Publicado em 30 de setembro de 2021 às 14:18
Em depoimento à CPI da Covid, nesta quinta-feira (30), o empresário bolsonarista Otávio Fakhoury afirmou que não tem relação com o presidente Jair Bolsonaro e que um não influencia o outro na divulgação de conteúdo nas redes, incluindo fake news. >
O empresário negou veementemente ser propagador de notícias falsas. Fakhoury é investigado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no âmbito dos inquéritos dos atos antidemocrático e das fake news.>
Fakhoury afirmou que sua falta de relação com o presidente Jair Bolsonaro ficou evidente quando a Polícia Federal apreendeu seu celular e não encontrou contatos com o chefe do Executivo.>
"Sou só apoiador e não tenho relação pessoal com o presidente da República", afirmou.>
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O empresário também foi questionado sobre sua relação com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e se os dois teriam um plano para abrir uma rádio conservadora. Informações no âmbito do inquérito das fake news mostram um diálogo entre os dois nesse sentido.>
Fakhoury respondeu que apenas pediu indicação a Eduardo Bolsonaro sobre eventuais rádios que poderiam ser negociadas. Ele afirmou também que nunca houve tentativa de utilizar o BNDES, apenas a busca de informações por linhas de crédito fornecidas pelo banco para empresas.>
O empresário também acrescentou que nunca financiou a propagação de discurso de ódio e se diz vítima de campanhas difamatórias.>
"Por vezes, fui alvo de campanhas difamatórias. Fui acusado injustamente e caluniado como propagador de fake news, sem jamais ter produzido uma única notícia falsa. Aliás, eu não produzo notícia, eu não sou jornalista; eu sou um cidadão com opinião", afirmou.>
"Também fui injustamente acusado de financiador de discurso de ódio, sem jamais ter pago por qualquer matéria ou notícia, tudo porque eu ousei acreditar na liberdade de expressão e defender que os conservadores e os cristãos merecem um espaço no debate público; que os conservadores e os cristãos devem ter voz na mídia e espaço para defender suas ideias, suas opiniões e suas perspectivas", completou.>
Fakhoury afirmou que não realizou doações de campanha para o então candidato a presidente Jair Bolsonaro.>
O empresário, no entanto, confirmou que financiou a produção de material de campanha em 2018, mas que disse que era de forma espontânea e não para a campanha oficial de Jair Bolsonaro.>
O assunto foi levantado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL), que afirmou ter informações no âmbito do inquérito das fake news que confirmavam o financiamento de material de campanha.>
"O senhor Fakhoury foi acusado de ter bancado material de divulgação de campanha de Bolsonaro na campanha eleitoral à Presidência da República em 2018, mas sem declarar à Justiça Eleitoral", disse Renan.>
"A Polícia Federal encontrou, no computador do Sr. Otávio Fakhoury, notas fiscais emitidas por duas gráficas do Nordeste relativas à campanha eleitoral. Segundo os documentos, foram impressos 560 mil itens de propaganda eleitoral para Bolsonaro, como panfletos e adesivos com a foto do candidato e a proposta de campanha para a Presidência da República", completou o relator.>
Fakhoury depois reconheceu a iniciativa, mas disse que não era ligado à campanha de Bolsonaro.>
"Foi uma campanha que foi feita pelas pessoas, o presidente estava acamado com uma facada. As pessoas, por livre e espontânea vontade, imprimiam o seu material, saíam nas ruas", afirmou.>
"Este valor que foi relatado no inquérito foi um valor que eu fiz de ajuda para grupos, nada tem a ver com a campanha, que estavam imprimindo o próprio material. Grupos em estados do Nordeste que estavam imprimindo o próprio material para distribuir na rua [...]. E eles me pediram se eu podia ajudá-los e assim eu fiz. Cada um imprimiu seu material, ninguém deles, nenhum deles é ligado à campanha", afirmou.>
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