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Bolsonaro não vai incentivar por ser contra obrigatoriedade, diz Pazuello

Bolsonaro não vai incentivar por ser contra obrigatoriedade, diz Pazuello

Segundo o ministro da Saúde, o presidente não estará em campanha da vacina contra Covid-19, mas governo comunicará importância e segurança da imunização

Publicado em 17 de dezembro de 2020 às 16:49

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O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, durante sua cerimônia de posse no Palácio do Planalto.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, durante sua cerimônia de posse no Palácio do Planalto. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não vai participar de campanhas para incentivar a vacinação contra o novo coronavírus. Segundo o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, Bolsonaro quer reforçar que a imunização não é obrigatória.

Em sessão no Senado nesta quinta-feira (17) para discutir o plano nacional de imunização contra a Covid-19, Pazuello foi questionado em dois momentos a respeito da posição de Bolsonaro, que já admitiu que não vai tomar a vacina contra o coronavírus.

"Ainda sobre o Presidente Bolsonaro, há pouquíssimo tempo, semanas, ele fez a seguinte declaração: 'Eu não vou tomar a vacina, e quem quiser tomar que tome'. Eu pergunto ao senhor: o senhor, como Ministro e como cidadão, como general, o senhor também faria essa declaração?", perguntou o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO).

Em seguida, o ministro da Saúde foi novamente questionado se o presidente tomaria a vacina para dar um exemplo para a população. Na semana passada, foi divulgado que a rainha Elizabeth e o príncipe Phillip tomariam a vacina no Reino Unido. Também se noticiou que o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, deve receber a imunização na próxima semana.

Pazuello inicialmente disse que as perguntas sobre o presidente deveriam ser dirigidas ao próprio. Em seguida, no entanto, falou que sua posição seria uma forma de reforçar que a vacina não é obrigatória

"Sobre o Presidente ser voluntário ou não, eu acho que é o mesmo enfoque: ele está reforçando a voluntariedade, e não a obrigatoriedade. É uma visão", disse o ministro.

"Eu acho que, se nós observarmos que cada um deve ter o seu processo decisório e ser voluntário ou não para essa ou para aquela vacina, essa é a liberdade que eu acho que o povo brasileiro sempre tem que ter, e nós, sim, temos que trabalhar para mostrar a eficiência, a eficácia, a segurança em campanhas, em todas as mídias, de forma muito clara" afirmou.

"E, sim, nós vamos dar o exemplo, e todos nós, juntos e com outros atores que podem puxar a representação nacional, deverão estar presentes e apoiando essa campanha", completou.

Nesta semana, o presidente afirmou em um programa de televisão que não tomaria a vacina e ponto final.

"Eu não posso falar. Como cidadão é uma coisa e como presidente é outra. Mas como eu nunca fugi da verdade, eu digo: Eu não vou tomar a vacina. Se alguém acha que a minha vida está em risco, o problema é meu e ponto final", disse, em entrevista ao apresentado José Luiz Datena.

A atitude pessoal do presidente durante a pandemia foi objetivo de críticas por parte de diversos senadores. Marcelos Castro (MDB-PI), ex-ministro da Saúde, lembrou a fala de Bolsonaro alegando que a Covid se tratava de uma gripezinha.

"Infelizmente, nós começamos, embora muitos cientistas alertassem para a gravidade do problema, com muitas pessoas numa linha negacionista: que seria uma gripezinha que não iria matar mais do que a H1N1 havia matado no ano anterior, que seriam 780 pessoas, que todo mundo iria pegar esse vírus, que era uma força da natureza, e que o isolamento social seria um desperdício, uma bobagem; e que, por ser uma força da natureza, ela tinha um ciclo autônomo e, com 12 a 13 semanas, findaria", disse.

"Qual é a realidade hoje? Em vez de morrerem menos de mil pessoas, já morreram 184 mil. Em vez de 12 a 13 semanas, nós estamos com 12 a 13 meses".

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