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Maestro João Carlos Martins revela diagnóstico de câncer de próstata; veja os sinais

Maestro João Carlos Martins revela diagnóstico de câncer de próstata; veja os sinais

No Brasil, o câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens. A doença causa cerca de 15 mil mortes anuais

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Guilherme Sillva

Editor do Se Cuida / [email protected]

Publicado em 27 de abril de 2025 às 20:41

João Carlos Martins chega aos 80 anos como maestro da arte da superação
João Carlos Martins revelou que foi diagnosticado com câncer na próstata Crédito: Ale Catan / Divulgação

O maestro João Carlos Martins, 84 anos, revelou que foi diagnosticado com câncer na próstata, em março. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, ele contou que fez a biópsia e já realizou a cirurgia para retirar o tumor.

O maestro contou que a notícia sobre o câncer foi 'devastadora'. "O câncer foi extirpado da próstata. É evidente que sempre pode haver uma reincidência. Mas não vai ser o meu caso", disse João Carlos à colunista Mônica Bergamo.

Aos 84 anos, depois de ter realizado 30 cirurgias, principalmente nas mãos, a última coisa que eu esperava era ser diagnosticado com câncer na próstata. E isso aconteceu, em março passado

João Carlos Martins

Maestro

O maestro contou que o pós-operatório foi dramático. "Começou uma operação de guerra que durou 24 horas. Eu tenho até vergonha de contar. Injetaram um litro [de uma substância para desobstruir o intestino]. Era como se eu estivesse em uma galeria de esgoto. Eu precisava ser trocado de meia em meia hora. Meu Deus do céu! Foi a pior noite da minha vida. Fiquei traumatizado. Eu durmo e acordo com isso. Mas, graças a Deus, eles me salvaram".

Entenda a doença

No Brasil, o câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens. A doença causa cerca de 15 mil mortes anuais. Cerca de 75% dos casos atingem homens com 65 anos ou mais. 

A próstata é uma glândula presente apenas no organismo masculino e se localiza na parte baixa do abdômen. "É um órgão pequeno, posicionado à frente do reto, na parte final do intestino grosso. O câncer de próstata se manifesta na glândula do sistema reprodutor masculino e, se diagnosticado precocemente, tem mais de 90% de cura. A doença é silenciosa. Quando surgem os primeiros sintomas, a maioria dos tumores já está em fase avançada", diz o urologista Carlos Chagas. 

Sinais do câncer de próstata

Dor óssea

Dificuldade e dores ao urinar

Presença de sangue na urina e/ou no sêmen

Diminuição do jato de urina

Vontade de urinar com frequência

Todo homem a partir dos 50 anos deve ir regularmente ao urologista e conversar sobre os exames de análise da glândula. "Fortalecer a imunidade, prevenir contra a obesidade, ter uma alimentação saudável e praticar exercícios regularmente ajudam a diminuir o risco de câncer de próstata. Evitar o consumo de álcool e o tabagismo também são recomendações que colaboram com a prevenção contra essa e outras doenças", diz Carlos Chagas. 

Toque retal

É recomendável que homens a partir de 50 anos (e 45 anos para quem tem histórico da doença na família) façam anualmente o exame clínico (toque retal) e a medição do antígeno prostático específico (PSA) - feito por meio de um exame simples de sangue - para rastrear possíveis alterações que indiquem aparecimento da doença.

"Fazer o exame de toque retal é necessário, pois o exame de sangue do PSA pode estar normal em até 15 ou 20% dos casos de câncer de próstata", diz o urologista Walas Silvério da Rocha. O toque retal dura entre 10 e 15 segundos e pode ser decisivo para salvar vidas.

O rastreamento pela medida do PSA e pelo toque retal é importante, pois o câncer de próstata não causa sintomas. “Sua localização na zona periférica da próstata faz com que o câncer não cause sintomas. Esses aparecem tardiamente durante a progressão da doença. Ao contrário de sintomas como dificuldade de urinar, que, em geral se devem à hiperplasia benigna, uma ocorrência muito comum no homem e que praticamente afetará a todos com o envelhecimento”, explica a médica patologista Kátia Moreira Leite.

Tratamento

O tratamento depende do estágio e da agressividade em que a doença se encontra. Eles devem ser projetados individualmente para cada paciente de acordo com o seu quadro clínico pessoal. “No caso em que a doença se encontra no estágio inicial e com características de baixa agressividade, o acompanhamento vigilante com consultas e exames periódicos deve ser discutido com o paciente, uma vez que é possível poupar os mesmos de algumas toxicidades que o tratamento causa”, diz o oncologista Paulo Lages. 

A oncologista Mariane Fontes diz que nos outros casos de doença, a cirurgia e a radioterapia associadas ou não a bloqueio hormonal, além da braquiterapia (também conhecida como radioterapia interna), podem ser realizadas com boas taxas de resposta positiva.

Quando os pacientes apresentam metástases, diversos tratamentos podem ser realizados, como o bloqueio hormonal, a quimioterapia, novos medicamentos que controlam os hormônios por via oral e também uma nova classe de remédios que são conhecidas como radioisótopos, partículas que se ligam no osso e emitem doses pequenas de radioterapia nestes locais.

O urologista Carlos Chagas diz que a cirurgia de câncer ocorre após definição de uma série de fatores, desde o estágio da doença até as condições de saúde do paciente. "Quando há indicação para a cirurgia do tumor prostático, o procedimento consiste em retirar a próstata. Já o tipo de cirurgia oncológica escolhida pode ser: a forma convencional, a videolaparoscopia ou a cirurgia robótica. A cirurgia robótica hoje é a mais indicada. O uso da tecnologia propicia uma visão mais detalhada, movimentos mais precisos e incisões muito menores. Isso significa, para o paciente, procedimentos mais seguros, menos dolorosos e com menos tempo de recuperação e internação".

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