Quando celebramos o último réveillon, não imaginávamos que o novo ano traria consigo o ineditismo de uma doença que, revestida de um antigo vírus, viria a ameaçar toda a humanidade. Tivemos que nos reiventar, antecipar ou adiar projetos, rever expectativas, refazer planos, encontrar novas formas de conexão.
Inseridos nos principais grupos de risco, os profissionais da área de saúde se viram diante do desafio de reforçar cuidados, que já praticavam no dia a dia, para prestarem assistência no combate à doença. Ao mesmo tempo, preservarem a sua própria saúde e dos seus familiares. E tudo isso, muitas vezes, diante de condições laborais precárias, incluindo insegurança, falta de medicamentos e equipamentos de proteção, sobrecarga de trabalho.
Infelizmente, muitos profissionais contraíram e continuam contraindo a Covid-19, com perda de vidas. Em singelas, mas justas homenagens, muitos jornais, revistas e postagens de redes sociais prestaram seu reconhecimento a esses médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de saúde, a quem chamaram de heróis nessa guerra contra o coronavírus.
Neste mês de outubro, mais precisamente neste dia 16, comemora-se a data de uma dessas profissões, considerada uma das que mais têm se exposto à Covid-19: a anestesiologia.
Com vital protagonismo no tratamento da doença, o especialista é preparado para intubar e manter os pacientes sedados quando internados. Um procedimento necessário quando o doente não consegue oxigênio suficiente e precisa de um tempo maior de vida para que seu organismo combata e vença o vírus. A técnica demanda experiência, agilidade e dedicação especial, e ao mesmo tempo deixa os profissionais ainda mais expostos ao vírus.
E seu trabalho não se limita a isso. Considerado um profissional polivalente, ele pode começar o dia anestesiando um prematuro e terminá-lo com a cirurgia de um idoso de 90 anos. Seja em uma operação, seja em um exame mais complexo, ele está presente antes, com a visita pré-anestésica; durante, mantendo os parâmetros vitais do paciente; e depois, certificando-se de que ele está totalmente recuperado da anestesia. Uma polivalência e um conhecimento que exigem intenso treinamento, amplas habilidades técnicas e muita dedicação.
Aos que ainda se perguntam: sim, o anestesista é um médico. E como todo profissional de Medicina, está sempre evoluindo em busca de maneiras mais eficientes e confiáveis de oferecer conforto e segurança ao paciente. De certo não usa capa, com os heróis das revistas, mas seu jaleco está sempre à mão. Afinal, o seu trabalho jamais pode parar.
O autor é presidente da Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Estado do Espírito Santo (Coopanestes)
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