Publicado em 18 de agosto de 2022 às 14:44
BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro (PL) se envolveu nesta quinta-feira (18) em uma confusão com o youtuber Wilker Leão na saída do Palácio da Alvorada, em Brasília.>
As imagens foram registradas pela TV Globo. Bolsonaro agarra Wilker pela camisa e tenta tirar seu celular, após ser xingado de "tchutchuca do centrão" e "vagabundo".>
Gravando com o celular em meio a apoiadores do presidente, o youtuber questiona Bolsonaro sobre a sanção ao projeto que delimitou a delação premiada - ele é então retirado e jogado no chão.>
Wilker chama Bolsonaro de "tchutchuca do centrão" e o xinga de "safado", "covarde" e "vagabundo". Ao se aproximar novamente, o chefe do Executivo puxa o youtuber pelo braço e tenta tirar o celular de sua mão.>
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Neste momento, integrantes da segurança do presidente afastam Wilker do presidente e de seus apoiadores. Bolsonaro pede para que não filmem o momento. "Filma, não".>
Enquanto o rapaz está afastado, o presidente fala com os apoiadores para não agirem contra ele, porque "isso vai continuar". "É o direito dele, mas está sendo mal educado", afirmou.>
Depois, Wilker volta e os dois conversam, mais tranquilos. O presidente diz que ele pode filmar. Então, o youtuber questiona-o sobre delação premiada, armas e as emendas de relator.>
"Não posso ser um cara, presidente, 100%, vai desagradar um ou outro em alguma ou outra coisa, vai desagradar", disse.>
O chefe do Executivo se defendeu de sua aliança com o centrão, criticada pelo youtuber. Ele disse precisar do apoio do centrão para governar, uma vez que são cerca de 300 deputados entre os 513.>
"Todo partido tem pessoas que devem alguma coisa, ou você acha que o PT não tem?", questionou.>
Enquanto eles falavam, apoiadores se queixavam do youtuber. Pediam que parasse, para que pudessem fazer selfies, e chamavam-no de "inconveniente". Logo depois, Bolsonaro encerra a conversa e vai embora.>
Wilker já esteve no Palácio da Alvorada entre apoiadores do presidente há cerca de um mês. Na ocasião, fez um vídeo questionando-os a respeito da reunião do chefe do Executivo com embaixadores para desacreditar as urnas eletrônicas.>
Em seu canal do Youtube, ele se apresenta como advogado e cabo do Exército, e diz tratar sobre "temas polêmicos e relevantes acerca do militarismo, do direito e da política".>
Wilker Leão publicou em seu canal no YouTube o vídeo da confusão na qual se envolveu com o presidente Jair Bolsonaro (PL), na manhã desta quinta (18), na saída do Palácio da Alvorada, em Brasília.>
Em 2020, para evitar a abertura de um processo de impeachment, Bolsonaro intensificou a ampliação de sua base aliada por meio da antes contestada política do tomá-lá-dá-cá, com a entrega de cargos e recursos para parlamentares aliados do governo, em especial do chamado bloco do centrão.>
A Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), por exemplo, é uma empresa estatal entregue por Bolsonaro ao controle desse grupo em troca de apoio político.>
Ela foi turbinada às custas das emendas de relator, que favorecem parlamentares influentes do centrão.>
Impulsionada por verbas de emendas parlamentares, a Codevasf já firmou contratos para distribuição de quase R$ 600 milhões em máquinas, veículos e equipamentos desde 2021, mas sem critérios técnicos e para atender a vontade de deputados federais e senadores.>
Às portas do período eleitoral e na esteira da explosão de gastos com emendas de relator, os valores com esse tipo de doação saltaram de R$ 178 milhões, em 2020, para R$ 487 milhões, em 2021, alta de 173%.>
Só nos primeiros cinco meses de 2022, o montante chegou a R$ 100 milhões, segundo levantamento da Folha de S.Paulo a partir de dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação.>
A lista de bens distribuídos principalmente a aliados dos parlamentares padrinhos das emendas inclui até kits de panificação e freezers, além de barcos de alumínio, furgões, caminhões basculantes, caminhões de lixo, tratores, implementos agrícolas, motoniveladoras e retroescavadeiras.>
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