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É pediatra e neurologista infantil; doutor em Ciências Médicas/Unicamp (PhD on Medical Science)

Como amenizar os riscos do sonambulismo na infância

O que preocupa é que os episódios são estressantes para os pais e geram muita ansiedade por causa do risco de acidentes

  • Clay Brites É pediatra e neurologista infantil; doutor em Ciências Médicas/Unicamp (PhD on Medical Science)
Publicado em 27/07/2022 às 11h52

O sonambulismo é um transtorno de sono em que, na sua fase mais profunda, a criança faz movimentos e assume comportamentos como se estivesse acordada, mas, na realidade, encontra-se em sono profundo, dormindo. Sabemos que as fases do sono, na infância, ainda estão em processo de maturação e, em algumas delas, podem ser anormais e cursarem com instabilidades e comportamentos estranhos.

Na maioria dos casos, o sonambulismo começa na infância, persiste até adolescência e pode chegar na fase adulta. As manifestações do sonambulismo são diversas, como: fazer xixi no chão, abrir a porta e sair, ir à cozinha, abrir e mexer nas gavetas e geladeira, andar pelos corredores, falar e conversar, entre outros. Costuma ter um histórico familiar, com predisposição genética, e pode se associar a transtornos de neurodesenvolvimento e outros distúrbios neurológicos.

O que preocupa é que os episódios são estressantes para os pais e geram muita ansiedade por causa do risco de acidente. O que os pais ou cuidadores devem fazer em um episódio de sonambulismo é proteger a criança e levá-la para o quarto, falar baixo e delicadamente com ela. Evite acordá-la e a mantenha tranquila. Não há um tratamento eficaz, e o mais adequado é evitar os fatores que desencadeiam os casos.

O que se recomenda para pessoas sonâmbulas é regular e estabilizar os horários de sono criando uma rotina para a criança dormir, evitar uso de medicamentos e de alimentos estimulantes e não agitar nem excitar a criança ao final do dia. Alguns cuidados importantes que se deve ter em casa são evitar objetos cortantes à altura, retirar móveis que bloqueiem os corredores, colocar portões nas escadas e fechar com chave as portas e travessas da casa, cercar piscinas e evitar colocá-la para dormir em beliches.

Em relação ao tratamento, em casos mais intensos e severos, pode-se utilizar medicamentos para ajudar a regularizar o sono da criança. Apesar de não ter cura, existem meios de manejo, controle e a perspectiva que o distúrbio tende a desaparecer com o tempo na maioria dos casos. Caso seu filho tenha algum episódio de sonambulismo, procure o especialista.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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