sáb, 31 de maio de 2025

Trump: discurso antes de invasão ao Congresso foi 'totalmente apropriado'

Após dias de silêncio, o presidente Donald Trump disse avaliar que seu discurso no dia 6 de janeiro foi adequado, e negou qualquer responsabilidade sobre a invasão ao Congresso

Publicado em 12/01/2021 às 16h54
Atualizado em 12/01/2021 às 16h54
Trump divulga pronunciamento sobre invasão ao Congresso dos EUA
Trump divulga pronunciamento sobre invasão ao Congresso dos EUA. Crédito: Reprodução Twitter

Após dias de silêncio, o presidente Donald Trump disse avaliar que seu discurso no dia 6 de janeiro foi adequado, e negou qualquer responsabilidade sobre a invasão ao Congresso feita logo depois, por apoiadores dele.

"Se você ler meu discurso.. o que eu disse foi totalmente apropriado", respondeu Trump, nesta terça (12), ao ser perguntado pelos repórteres sobre sua responsabilidade no ataque ao Congresso, antes de embarcar para uma viagem ao Texas.

O presidente Donald Trump, ao deixar o helicóptero Marine One, na base de Andrews, nos arredores de Washington Carlos Barria/Reuters ** O presidente fará uma visita a um trecho do muro na fronteira do México, em Alamo. Ampliar esta barreira foi uma de suas principais promessas de campanha, por simbolizar o combate à entrada de imigrantes. Trump tem apenas mais oito dias no cargo.

Trump também chamou o pedido de impeachment contra ele de "absolutamente ridículo". Disse que o processo causa um ódio tremendo e que é uma "continuação da maior caça às bruxas da história da política."

Fotojornalismo: Cenas mostram a invasão do congresso americano

Manifestantes pró-Trump entram em confronto com a polícia do Capitólio em um comício para contestar a certificação dos resultados das eleições presidenciais dos EUA em 2020 pelo Congresso dos EUA
Fotojornalismo: Cenas mostram a invasão do congresso americano. REUTERS/Shannon Stapleton/AP
Vista externa do Capitólio dos Estados Unidos, prédio que serve como centro legislativo do governo dos Estados Unidos
Vista externa do Capitólio dos Estados Unidos, prédio que serve como centro legislativo do governo dos Estados Unidos. Charles Sholl/Brazil Photo Press/Folhapress
Manifestantes passam pela Avenida Pensilvânia, que liga o Capitólio à Casa Branca, durante manifestação contra o racismo e a brutalidade policial após a morte de George Floyd
Manifestantes passam pela Avenida Pensilvânia, que liga o Capitólio à Casa Branca, durante manifestação contra o racismo e a brutalidade policial após a morte de George Floyd. ANDREW HARNIK / AP
Gás lacrimogêneo é liberado em uma multidão de manifestantes durante confrontos com a polícia do Capitólio em um comício para contestar a certificação dos resultados das eleições presidenciais dos EUA de 2020 pelo Congresso dos EUA, no edifício do Capitólio dos EUA em Washington , EUA, 6 de janeiro de 2021
Gás lacrimogêneo é liberado em uma multidão de manifestantes durante confrontos com a polícia do Capitólio. REUTERS/Jim Urquhart/AP

