Publicado em 26 de fevereiro de 2021 às 18:18
- Atualizado há 5 anos
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) enviou um grupo de técnicos à Índia para fazer uma inspeção na fábrica da Bharat Biotech, empresa que produz a vacina Covaxin. O objetivo é avaliar as condições de fabricação das vacinas e do insumo farmacêutico usado no processo. >
Segundo a agência, a inspeção vai de segunda (1º) a sexta (5). Cinco servidores foram deslocados para a vistoria. A previsão é que eles cheguem à Índia nesta sexta (26).>
O processo faz parte da avaliação para que a empresa possa obter um certificado de boas práticas de fabricação, um dos documentos exigidos pela Anvisa para avaliar pedidos de uso emergencial ou registro de imunizantes no país.>
No processo, segundo a Anvisa, "são verificados os processos de trabalho, as estruturas físicas das áreas de produção, armazenamento e laboratórios de controle de qualidade, além de toda a documentação do sistema de garantia de qualidade da empresa".>
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Ainda de acordo com a agência, o pedido de inspeção foi feito em 13 de fevereiro pelo laboratório, mas agendado para março em decisão conjunta com a empresa.>
Nesta quinta (25), o Ministério da Saúde informou ter assinado um contrato para obter 20 milhões de doses da Covaxin.>
O acordo foi fechado com o laboratório Precisa Medicamentos, que tem uma parceria com a Bharat Biotech e deve receber as doses importadas da Índia. Segundo a pasta, o investimento total é de R$ 1,6 bilhão.>
Apesar do acordo, a vacina ainda não tem aval da Anvisa, necessário para que as doses sejam ofertadas à população.>
Em nota divulgada nesta sexta (26), a agência diz não recebeu pedido até o momento para aval a estudos clínicos nem para autorização de uso emergencial da vacina Covaxin.>
Nesta quinta, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse em reunião com secretários de saúde que a previsão é que a empresa solicite esse aval nos próximos dias.>
A empresa, no entanto, ainda não terminou os estudos de fase 3, necessários para verificar a eficácia da vacina.>
A ausência desses dados levou o Ministério Público do Tribunal de Contas da União a pedir ao TCU (Tribunal de Contas da União) que adote medida cautelar para que o governo federal suspenda a compra das doses.>
"A aquisição de vacinas ainda não testadas atrasa ainda mais a vacinação dos brasileiros e coloca em risco da vida de milhões, no momento em que enfrentamos a pior fase da doença, com o recorde de mortes diárias atingido recentemente", afirmou o sub-procurador do órgão, Lucas Rocha Furtado.>
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