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'Entre pólvora e maricas, uma economia frágil e um estado às escuras', diz Maia

"Entre pólvora e maricas, uma economia frágil e um estado às escuras", diz Maia

Bolsonaro afirmou que é "preciso ter pólvora" para fazer frente a candidato a chefe de Estado que quer impor sanção por causa da Amazônia. A referência é a Joe Biden, eleito presidente dos EUA

Publicado em 11 de novembro de 2020 às 09:51

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Presidente da Câmara dos Deputados, dep. Rodrigo Maia, concede entrevista coletiva sobre a atividade legislativa durante a crise causada pelo coronavírus
Presidente da Câmara dos Deputados, dep. Rodrigo Maia, concede entrevista coletiva sobre a atividade legislativa durante a crise causada pelo coronavírus. (Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados)

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), rebateu nesta terça-feira (9) declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre o Brasil "deixar de ser um país de maricas" no combate à pandemia e sobre uso da pólvora para fazer frente a candidato a chefe de Estado que quer impor sanção por causa da Amazônia.

Em uma rede social, Maia afirmou que, entre "pólvora, maricas e o risco à hiperinflação, temos mais de 160 mil mortos no país, uma economia frágil e um estado às escuras", em referência ao Amapá.

"Em nome da Câmara dos Deputados, reafirmo o nosso compromisso com a vacina, a independência dos órgãos reguladores e com a responsabilidade fiscal", disse. "E a todos os parentes e amigos de vítimas da Covid-19 a nossa solidariedade."

Maia respondeu a manifestações do presidente Jair Bolsonaro e do ministro Paulo Guedes (Economia) nesta terça.

Em evento sobre desestatização promovido pela CGU (Controladoria-Geral da União), Guedes lamentou o fato de o país gastar bilhões em rolagem da dívida todo ano, mas ressaltou que o país pode sofrer com hiperinflação caso não faça isso.

"O país gastando US$ 100 bilhões por ano só para manter o financiador da dívida sossegado. Se não, há o perigo de uma combustão instantânea. O país pode ir para a hiperinflação muito rápido se não rolar a dívida satisfatoriamente", afirmou.

Já Bolsonaro fez as declarações controversas ao falar a um público formado por empresários do setor do turismo num evento para lançar políticas para impulsionar a área no Brasil.

Com mais de 160 mil mortos no país pelo novo coronavírus, o presidente afirmou que "tudo agora é pandemia."

"Tem que acabar com esse negócio. Lamento os mortos, todos nós vamos morrer um dia. Não adianta fugir disso, fugir da realidade, tem que deixar de ser um país de maricas", afirmou o presidente.

"Temos que enfrentar, peito aberto, lutar", continuou. Em seguida, Bolsonaro disse que a geração hoje em dia é de "Toddynho, Nutella, zap".

O presidente também fez alusão ao democrata Joe Biden, eleito nas eleições presidenciais dos Estados Unidos há quatro dias.

Bolsonaro afirmou que é "preciso ter pólvora" para fazer frente a candidato a chefe de Estado que quer impor sanção por causa da Amazônia.

"Todo mundo que tem riqueza não pode dizer que é feliz, não, tem que tomar cuidado com a riqueza, porque está cheio de malandro de olho nela. E o Brasil é um país riquíssimo", disse o presidente.

"Assistimos há pouco um grande candidato à chefia de Estado dizer que se eu não apagar o fogo da Amazônia levanta barreiras comerciais contra o Brasil. E como é que podemos fazer frente a tudo isso? Apenas a diplomacia não dá, não é, Ernesto [Araújo, chanceler]? Quando acaba a saliva, tem que ter pólvora, senão, não funciona", continuou.

Bolsonaro afirmou ainda que o Brasil não tem apenas riquezas minerais, mas campos agricultáveis e regiões turísticas. "Não precisa nem usar pólvora, mas tem que saber que tem. Esse é o mundo. Ninguém tem o que nós temos."

O presidente ainda disse que é preciso fortalecer o Brasil, "liberando a economia, o livre mercado". "Dando liberdade para quem quer trabalhar, não enchendo o saco de quem quer trabalhar, quem quer produzir", afirmou o presidente.

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