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IBGE vai pesquisar impacto da pandemia nas empresas brasileiras

IBGE vai pesquisar impacto da pandemia nas empresas brasileiras

Os primeiros resultados serão divulgados na próxima quinta (16), com um retrato das mudanças entre a quinzena anterior ao início do surto e esta semana

Publicado em 9 de julho de 2020 às 14:36

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Censo 2020 do IBGE
Censo 2020 do IBGE (não usar). ( Lucas Lacaz Ruiz/ Estadão)

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) lançou nesta quinta (9) pesquisa para identificar os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre as empresas brasileiras. A ideia é saber impactos nas vendas, capacidade de pagamentos e número de empregados, entre outros, para ajudar na formulação de políticas para minimizar o problema.

Os primeiros resultados serão divulgados na próxima quinta (16), com um retrato das mudanças entre a quinzena anterior ao início do surto e esta semana. A amostra da pesquisa, batizada de "Pulso Empresa", é formada por cerca de duas mil empresas em todas as regiões brasileiras.

Em entrevista nesta quinta, o diretor de Pesquisas do IBGE, Eduardo Rios-Neto, disse que o objetivo é "medir a pressão, medir o pulso" das empresas brasileiras. A princípio, a pesquisa terá cinco rodadas, mas o trabalho pode ser estendido ou até modificado dependendo duração da crise.

Após o início da pandemia, o IBGE já lançou uma pesquisa específica sobre os efeitos no emprego e na saúde dos brasileiros, chamada de Pnad Covid, que usa metodologia semelhante à da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar), que investiga o mercado de trabalho no país.

O levantamento apontou, por exemplo, que em maio 19 milhões de brasileiros estavam afastados do trabalho devido à pandemia. Entre eles, 9,7 milhões de brasileiros empregados ficaram sem remuneração naquele mês. Mostrou também que os impactos são mais fortes entre pretos, pardos e trabalhadores sem instrução.

A Pnad Covid é semanal, com divulgação todas as sextas. Já a Pulso Empresas será divulgada a cada 15 dias, sempre às quintas. Rios-Neto destacou que, diferentemente de pesquisas econômicas do instituto, que ajudam a compor o PIB (Produto Interno Bruto), 50% da amostra da nova pesquisa é formada por empresas de pequeno porte.

São empresas dos setores de indústria, construção, comércio e serviços. Os dois primeiros terão resultados agregados. No comércio, que mostrou sinais de recuperação em maio após tombo recorde em abril, o resultado será aberto por atacado, varejo e comércio de veículos e autopeças.

Já nos serviços, que também tiveram recuo recorde em abril, o detalhamento será maior: serviços prestados às famílias; serviços de informação e comunicação; serviços profissionais, administrativos e complementares; serviços de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio; e outros serviços.

"É um produto experimental, ainda em fase de testes e avaliação", disse o coordenador de Pesquisas Conjunturais em Empresas, do IBGE, Flávio Magheli. O questionário é inspirado em pesquisas internacionais e em levantamento feito pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Entre as perguntas feitas aos entrevistados, o IBGE quer saber quantas empresas fecharam as portas, quais os efeitos nas vendas e no acesso a insumos, se há dificuldade de realizar pagamentos de salários e fornecedores, se houve variação no quadro de pessoal e se as empresas contaram com apoio do governo.

"Queremos identificar empresas que não conseguiram sobreviver à pandemia, ter uma uma noção de taxa de mortalidade", disse o coordenador de Pesquisas Estruturais e Especiais em Empresas do IBGE, Alessandro Pinheiro. "[Entre as que sobreviveram], boa parte delas está se levantando, mais ainda está apoiada nas cordas. Então vamos estudar como estão se comportando."

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