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Descarbonização é fonte de oportunidades para o Brasil, diz Hartung

Descarbonização é fonte de oportunidades para o Brasil, diz Hartung

O ex-governador capixaba aponta que contamos com ativos ambientais que ninguém tem. "O mundo precisa descarbonizar", assinala

Publicado em 28 de outubro de 2023 às 13:08

Pedra Azul Summit: Natalia Renteria, da Biomas, o ex-governador do ES, Paulo Hartung, e o agroambientalista Marcello Brito
Natalia Renteria, da Biomas, o ex-governador do ES, Paulo Hartung, e o agroambientalista Marcello Brito Crédito: Carlos Alberto Silva

A descarbonização, que é o processo de redução de emissões de carbono na atmosfera, especialmente de dióxido de carbono (CO2), pode se transformar em uma grande oportunidade econômica para o Brasil. A avaliação é de Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo e presidente do Indústria Brasileira de Árvores (Ibá).

“Hoje temos uma oportunidade histórica. Temos terra degradada, terra que está à disposição para ser convertida para produção de energia e alimentos, quem no mundo tem isto? Estamos diante de uma enorme oportunidade para o Brasil em ativos ambientais que ninguém tem. O mundo precisa descarbonizar”, assinala Hartung.

Ele foi o mediador da palestra “A descarbonização e as oportunidades para o Brasil”, realizada na manhã deste sábado (28), no segundo dia do Pedra Azul Summit, realizado pela Rede Gazeta. A discussão envolve uma política de redução de emissão de carbono, e os impactos para as empresas que precisam se estruturar para atingir esse objetivo. Debate que contou com a participação do agroambientalista e coordenador da Academia Global do Agronegócio/FDC, Marcello Brito, e da diretora na Biomas, Natália Renteria.

Ex-governador explica a importância de se investir em processos mais limpos

Outro ponto destacado por Hartung é o projeto de regulação que tramita no Congresso Nacional, com foco no mercado oficial de crédito de carbono, suas emissões anuais e o comércio de licenças dos direitos de emissão. Entre os objetivos da descarbonização está o alcance de uma economia global com emissões reduzidas.

Ele explicou que o modelo de desenvolvimento organizado mundialmente é suportado por combustível fóssil, o que levou a uma emergência climática. “É uma situação que precisamos cuidar. A forma é mudar a matriz energética, é descarbonizar”, reafirma.

Na avaliação do ex-governador, para aproveitar as oportunidades que se apresentam nesta discussão, o Brasil precisa se deslocar “e pedir para ter preferência e agarrar a janela de oportunidade”.

“Agora, precisamos de liderança, que a gente pare de olhar para o retrovisor, para políticas antigas, ultrapassadas. Temos que ter um olhar para o futuro”, acrescenta, observando ainda que o Brasil perdeu tempo na regulamentação das normas e que hoje precisa ainda de uma diplomacia presidencial.

Meio ambiente tem que superar desafios

Para o agroambientalista e coordenador da Academia Global do Agronegócio/FDC, Marcello Brito, o Brasil precisa superar alguns desafios que vão impactar nos créditos de carbono: a regularização fundiária e o desmatamento.

“É preciso criar um comitê para acabar com esta ignorância do desmatamento. Estamos com uma agenda de duas décadas e ainda discutindo. Nos últimos 3 anos, aumentou a área agrícola em 6 milhões de hectares, sem avançar em desmatamento”, destaca.

Ele pondera ainda que a elite brasileira - do agronegócio, das indústrias -, criem um comitê para debater, além das questões envolvendo o desmatamento, os dilemas causados pelo problema fundiário.

Natália Renteria, especialista em Direito Climático e diretora de Assuntos Regulatórios da Biomas, assinala que é  preciso estar atento às mudanças e oportunidades que o processo de regulação que tramita no Congresso poderá trazer. “Novas relações marcam a nova era”, pondera.

Diretora da Biomas diz que há grandes oportunidades no mercado de crédito de carbono

Observou que além do mercado regulado de crédito de carbono, que nasce de uma legislação específica e vai ficar obrigado ao que a lei trás, tem-se ainda o mercado voluntário, vindo dos compromissos assumidos pelas empresas, de créditos vindo de projetos.

Observou ainda que a demanda por créditos de carbono é crescente e que o Brasil tem potencial real no mercado voluntário. “Apesar da complexidade do tema, ele é de super importância. É preciso estabelecer um estímulo para tratar do assunto no meio produtivo, desenvolver as estratégias e trocando entre si os créditos, e assim atingir seus planos de descarbonização”.

Governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, falou sobre as oportunidades para o Estado com avanço da infraestrutura por Carlos Alberto Silva

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