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Arthur Lira lança candidatura à presidência da Câmara

Arthur Lira lança candidatura à presidência da Câmara

O deputado é líder do PP e do Centrão, bloco de partidos que integra a base aliada de Bolsonaro. Atual presidente da Casa, Rodrigo Maia deve apoiar outra candidatura

Publicado em 9 de dezembro de 2020 às 17:33

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Deputado Arthur Lira (PP-AL) é um dos aliados do presidente Jair Bolsonaro na Câmara
Deputado Arthur Lira (PP-AL) é um dos aliados do presidente Jair Bolsonaro na Câmara. (Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados)

Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, o deputado Arthur Lira (PP-AL) lançou nesta quarta-feira (9) sua candidatura à presidência da Câmara. Lira é líder do PP na Casa e também do centrão –grupo de partidos que se aproximou do governo após a liberação de cargos e emendas.

Além do PP, a campanha de Lira afirma ter votos dos outros oito partidos. Juntos, PL, PSD, Solidariedade, Avante, PSC, PTB, PROS, Patriota e PP somam cerca de 170 deputados.

Mesmo com deserções no bloco, o grupo do candidato do governo se mostra, até o momento, mais coeso e maior que o entorno de Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Câmara, que tenta eleger um sucessor independente ao Palácio do Planalto.

Em novembro, a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria para manter Lira como réu acusado de corrupção passiva no processo em que é investigado por receber R$ 106 mil em propina.

O Palácio do Planalto tem atuado a favor de Lira. O governo avalia uma reforma ministerial para acomodar aliados e puxar mais votos para o candidato alinhado a Bolsonaro. A liberação de emendas também está em jogo para impulsionar Lira na eleição.

A estratégia de Lira foi sair na frente e já oficializar a campanha ao cargo enquanto Maia tenta unir o bloco independente –com 106 membros e formado por MDB, PSDB, DEM, Cidadania e PV– em apenas um candidato.

As duas alas disputam votos nas siglas de esquerda (PT, PSB, PDT, PCdoB e PSOL), que reúnem 132 deputados. Por isso, Lira tem usado um discurso moderado. "O plenário depende dos partidos de centro", afirmou ele ao se lançar candidato.

Para competir com Lira, o grupo de Maia avalia também lançar nesta quarta o candidato do grupo. O mais cotado até o momento é Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que, apesar de ser do PP (mesmo partido de Lira), mantém postura autônoma em relação à sigla e às negociações com o governo. Ribeiro, portanto, não tem o respaldo do PP para se lançar como adversário de Lira.

Além dele, o grupo também analisa os nomes de Baleia Rossi (PSDB-SP), Elmar Nascimento (DEM-BA) ou Luciano Bivar (PSL-PE).

Maia tenta atrair ainda o Republicanos, partido com 32 deputados, mas que, em reunião nesta quarta decidiu sustentar uma candidatura própria, a do presidente da legenda, Marcos Pereira (SP).

A eleição para a presidência da Câmara será no dia 1º de fevereiro. As articulações se intensificaram nesta semana, após o STF (Supremo Tribunal Federal) impedir que Maia e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), concorram à reeleição.

Além do apoio da máquina pública do governo, Lira tenta ainda atrair o apoio nas siglas de esquerda. A aliados, ele disse acreditar em votos, principalmente do PSB.

Com o lema "Para toda a Câmara ter voz", a campanha de Lira foi lançada em ato com a presença de representantes dos partidos aliados a ele. Todos eles discursaram antes do deputado do PP.

Integrantes de partidos que não fecharam apoio a Lira, como PSL e PSB, também estiveram presentes. A bancada feminina alinhada a Lira negocia para que a chapa dele tenha pelo menos uma mulher.

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