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Braga Netto se filia ao PL com expectativa de ser vice de Bolsonaro

Braga Netto se filia ao PL com expectativa de ser vice de Bolsonaro

Aliados do ministro, contudo, dizendo que ele ainda conversa com PP e não descartam mudança de última hora

Publicado em 28 de março de 2022 às 10:06

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JULIA CHAIB E MARIANNA HOLANDA

O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, já se filiou ao PL de Valdemar Costa Neto. Ele deve disputar a campanha ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL), como seu vice. O general assinou a ficha para entrar no partido, mas não fez nenhuma divulgação ainda. Aliados do ministro não descartam, porém, que ele possa migrar para outra sigla.

Ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e o presidente Jair Bolsonaro
Ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e o presidente Jair Bolsonaro. (Valter Campanato/Agência Brasil)

Apesar da filiação ao PL, o ministro ainda é cortejado por outras legendas, como o PP. Havia uma tentativa do entorno do presidente de tentar uma composição com outras siglas. A expectativa é a de que a vice pudesse ser de alguém filiado ao partido de Ciro Nogueira (PP), ministro da Casa Civil.

Se Braga Netto se mantiver no PL e concorrer como vice de Bolsonaro, será chapa "puro -sangue" - uma raridade em disputas eleitorais, em especial pela Presidência da República.

O entorno do general diz que tudo pode acontecer até o prazo de desincompatibilização, em 2 de abril. Na data, ele terá de deixar o comando da pasta, se quiser concorrer, assim como todos os outros ministros. 

Braga Netto não compareceu ao evento do PL neste domingo, que teve clima de comício eleitoral, com a presença do presidente. Segundo integrantes do governo e organizadores do evento, isso se deu por dois motivos: por estar à frente da Defesa ainda e para evitar caracterizar o evento como lançamento de chapa.

A ausência do ministro foi combinada com a campanha e com o próprio presidente, para evitar gerar atritos. Ainda que Braga Netto não tenha participado do ato que na prática lançou a candidatura, ele é dado como certo na chapa presidencial, segundo aliados.

O ministro João Roma (Cidadania), que se filiou ao PL e foi ao ato neste domingo, disse que nada é imutável, mas que está muito claro sobre o general ser vice. "O presidente já deu sinalizações, mas acho que nada é imutável. Ele tem muitas opções salutares. Mas, pelo que se falou, acho que está muito clara sinalização que ele [Bolsonaro] deu, disse que seria ministro e pelo que eu soube de Minas [Gerais]. Só falta dizer a cor dos olhos", afirmou.

Na semana passada, em entrevista à Jovem Pan, Bolsonaro disse que seu vice seria mineiro. "Tenho que ter um vice que não tenha ambições de assumir a minha cadeira ao longo de um mandato. Por isso posso adiantar que hoje em dia, por coincidência, o vice é de Minas Gerais", disse.

Outro nome cotado para assumir o posto foi o da ministra da Agricultura, Tereza Cristina (PP), que deixará o governo para disputar a vaga do Senado por Mato Grosso do Sul.

O anúncio do evento desta manhã tinha sido reestruturado após alerta da equipe jurídica de que não há previsão legal para lançamento de pré-candidatura, mas teve clima de comício antecipado.

Em seu discurso, Bolsonaro disse que a eleição de outubro não é luta da esquerda contra a direita, mas "do bem contra o mal", em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), à frente nas pesquisas de intenção de voto. "O nosso inimigo não é externo, é interno. Não é luta da esquerda contra a direita, é do bem contra o mal. E nós vamos vencer essa luta, porque estarei sempre na frente de vocês", disse Bolsonaro durante evento do PL.

Enquanto falava, tinha ao seu lado o ministro Augusto Heleno (GSI). Ele e o almirante Bento Albuquerque foram os únicos militares do primeiro escalão do governo a participar do evento. Os organizadores alteraram o material de divulgação e passaram a chamar o evento de "Movimento Filia Brasil". Mas o próprio Bolsonaro, no sábado, disse que o evento era um lançamento de pré-candidatura.

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