Publicado em 27 de junho de 2020 às 16:25
Integrantes da Lava Jato e da Greenfield divulgaram nota de apoio nesta sexta (26), aos procuradores do grupo das operações na Procuradoria-Geral da República (PGR) que pediram demissão na noite dessa sexta (26). A saída ocorre após divergências com a gestão de Augusto Aras, encabeçada pelo braço-direito do PGR, a subprocuradora-geral Lindora Araújo. >
Pediram demissão os procuradores Hebert Reis Mesquita, Luana Vargas de Macedo e Victor Riccely. O grupo era responsável pela condução de inquéritos envolvendo políticos com foro privilegiado no Supremo, além de atuar em habeas corpus movidos na Corte em favor dos investigados e a negociação de delações premiadas.>
"São procuradores da República competentes, dedicados, experientes e amplamente comprometidos com a integridade, a causa pública e o combate à corrupção e enfrentamento da macrocriminalidade", escreveram os integrantes das duas operações, destacando, também, o nome da procuradora Maria Clara Noleto, que integrou o grupo da Lava Jato na PGR e havia saído no mês passado.>
O fato que precipitou a saída foi uma suposta 'diligência' feita por Lindora na sede do Ministério Público Federal em Curitiba, nesta semana, segundo acusou a força-tarefa da Lava Jato. Em ofício enviado a Aras e à Corregedoria-Geral da PGR, a força-tarefa alegam 'estranhamento' gerado pela 'busca informal'.>
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Segundo integrantes do MPF ouvidos pela reportagem, a atitude da Lindora fragiliza a atuação do MPF no STJ e no STF em matéria criminal, porque geraria uma de confiança na equipe do procurador-geral, que se relaciona também com as equipes de atuação da Lava Jato no Paraná, no Distrito Federal, no Rio de Janeiro, em São Paulo.>
Além de Curitiba, o ofício para consulta de informações da Lava Jato também foi enviado para as forças-tarefas do Rio e de São Paulo. Assim como em Curitiba, a solicitação de dados inclui materiais de interesse para a PGR, como relatórios de inteligência financeira do Coaf (atual Unidade Inteligência Financeira), dados de cooperações internacionais, entre outros.>
A ação de Lindora foi considerada inusitada pela Lava Jato Curitiba e um risco para os dados das investigações. No documento enviado a Aras, os procuradores afirmaram que embora a subprocuradora-geral 'tenha afirmado que não buscava a transferência de dados sigilosos', na reunião defendeu-se que o entendimento da equipe da PGR era de 'que materiais, mesmo obtidos mediante decisão judicial, podem ser compartilhados para acesso para fins de inteligência no âmbito do Ministério Público'.>
Em nota, Lindora negou irregularidades na visita e disse que se tratava de uma reunião previamente agendada. "Não houve inspeção, mas uma visita de trabalho que visava à obtenção de informações globais sobre o atual estágio das investigações e o acervo da força-tarefa, para solucionar eventuais passivos" Segundo ela, não se "buscou compartilhamento informal de dados, como aventado em ofício dos procuradores". A solicitação de compartilhamento foi feita por meio de ofício no dia 13 de maio.>
Os procuradores e procuradores regionais da República que integram as forças-tarefas Lava Jato no Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro e força-tarefa Greenfield vêm a público expressar sua integral confiança nos procuradores da República Hebert Reis Mesquita, Luana Macedo Vargas, Maria Clara Noleto e Victor Riccely Lins Santos, que trabalharam nos casos da Operação Lava Jato na Procuradoria-Geral da República, em Brasília.>
São procuradores da República competentes, dedicados, experientes e amplamente comprometidos com a integridade, a causa pública e o combate à corrupção e enfrentamento da macrocriminalidade. Ao longo de anos, Hebert Reis Mesquita, Luana Macedo Vargas, Maria Clara Noleto e Victor Riccely Lins Santos cooperaram amplamente em importantes trabalhos conjuntos com as forças-tarefas Lava Jato e Greenfield, razão pela qual os seus integrantes expressam seu profundo agradecimento e admiração.>
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