Publicado em 15 de julho de 2020 às 19:04
Dias depois de a Suprema Corte dos Estados Unidos impor uma derrota jurídica a Donald Trump, liberando o caminho para um promotor de Nova York ver suas declarações de renda, os advogados do presidente pretendem recorrer a uma outra estratégia para impedir ou pelo menos atrasar o acesso aos registros. >
A defesa do republicano escreveu ao juiz federal de Nova York responsável originalmente pelo caso dizendo que planeja argumentar que o pedido do promotor à Justiça foi amplo demais e politicamente motivado. O presidente e o promotor Cyrus Vance, um democrata, estão envolvidos em uma batalha pelo acesso aos registros há quase um ano.>
Vance entrou com um pedido de intimação contra a empresa de contabilidade do presidente em agosto de 2019, buscando ter acesso a oito anos de suas declarações fiscais corporativas e pessoais como parte de uma investigação sobre pagamentos em dinheiro feitos para silenciar mulheres durante a campanha eleitoral que diziam ter tido casos extraconjugais com Trump. O presidente nega.>
Trump contestou o pedido, argumentando que um presidente em exercício estava imune a uma investigação criminal estadual.>
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Na quinta-feira, a Suprema Corte rejeitou seu argumento por 7 votos a 2, mas deixou em aberto a possibilidade de que ele pudesse levantar novas objeções à intimação de Vance em um tribunal inferior. Em outra decisão da Suprema Corte, no mesmo dia, o tribunal bloqueou temporariamente as intimações de deputados democratas para obter as movimentações financeiras de Trump.>
As duas decisões significaram uma derrota jurídica, mas uma vitória política de Trump, que impediu que os democratas - e os eleitores americanos - tivessem acesso a suas declarações de renda antes da eleição de novembro.>
As especulações sobre a rapidez com que Vance e seus assessores seriam capazes de obter acesso a alguns ou todos os registros - e até que ponto Trump poderia bloqueá-los - começaram assim que o juiz de primeira instância, Victor Marrero, pediu a ambos que o informassem sobre a necessidade de ações adicionais à luz da decisão histórica da Suprema Corte.>
Ao mesmo tempo em que os advogados de Trump disseram que planejam argumentar que a intimação deve ser bloqueada, o escritório de Vance alegou ao juiz que a questão havia sido amplamente decidida. O escritório exige acesso às declarações desde 2011. Marrero abordará o assunto em uma audiência na quinta-feira.>
O ex-advogado e 'faz tudo' do presidente Michael Cohen disse ter feito pagamentos para a atriz pornô Stormy Daniels e para a modelo Karen McDougal para encobrir casos extraconjugais com o presidente. Cohen se declarou culpado de violações do financiamento da campanha federal por seu papel nesse acordo.>
Cohen, que está cumprindo uma sentença de três anos em uma prisão federal em Otisville, Nova York, implicou o presidente, dizendo no tribunal que agiu sob as ordens dele. Quando a história veio à tona, Trump negou que soubesse dos pagamentos, mas depois voltou atrás.>
Depois que os promotores federais concluíram sua investigação no ano passado, o escritório de Vance começou a examinar se as leis do Estado de Nova York haviam sido violadas quando Trump e sua empresa, a Organização Trump, reembolsaram Cohen. A intimação foi emitida como parte desse inquérito.>
Em outubro, Marrero, em uma opinião de 75 páginas, rejeitou o argumento de Trump de que ele estava imune a todas as investigações, dizendo que a alegação era "repugnante à estrutura governamental e aos valores constitucionais da nação">
Depois que um painel do tribunal federal de apelações confirmou por unanimidade a decisão, o presidente recorreu à Suprema Corte.>
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