícia Civil/ Reprodução)

Lázaro Barbosa, que ficou conhecido como serial killer do DF, morreu na manhã desta segunda-feira (28), após confronto com a polícia na cidade de Águas Lindas de Goiás (GO), no entorno de Brasília.

Mais cedo, em uma rede social, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), havia anunciado que Lázaro havia sido capturado.

​"Acabo de receber neste momento uma informação de que todas as forças de segurança que estão ali na região de Cocalzinho que o Lázaro foi preso", disse Caiado em um vídeo publicado nas redes sociais no 20º dia de buscas.

"Cumprimentar a todos aqueles que estão ali há vários dias trocando informações e chegando a este resultado final com a prisão do Lázaro", disse Caiado.

"Tá aí, minha gente, como eu disse, era questão de tempo até que a nossa polícia, a mais preparada do País, capturasse o assassino Lázaro Barbosa. Parabéns para as nossas forças de segurança. Vocês são motivo de muito orgulho para a nossa gente! Goiás não é Disneylândia de bandido", escreveu Caiado.

A captura ocorreu após a prisão do dono e de um funcionário de uma fazenda, ambos acusados de ajudar o foragido a se esconder. Espingardas foram apreendidas no local. Em uma das ocasiões em que Barbosa foi visto, afirmaram os policiais, ele carregava uma delas.

Desde o crime cometido no início deste mês em Ceilândia, cidade satélite de Brasília, ele vinha fugindo ao cerco policial se escondendo em chácaras e mata do cerrado. A polícia informou que ele caminhava dentro dos rios, para dificultar a ação dos cães farejadores.

Durante a fuga, segundo a polícia, Barbosa cometeu uma série de novos crimes –baleou moradores de uma chácara, fez de reféns em outra, roubou carros e armas. Trocou tiros com um funcionário de uma fazenda e também com policiais.

Uma megaoperação foi montada com o objetivo de capturá-lo, incluindo polícias estaduais de Goiás e do DF, e as polícias Federal e Rodoviária Federal. Foram mobilizados mais de 270 agentes de segurança.

Barreiras foram montadas nas rodoviais que levam a Cocalzinho, onde os policiais revistavam o interior de veículos e porta-malas, na suspeita de que o fugitivo pudesse ter coagido motoristas a transportá-lo.

As buscas também eram feitas por helicópteros e também por drones, com sensores que detectavam movimentos. No fim de semana, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás havia divulgado nota na qual afirmava que haviam sido incorpotados à força-tarefa dois cachorros do Corpo de Bombeiros - que passaram a totalizar cinco, sendo que uma delas atuou nas buscas do desastre de Brumadinho.

A equipe de inteligência da PRF também foi incorporada à força-tarefa durante o fim de semana.

Durante esse período, as buscas alteraram a rotina da região, predominantemente rural. Muitos moradores fecharam suas propriedades e seguiram para outras localidades, com medo.

No dia 9 de junho, uma quarta-feira, Barbosa invadiu uma chácara em Ceilândia (DF), possivelmente para roubar, segundo apontam as investigações, e matou um casal e dois filhos.

Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, Gustavo Vidal, 21, e Carlos Eduardo Vidal, 15, foram assassinados no local. Os corpos estavam sob folhas para que não fossem vistos pelas buscas aéreas da polícia.

Cleonice Andrade, 43, foi levada como refém e seu corpo foi localizado três dias depois às margens de um córrego, sem roupas. De acordo com a polícia, a vítima foi executada com tiro na nuca.

Desde então, relatos apontam que ele invadiu outras propriedades no DF e em Goiás, trocou tiros com um funcionário de uma fazenda, roubou armas e veículos e obrigou um caseiro a cozinhar e fumar maconha com ele.

Além do quádruplo latrocínio (matar para roubar) em Ceilândia, é atribuída a ele uma tentativa do mesmo tipo penal em 2020, ao invadir uma chácara em Goiás para roubar e atingir um idoso com um machado.

Barbosa é natural de Barra do Mendes, município a pouco mais de 500 km de Salvador. Foi lá que registrou sua primeira passagem pela polícia —um duplo homicídio. Capturado, escapou dez dias depois.

Ele responde também por crimes de estupro, roubo à mão armada e porte ilegal de arma de fogo, acusação que o levou à cadeia em 2013 no DF. Após três anos, progrediu para o regime semiaberto e fugiu da cadeia. De acordo com informação da Secretaria de Administração Penitenciária do DF, ele não retornou ao sistema após uma saída temporária.

Em 2018, Barbosa foi preso pela polícia de Goiás, mas conseguiu escapar novamente. Desde então, vinha sendo procurado pela polícia."Estamos lidando com um psicopata", disse o secretário de Segurança Publica de Goiás, Rodney Miranda, antes da captura. "Uma pessoa que, se puder, vai fazer refém; se puder, vai matar."

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais