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É secretário-geral do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Espírito Santo (Setpes)

Risco de contágio por Covid-19 em ônibus não é maior que em outros locais

Ao longo do novo normal, as empresas de transporte de passageiros vêm se desdobrando e se reinventando para proporcionar um transporte seguro e responsável

  • Jaime de Angeli É secretário-geral do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Espírito Santo (Setpes)
Publicado em 07/02/2022 às 15h25
Movimentação de usuários do Transcol no Terminal do Ibes. A grande maioria dos passageiros está usando máscaras de proteção contra o coronavírus. Mas ainda é possível ver alguns sem ela.
Movimentação de usuários do Transcol no Terminal do Ibes, em 2020. Crédito: Carlos Alberto Silva

Em dois anos de pandemia, o transporte coletivo de passageiros segue como um dos setores mais afetados. Além da óbvia redução do número de viagens e passageiros, a alta do diesel, principal insumo para a operação das viagens, vem alarmando o setor. Outro problema, além dos já citados, é a desinformação em assuntos referentes à segurança dos passageiros e colaboradores em relação ao contágio pela Covid-19.

A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) é uma das entidades que, constantemente, realiza levantamentos e estudos para entender as dificuldades e os acertos do transporte público dentro desse novo contexto. Em um primeiro levantamento, ainda em 2020, a NTU mostrou a principal medida de proteção adotada pelas empresas brasileiras foi a higienização dos veículos - 45% da amostra. Outras medidas foram a limitação de passageiros, adotada por 30%, o uso obrigatório de máscaras, determinado por 30% das companhias e a circulação exclusiva dos coletivos com as janelas abertas, seguida por 24%.

Além disso, a bilhetagem eletrônica também tem sido uma aliada na redução do contágio da Covid-19. A medida, adotada exclusivamente na região metropolitana do Espírito Santo desde 2020, segue as tendências apontadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que constatou que o dinheiro é uma via de contágio do novo coronavírus, já que ele pode permanecer ativo nas cédulas num período de três a cinco dias. Isso porque um indivíduo contaminado que manuseia o dinheiro  pode contaminar o receptor da cédula. Assim, os cobradores correriam altos riscos de infecção caso a proibição do pagamento de passagens em dinheiro não fosse decretada.

Um outro estudo feito pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA) e pela Universidade de Oxford (Inglaterra) aponta que, mesmo com alta ocupação, o risco de contágio é baixo no transporte coletivo, pelas características do serviço. Entre os fatores para o baixo risco estão o período de curta permanência, a ventilação dentro dos veículos, o uso obrigatório de máscaras, a pouca interação entre os ocupantes e, é claro, os protocolos de segurança. Aspectos que diferenciam o transporte das festas e encontros sociais, que ocorrem com menos rigor e mais informalidade.

Já um levantamento, desenvolvido pela Marcopolo e pela Universidade de Caxias do Sul, constatou que o volume de ar por pessoa dentro de um ônibus chega a ser 63% superior do que o exigido pela ABNT para renovação de ar em estabelecimentos comerciais como shopping centers, bancos, supermercados, academias e aeroportos, entre outros.

O que quero dizer é que, ao longo do novo normal, as empresas de transporte de passageiros vêm se desdobrando e se reinventando para proporcionar um transporte seguro e responsável. O tráfego de passageiros no transporte coletivo urbano, além de essencial para a população, não traz riscos significativos para os usuários do sistema ou colaboradores.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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