Publicado em 20 de janeiro de 2021 às 10:41
- Atualizado Data inválida
A aprovação da Coronavac para uso emergencial e o início da vacinação no Estado de São Paulo no domingo (17), deram ao governador João Doria (PSDB) um novo "fôlego" nas redes sociais. Segundo levantamento da consultoria Bites feito a pedido do Estadão, Doria superou o ganho de seguidores do presidente Jair Bolsonaro nos últimos dias. Entre 16 e 18 de janeiro, o governador somou 47,5 mil novos seguidores nas principais redes sociais. Bolsonaro conquistou bem menos, 11 mil. >
A vantagem do tucano se dá no momento em que o governo do Estado conseguiu iniciar a vacinação antes do Ministério da Saúde. No domingo, minutos após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar o uso da Coronavac, a enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, foi a primeira brasileira a receber uma dose no País. Na ocasião, Doria aproveitou para criticar o governo federal: "É o triunfo da vida contra os negacionistas, contra aqueles que preferem o cheiro da morte, ao invés da alegria da vida". >
A guinada de seguidores nas redes de Doria representa um "ponto de inflexão" na disputa digital do governador contra o presidente, na avaliação do diretor da Bites, Manoel Fernandes. "Mas o governador de São Paulo precisará ter um conjunto de variáveis a seu favor para manter a vantagem iniciada no domingo", afirmou ele.>
No recorte mensal, que leva em consideração os últimos 30 dias, Bolsonaro tem um ganho de seguidores bem superior ao de Doria. De acordo com o levantamento, o presidente conquistou 114 mil pessoas em suas redes, ante quase 70 mil do governador. Em outras métricas, o tucano também aparece bem atrás - como em citações no Twitter e interações no Twitter, Facebook e Instagram. >
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Para o diretor da Bites, o número maior de seguidores não significa uma onda de apoio a Doria, mas um fluxo contrário a Bolsonaro. Ele citou como exemplo o fato de a hashtag #adeusbolsonaro estar entre as mais associadas ao nome de governador. "Doria precisará se manter na narrativa com fatos que chamem atenção de seus aliados e potenciais eleitores em 2022. Mas ainda não temos 'doristas'", afirmou. >
A "ultrapassagem" de seguidores nos últimos dias, segundo o cientista político Eduardo Grin, professor da FGV-SP, reflete a "vitória" de Doria sobre Bolsonaro na corrida da vacina. "Havia uma disputa política evidente para saber quem seria o primeiro a aparecer na foto com a vacina sendo aplicada. Como uma imagem vale muito, a população tende a se guiar por isso.">
Apesar de ser uma marca importante para a gestão do governador, a vacina não será suficiente para "catapultar" uma candidatura competitiva em 2022, disse o professor. "Ele deverá achar um mote de campanha que mostre para a sociedade que ele não é apenas oposição a Bolsonaro, que tem propostas para resolver problemas como desemprego.">
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