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'1ª vez na história que 'exilado' tem apoio do governo', diz Maia sobre Weintraub

'1ª vez na história que 'exilado' tem apoio do governo', diz Maia sobre Weintraub

As declarações do presidente da Câmara foram dadas em entrevista antes da sessão realizada para votar o projeto que muda o código de trânsito brasileiro

Publicado em 23 de junho de 2020 às 17:03

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Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, em meio à pandemia do coronavírus
Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, em meio à pandemia do coronavírus. (Najara Araujo/Câmara dos Deputados)

presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ironizou nesta terça-feira (23) a rápida saída de Abraham Weintraub do país e afirmou ser o primeiro caso de uma pessoa que diz ser perseguida, mas conta com apoio do governo.

As declarações foram dadas em entrevista antes da sessão realizada para votar o projeto que muda o código de trânsito brasileiro.

Weintraub viajou na sexta-feira (19) para Miami e já se encontrava nos EUA na manhã de sábado (20), horas antes de a exoneração ser oficializada no Diário Oficial da União. Nesta terça, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) retificou a data de demissão do ex-ministro e estabeleceu que a exoneração passou a valer na sexta-feira.

Nesta terça, Maia questionou o porquê da saída rápida do ex-ministro. "Eu não entendi por que...ele tava fugindo de alguém? Estranho, não é? Vai ser a primeira vez na história que alguém diz que está exilado e tem o apoio do governo, né?, disse. "Geralmente é o contrário. As pessoas fogem porque estão sendo perseguidas por um governo."

O deputado qualificou a saída de Weintraub de "meio atabalhoada" e afirmou não fazer sentido. "Ninguém está sentindo falta dele no Ministério da Educação. Ninguém queria que ele ficasse no Brasil de qualquer jeito, porque, de fato, é uma pessoa que mais atrapalhou do que ajudou."

Maia ironizou o que viu como "necessidade" de "criar um ambiente para ele sair correndo do Brasil".

Segundo o presidente da Câmara, como Weintraub foi indicado para uma diretoria do Banco Mundial, "certamente teria autorização dos Estados Unidos para entrar no país".

A ida às pressas de Weintraub aos EUA antes mesmo de oficializada a sua demissão levantou dúvidas sobre como ele entrou em território americano e como vai permanecer no país com as restrições impostas a passageiros que chegam do Brasil em meio à pandemia do coronavírus.

Ministros de Estado têm direito a passaporte diplomático, e Weintraub foi beneficiado com o documento em julho de 2019, segundo informações do Ministério das Relações Exteriores. Não há informação oficial se ele fez uso desse passaporte e se viajou com a família.

Na semana passada, ao comentar a saída do ex-ministro e a indicação para o Banco Mundial, Maia alfinetou Weintraub. "É porque não sabem que ele trabalhou no banco Votorantim, que quebrou em 2009, ele era um dos economistas do banco."

Após 14 meses e 10 dias em que acumulou polêmicas e pouco realizou no Ministério da Educação, Weintraub caiu em decorrência de um longo desgaste político com os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), agravado com o episódio do último domingo (14) em que compareceu a um protesto em Brasília de apoiadores do governo.

No encontro com manifestantes, sem citar ministros do STF, Weintraub voltou a usar a palavra "vagabundos", em uma referência a afirmação dele na reunião ministerial de 22 de abril, em que disse: "Eu, por mim, colocava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF".

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