Publicado em 9 de janeiro de 2023 às 21:50
BRASÍLIA - A Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira (9) a intervenção federal na segurança do Distrito Federal, medida decretada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no domingo (8), enquanto golpistas invadiam os prédios dos Três Poderes. >
A intervenção deve durar até o final de janeiro. O texto foi aprovado por unanimidade em votação simbólica e agora deverá ser analisado pelo Senado Federal, o que está marcado para acontecer nesta terça-feira (10).>
A deputada bolsonarista Bia Kicis (PL-DF) tentou postergar a votação, pedindo que houvesse espaço para discutir o decreto. Lira afirmou que isso feria o acordo feito entre os líderes da Casa de que o texto seria apreciado e os discursos aconteceriam posteriormente. A também bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) tentou atrasar a votação, apresentando um requerimento de votação nominal.>
Apenas os partidos Novo e PL liberaram suas bancadas na votação.>
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Em seu parecer, o relator, deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA), afirmou que a causa da perturbação social que motivou o decreto "é gravíssima e autoriza a edição do Decreto Interventivo".>
O deputado diz que os atos criminosos de 8 de janeiro "incitam a ruptura com a ordem constituída, conclamam a dissolução das instituições democráticas e dos Poderes instituídos e exortam o estabelecimento de um novo governo, alicerçado em bases autoritárias e antidemocráticas, portanto incompatível com os fundamentos democráticos de nossa Constituição.">
Pereira Júnior também diz que o Governo do Distrito Federal e sua Secretaria de Segurança Pública "foram, para dizer o mínimo, inábeis, negligentes e omissos ao cuidar de um tema tão sensível, porquanto se tratava de tragédia anunciada.">
"Os ataques às instituições democráticas deste domingo (8) foram prenunciados há tempos por líderes dessas facções autoritárias, em diversas mídias sociais e em pronunciamentos, onde fica evidente que não reconhecem a derrota nas urnas do seu projeto político.">
O decreto de intervenção federal tem força de lei a partir da assinatura do presidente, mas exige aprovação da Câmara dos Deputados e do Senado Federal em regime de urgência. O Congresso pode autorizar ou rejeitar o texto, sem alterações.>
No domingo (8), Lula disse que os manifestantes poderiam ser chamados de nazistas e fascistas e que a esquerda nunca protagonizou um episódio parecido com este no Brasil.>
"Eles vão perceber que a democracia garante direito de liberdade, livre expressão, mas ela também exige que as pessoas respeitem as instituições que foram criadas para fortalecer a democracia".>
O escolhido para comandar a intervenção foi Ricardo Capelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça.>
Capelli foi anunciado como o número dois da Justiça ainda em dezembro. Ele era secretário de estado de comunicação do Maranhão na gestão do então governador Flávio Dino (PSB), hoje Ministro da justiça.>
Ele é jornalista e especialista em administração pública pela FGV. Já ocupou os cargos de secretário municipal, secretário estadual e secretário nacional em diferentes diversas.>
Em cargos na administração pública, o agora interventor trabalhou por sete anos em cargos relacionados à formulação e execução de políticas públicas vinculadas ao esporte.>
Ele atuou em governos do PT. Na gestão Dilma Rousseff, entre 2009 a 2013, foi diretor do Departamento de Incentivo e Fomento ao Esporte, no Ministério do Esporte.>
"A situação no DF está controlada. Daqui a poucas horas, reiniciaremos as operações. Tudo será devidamente apurado. Os criminosos continuarão sendo identificados e punidos", afirmou ele nesta segunda (9).>
Após o domingo de caos na Esplanada, o ministro Alexandre de Moraes determinou o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e o fim dos acampamentos golpistas em frente a quarteis generais no país.>
Na manhã desta segunda (9), o Exército e a Polícia Militar prenderam mais de 1.000 manifestantes que acampavam em frente ao quartel em Brasília.>
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