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Ter dengue pode reduzir chance de contrair Zika

Ter dengue pode reduzir chance de contrair Zika

Estudo diz que infectados por mosquito criam anticorpos

Publicado em 9 de fevereiro de 2019 às 01:19

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Mulher grávida: vírus da zika infecta bebês e causa microcefalia. (Shutterstock)

A relação entre a dengue e a zika ganha mais um capítulo que pode ajudar na prevenção de surtos da doença. Pesquisadores do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA) publicaram um artigo na revista “Science” com um levantamento que mostra que pessoas que adquiriram imunidade após infecção pelo vírus da dengue têm risco reduzido de ter zika, ambos transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti.

A zika, em mulheres grávidas, pode levar os bebês a desenvolverem microcefalia. O estudo foi realizado em colaboração com a Fiocruz Bahia e outros parceiros internacionais, como a Escola de Saúde Pública da Universidade de Yale, nos Estados Unidos.

“Já havia alguns estudos que mostravam que determinados tipos de dengue têm relação com outras doenças. Aprofundamos isso com um trunfo que temos. Há duas décadas, fazemos pesquisas de saúde com trabalhadores urbanos em áreas mais vulneráveis e, desde 2003, começamos um trabalho na comunidade de Pau da Lima (em Salvador) com acompanhamento semestral dos diversos tipos de doenças”, afirma Federico Costa, um dos coordenadores da pesquisa.

Com a proximidade da comunidade e um trabalho de longa duração nela, os pesquisadores já tinham um grande mapeamento das doenças e passaram a fazer um recorte sobre a relação entre a incidência dos vírus da zika e da dengue.

 GRUPO

Aedes aegypti é o transmissor da dengue e da zika. (Arquivo)

No estudo, foram acompanhados 1.453 moradores entre os meses de março e outubro de 2015 e foi percebido que 73% das pessoas investigadas contraíram zika durante o surto da doença.

A pesquisa mostrou que houve redução de contágio em até 25% entre aqueles que desenvolveram anticorpos após uma infecção anterior de dengue. Em alguns subgrupos, esse percentual de redução de contágio chegou a um percentual de 44%.

“Isso mostra que tem barreira para infecção, e essa relação entre vírus pode ser importante para a estratégia de vacinação. Atualmente, o Brasil está trabalhando para a vacinação da dengue, e ter esta relação estabelecida ajuda no combate à doença”, afirma Costa.

BOLETIM

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De acordo com um dos últimos boletins epidemiológicos divulgado pelo Ministério da Saúde, até dezembro de 2018, foram 174.724 casos confirmados de dengue e 3.984 de zika no ano. (Agência O Globo)

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