Publicado em 28 de março de 2020 às 14:31
Após repercussão negativa e diversas ações judiciais contra a campanha "O Brasil não pode parar", o governo Jair Bolsonaro apagou ao menos três publicações com o slogan nas redes sociais que defendiam o fim do isolamento social em meio à pandemia do novo coronavírus.>
Apesar de terem sido deletadas, as imagens ficaram disponíveis por três dias nas contas oficiais do governo, tiveram milhares de reações e estão registradas. >
As postagens estavam visíveis até a noite de sexta-feira (27) mas neste sábado já não eram exibidas. A Justiça Federal do Rio determinou a suspensão da campanha que prega a volta dos brasileiros ao trabalho.>
Na quarta-feira, um dia depois do pronunciamento feito pelo presidente Jair Bolsonaro em cadeia nacional, a Secretaria Especial de Comunicação (Secom) publicou duas imagens no Twitter e no Instagram com a hashtag "#OBrasilNãoPodeParar".>
>
Na legenda, escreveu que "no mundo todo, são raros os casos de vítimas fatais do coronavírus entre jovens e adultos". >
A campanha dá a senha para a defesa do fim do isolamento horizontal. "A quase totalidade dos óbitos se deu com idosos. Portanto, é preciso proteger estas pessoas e todos os integrantes dos grupos de risco, com todo cuidado, carinho e respeito. Para estes, o isolamento. Para todos os demais, distanciamento, atenção redobrada e muita responsabilidade. Vamos, com cuidado e consciência, voltar à normalidade", dizia o texto, agora apagado.>
A campanha ignora que jovens, circulando normalmente, podem contaminar os idosos. É por isso que profissionais de saúde defendem o isolamento social.>
Nos últimos dias, também começou a circular um vídeo com a mesma temática pelo Whatsapp. Ao final das imagens, aparece a marca do governo federal. Um dos filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro, compartilhou a peça em suas redes sociais.>
Na sexta, a Secom admitiu a existência do vídeo, mas disse que se tratava de um projeto "experimental", que não passou pelo crivo do governo. Também disse que "por enquanto" não há campanha em circulação.>
Neste sábado, no entanto, após a Justiça determinar a suspensão da campanha e uma retratação do governo, a Secom divulgou uma nova nota na qual nega ter veiculado peças publicitárias sobre o tema e a existência de qualquer campanha. Questionada, a Secom não respondeu por que as publicações foram apagadas.>
A secretaria também não explicou por que fez publicações com o slogan #OBrasilNãoPodeParar e encomendou um vídeo se não havia uma campanha.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta