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Verão em Guarapari: praias e gastronomia dão fama ao balneário

Verão em Guarapari: praias e gastronomia dão fama ao balneário

Mais de 50 praias, biodiversidade e tipos de  moquecas fazem da cidade um dos principais destinos na estação

Publicado em 16 de janeiro de 2020 às 16:35

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Praia da Aldeia é um dos cartões-postais da cidade. (Luciney Araújo)

Por Luana Esteves

A principal cidade turística do estado vive mais um verão em altas temperaturas e expectativas, já que seus 122 mil habitantes compartilham o lugar com um milhão de turistas nesta temporada, oito vezes mais pessoas que a população residente. Hotéis, pousadas, casas de aluguel recebem gente de vários cantos do país e, em especial, de Minas Gerais. Época para aquecer os corpos bronzeados e a economia da cidade, já que, bonita por natureza, Guarapari é esse pedacinho de céu na terra, belo demais para guardarmos só entre nós, capixabas. Mas caso você ainda não conheça, que tal se jogar na cidade saúde?

Pelo litoral

A 51 km da capital, ainda na região metropolitana da Grande Vitória, Guarapari oferece opções para todos os bolsos e gostos: são mais de 50 praias. Se você gosta do vuco-vuco e de lutar por seu lugar ao sol tomando uma cerveja, uma boa pedida é a Praia do Morro, com 3 km de extensão, onde ambulantes passam com todo tipo de aperitivo e acessório e onde também encontramos a maior concentração de mineiros por metro quadrado. Se você gosta de badalação e bons drinques, as praias da Bacutia e Peracanga são pra você, onde vai encontrar barraca de coquetéis, como um bom gim, e um clima de pegação. Mas se o seu foco é se jogar nas ondas do mar, as praias mais ao norte, como Setiba e Ulé, são os points. As praias mais centrais, como Castanheiras, Praia das Virtudes e dos Namorados concentram mais famílias. Há também cantinhos menos explorados, com praias mais inusitadas, como a Praia do Netuno, no Parque Ecológico Marinho Aldeia da Praia, onde há uma estátua do Netuno, Deus romano do oceano, bem no meio do mar de águas cristalinas.

Biodiversidade

Praia do netuno: menos explorada. (Luciney Araújo)

A beleza da “cidade saúde” também está nas águas profundas, já que Guarapari tem uma das maiores biodiversidades marinhas do país, com uma infinidade de peixes, corais e diferentes formas de vida. “Em se tratando de vida marinha, pesquisas comprovam que não perdemos em nada para Abrolhos na Bahia ou Fernando de Noronha, que acabam tendo mais destaque pela visibilidade transparente da água”, explica o mergulhador profissional Bruno Felipeto, sócio de uma agência de turismo focada em mergulho. “Guarapari é ideal porque tem condições tanto para iniciantes quanto profissionais”, complementa. O mergulho de batismo sai a R$ 350 por pessoa, vai de 8h às 14h e permite ir a até 12 metros de profundidade.

Os pontos de mergulho mais procurados são as Ilhas Rasas e a Ilha Escalvada, devido à biodiversidade e às águas claras. Mas o mergulho de naufrágio é um destaque em Guarapari, tendo o maior recife artificial da América Latina, o Victory, um navio que foi afundado em 2003 a 11 km da costa e que chega a até 36 metros de profundidade. “Esse é um prato cheio para mergulhadores profissionais. Vem gente de todos os cantos do mundo para conhecer”, conta Bruno.

Casamento perfeito

Moqueca de banana é destaque na gastronomia. (Luciney Araújo)

No litoral, falou em gastronomia, o pensamento vai logo para os frutos do mar. Em Guarapari não é diferente, mas com licença moqueca capixaba, porque o destaque aqui é a sua irmã, a moqueca de banana. Já incorporada na culinária capixaba, servida não só como acompanhamento, mas também prato principal, a iguaria nasceu em terra guarapariense, mais especificamente em Meaípe pelas mãos de Idalina Matos, que conduz o restaurante Gaeta ao lado de Nhozinho Matos, seu esposo há mais de 50 anos.

“Há uns 38 anos, recebemos um grupo de indianos que estava a trabalho aqui em Meaípe. Eles ficaram uma semana na região e vieram almoçar com a gente. Mas eram vegetarianos. Tinha que inventar cada dia uma coisa diferente. No primeiro dia, fiz saladas e frutas. No segundo dia, fiz moqueca de banana - o que eles comeram o resto da semana inteira de tanto que gostaram”, conta Idalina. E complementa: “Hoje compramos banana da terra igual compramos badejo. É o ‘tem que ter’ da casa”.

A moquequinha de banana pode ser vendida individualmente, com arroz branco de acompanhamento por R$ 25, mas com a moqueca completa sai a R$ 194, com entradinha de camarão frito, moqueca de peixe, pirão, arroz branco, moqueca de banana e torta de coco, o que serve bem duas pessoas.

A cocada é a sobremesa que faz a cabeça dos turistas. (Luciney Araújo)

Segura a dica: se for almoçar pelo balneário, deixe um espacinho para a sobremesa. “Em Meaípe, já virou tradição o combo moqueca-cocada”, conta Maria da Glória, vendedora das cocadas que ela mesma produz há 17 anos. “Os restaurantes deixam a gente entrar com os tabuleiros”, explica a Glória, fazendo a propaganda: “A cocada da Glória é uma glória!”. O turista faz a festa com os sabores mais tradicionais, vendidos a R$ 6 a unidade: leite condensado, coco queimado, maracujá, amendoim e a “branquinha”.

Areias medicinais

Areia preta deu fama a cidade. (Luciney Araújo)

Para além do turismo de lazer, as praias de Guarapari também são fonte de pesquisa e acabam atraindo turistas em busca de saúde. Na Praia da Areia Preta, existem 22 qualidades de areias monazíticas. “É uma área de terras raras, o que numa conjunção com fatores radioativos faz de Guarapari uma das melhores estações radioclimáticas do mundo”, pontua Walter de Prá, pesquisador que se interessou pelas areias medicinais após a cura de seu pai. “Ele fez de tudo, tratamento médico, tomou até garrafada, mas só foi se curar aqui”, compartilha.

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Hoje, a Universidade de Vila Velha faz pesquisas na região para comprovar a cura de doenças, principalmente as de origem reumática. A Universidade Federal do Espírito Santo também concluiu uma pesquisa em 2017, constatando menor incidência de câncer de mama entre as moradoras de Guarapari na comparação com as de outras cidades. Com essas novas pesquisas, foi iniciado um movimento de retomada do turismo de saúde, já que a divulgação das areias medicinais, iniciada pelo médico Antônio da Silva Mello, com o auge na década de 1970, foi o que deu a Guarapari o apelido de cidade saúde, colocando-a na rota de cidades turísticas do Brasil.

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