Publicado em 2 de junho de 2020 às 12:19
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou que o governo do presidente Jair Bolsonaro - seu pai - pretende influenciar na escolha dos próximos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, em fevereiro de 2021, e previu que nomes de partidos do centrão terão grandes possibilidades de vitória. >
"O presidente Jair Bolsonaro sempre respeitou muito a independência dos Poderes e não participou ativamente dessa primeira eleição, desse biênio em que foi eleito o Rodrigo Maia. Atualmente, já ocorreu a maturidade para que seja necessária não a interferência, mas a participação do governo", afirmou nesta segunda-feira (1º), durante participação no congresso online do Movimento Brasil Conservador.>
Segundo ele, seria justo o Poder Executivo participar da eleição dos presidentes da Câmara e do Senado. "Há uma relação direta [do governo] com os parlamentares, os deputados vão aos ministérios".>
Instado a citar nomes que o governo poderia apoiar, Eduardo disse achar improvável que um representante da esquerda ou da direita bolsonarista tenha chance. Um deputado do centrão, indicou o filho do presidente, teria mais condições de amealhar apoio.>
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"Alguns nomes estão sendo ventilados. Ali dentro [da Câmara], o centrão pode ir para a esquerda ou para a direita. Eles são maleáveis suficientemente para esse ponto", disse Eduardo.>
O deputado não chegou a prometer apoio do presidente a um nome do centrão e deu a entender que isso poderá ocorrer num segundo turno. "Contra a esquerda a gente vota em qualquer um.">
O governo, descumprindo uma promessa de campanha, vem negociando cargos com este bloco, que reúne cerca de 200 deputados de partidos como PTB, PP, PL e Republicanos.>
Eduardo citou como possíveis sucessores de Maia os deputados Artur Lira (PP-AL), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e "outras pessoas do PRB [atual Republicanos]", ressalvando que isso ainda é "conversa de corredor".>
"Acredito que será eleito alguém não exatamente desse centrão, mas desse meio termo, nem do PT nem do PSL bolsonarista. É muito mais provável", afirmou.>
Hoje Bolsonaro tem uma relação tensa com Maia e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que vêm criticando as investidas do chefe do Executivo contra outros Poderes.>
Eduardo afirmou que espera que os próximos presidentes das duas Casas sejam mais comprometidos com pautas conservadoras.>
"Eu tenho uma pequena esperança de que na eleição do novo presidente da Câmara e do Senado, talvez esteja aí o momento de nós conseguirmos fazer uma base de deputados unidos, falando e pedindo o comprometimento para essas matérias.">
Eduardo também justificou a realização de manifestações semanais em Brasília de apoio a seu pai, dizendo que há uma simbiose entre os ativistas e o presidente.>
"Essas carreatas e manifestações são o que dão sustentação ao governo Bolsonaro. O governo só coloca adiante essas pautas e projetos porque sabe que essa parcela da sociedade vai defender", afirmou.>
Segundo ele, "se o Bolsonaro não tivesse apoio popular, já teriam colocado o impeachment dele para a frente há muito tempo".>
O deputado também criticou a CPMI das Fake News, mas desta vez não quis polemizar com o Supremo Tribunal Federal, que instaurou inquérito para apurar a disseminação de notícias falsas, atingindo aliados do governo.>
"A CPMI das Fake News é uma tentativa de calar os conservadores. A internet é o espaço para a pessoa mais livremente se expressar. Ela vai ali, extravasa, fala tudo mesmo", afirmou Eduardo.>
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