Publicado em 8 de julho de 2022 às 08:39
A chegada do inverno vem acompanhada por uma série de doenças que têm como sintoma a congestão nasal, tais como gripes, resfriados, infecções, rinite, sinusite, rinossinusite, entre outras. Segundo dados da ABORL-CCF (Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial), a queda na temperatura chega a elevar em cerca de 40% os quadros das doenças respiratórias.>
Uma vez instalados os sintomas, fica aquela sensação de desconforto causado pela falta de ar nas narinas, que se agrava pela noite. Como resultado, o sono piora, a boca fica seca e a coriza dá as caras.>
Especialistas afirmam que dormir de boca aberta por congestão nasal, nas crianças, afeta o desenvolvimento dos ossos da face, o crescimento, diminui a aprendizagem, provoca dificuldade de concentração, altera a alimentação, causa agitação, sonolência e irritabilidade. Já nos adultos, o ronco é uma das principais consequências de se respirar pela boca devido à congestão nasal. "O ronco não é algo que se deva tolerar, assim como a respiração pela boca. É preciso procurar um médico", alerta o otorrinolaringologista Pablo Marambaia.>
Para tratar congestão nasal, Marambaia, que é membro da Câmara Técnica de Otorrino do Conselho Regional de Medicina da Bahia, recomenda que seja feita lavagem nasal com soro fisiológico.>
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As situações mais frequentes em que os otorrinos indicam lavagem nasal são para auxiliar no tratamento de rinites alérgicas e não alérgicas, que são processos infecciosos agudos causados por vírus e as infecções bacterianas agudas ou crônicas. Seringas, sprays, limpadores e lotas são alguns dos instrumentos que podem ser utilizados para a desobstrução nasal. Eles são indicados tanto por Marambaia quanto pelo presidente da ABORL-CCF, Renato Roithmann.>
"Existem várias formas de se fazer a lavagem, desde simples sprays com solução vendidos em farmácias até a lavagem em volumes maiores, com soro fisiológico", orienta Roithmann. "Depende da situação clínica do paciente.">
Mas em tempos em que diversos vídeos viralizam pela internet com dicas sobre como fazer a lavagem, Marambaia faz um alerta. "Muito se fala, hoje, em lavagem com grande quantidade de soro, mas o volume deve ser adequado ao tamanho do paciente", afirma. "Nas redes sociais, a gente vê crianças pequenas que passam por lavagens com muito volume.">
Marambaia explica que o exagero na dosagem pode afetar a ligação tubo auditiva, que conecta o nariz ao ouvido. Na avaliação de Roithmann, é considerada lavagem em alto volume quando se coloca acima de 60ml de soro em cada fossa nasal. "O que é mais recomendado apenas para casos de paciente com rinossinusite crônica", observa.>
Para Marambaia, o ideal é aplicar 5ml de soro em cada narina das crianças e até 20ml nos adultos. "É bom que o soro seja um pouco aquecido, para ficar na temperatura do corpo", diz.>
O uso de gotas descongestionantes por mais de cinco dias não é recomendado, sob risco do paciente desenvolver rinite provocada pelo próprio medicamento, que também pode causar dependência química.>
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