Apoiadores do presidente dos EUA, Donald Trump, ocupam o edifício do Capitólio dos EUA em Washington
Apoiadores do presidente dos EUA, Donald Trump, ocupam o edifício do Capitólio dos EUA em Washington. Thomas P. Costello/AP
Apoiadores do presidente dos EUA, Donald Trump, escalam paredes no Capitólio dos EUA durante um protesto contra a certificação dos resultados da eleição presidencial dos EUA de 2020 pelo Congresso dos EUA, em Washington, EUA, 6 de janeiro de 2021.
Apoiadores do presidente dos EUA, Donald Trump, escalam paredes no Capitólio dos EUA durante um protesto contra a certificação dos resultados da eleição presidencial dos EUA de 2020 . REUTERS/Stephanie Keith/AP
Um apoiador do presidente dos EUA, Donald Trump, é detido por policiais no Capitólio dos EUA durante um protesto contra a certificação dos resultados das eleições presidenciais dos EUA de 2020 pelo Congresso dos EUA, em Washington, EUA, 6 de janeiro de 2021
Um apoiador do presidente dos EUA, Donald Trump, é detido por policiais. REUTERS/Jim Urquhart/AP
Um apoiador ferido do presidente dos EUA Donald Trump reage durante um protesto contra a certificação dos resultados das eleições presidenciais dos EUA de 2020 pelo Congresso dos EUA, fora do Capitólio dos EUA em Washington, EUA, 6 de janeiro de 2021
Um apoiador do presidente do Donald Trump ferido. REUTERS/Jim Bourg/AP
Um policial detém um manifestante pró-Trump dirante a invasão ao Capitólio dos EUA
Um policial detém um manifestante pró-Trump dirante a invasão ao Capitólio dos EUA. REUTERS/Shannon Stapleton/AP
Manifestantes pró-Trump enfrentam a polícia no Capitólio
Manifestantes pró-Trump enfrentam a polícia no Capitólio . REUTERS/Shannon Stapleton/AP
Um policial é arrastado em uma multidão de manifestantes pró-Trump durante um confronto
Um policial é arrastado em uma multidão de manifestantes pró-Trump durante um confronto. REUTERS/Shannon Stapleton/AP
Black-clad security forces patrol the halls of the Senate in the U.S. Capitol, as a joint session continues to certify President-elect Joe Biden, in Washington, U.S., January 6, 2021. REUTERS/Mike Theiler ORG XMIT: PPP WAS71
Forças de segurança patrulham os corredores do Senado no Capitólio dos EUA. REUTERS/Mike Theile/AP
Apoiadores do presidente dos EUA, Donald Trump, tentam entrar no Capitólio dos EUA durante um protesto contra a certificação dos resultados da eleição presidencial dos EUA de 2020 pelo Congresso dos EUA, em Washington, EUA, 6 de janeiro de 2021
Apoiadores do presidente dos EUA, Donald Trump, tentam entrar no Capitólio dos EUA . REUTERS/Jim Bourg/AP
Vista dos estragos causada no Capitólio, em Washington (EUA), nesta quarta-feira, 07, um dia após uma invasão promovida por extremistas pró-Donald Trump.
Estragos causada no Capitólio, em Washington (EUA), nesta quarta-feira, 07, um dia após uma invasão promovida por extremistas pró-Donald Trump. ANDREW HARNIK/AP
O deputado Andy Kim recolhe o lixo espalhado pelo chão nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 07 de janeiro de 2021, um dia após a invasão promovida por extremistas pró-Donald Trump no Capitólio
O deputado Andy Kim recolhe o lixo espalhado pelo chão nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 07 de janeiro de 2021, um dia após a invasão promovida por extremistas pró-Donald Trump no Capitólio. ANDREW HARNIK/AP
O senador Tim Scott observa móveis revirados nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 07 de janeiro de 2021, um dia após a invasão promovida por extremistas pró-Donald Trump no Capitólio
O senador Tim Scott observa móveis revirados nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 07 de janeiro de 2021, um dia após a invasão promovida por extremistas pró-Donald Trump no Capitólio. ANDREW HARNIK/AP
O senador Tim Scott observa móveis revirados nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 07 de janeiro de 2021, um dia após a invasão promovida por extremistas pró-Donald Trump no Capitólio
O senador Tim Scott observa móveis revirados nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 07 de janeiro de 2021, um dia após a invasão promovida por extremistas pró-Donald Trump no Capitólio
O senador Tim Scott observa móveis revirados nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 07 de janeiro de 2021, um dia após a invasão promovida por extremistas pró-Donald Trump no Capitólio
O senador Tim Scott observa móveis revirados nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 07 de janeiro de 2021, um dia após a invasão promovida por extremistas pró-Donald Trump no Capitólio
O senador Tim Scott observa móveis revirados nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 07 de janeiro de 2021, um dia após a invasão promovida por extremistas pró-Donald Trump no Capitólio
O senador Tim Scott observa móveis revirados nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 07 de janeiro de 2021, um dia após a invasão promovida por extremistas pró-Donald Trump no Capitólio
O senador Tim Scott observa móveis revirados nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 07 de janeiro de 2021, um dia após a invasão promovida por extremistas pró-Donald Trump no Capitólio
O senador Tim Scott observa móveis revirados nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 07 de janeiro de 2021, um dia após a invasão promovida por extremistas pró-Donald Trump no Capitólio
O senador Tim Scott observa móveis revirados nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 07 de janeiro de 2021, um dia após a invasão promovida por extremistas pró-Donald Trump no Capitólio
O senador Tim Scott observa móveis revirados nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 07 de janeiro de 2021, um dia após a invasão promovida por extremistas pró-Donald Trump no Capitólio
O senador Tim Scott observa móveis revirados nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 07 de janeiro de 2021, um dia após a invasão promovida por extremistas pró-Donald Trump no Capitólio
O senador Tim Scott observa móveis revirados nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 07 de janeiro de 2021, um dia após a invasão promovida por extremistas pró-Donald Trump no Capitólio
O senador Tim Scott observa móveis revirados nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 07 de janeiro de 2021, um dia após a invasão promovida por extremistas pró-Donald Trump no Capitólio
O senador Tim Scott observa móveis revirados nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 07 de janeiro de 2021, um dia após a invasão promovida por extremistas pró-Donald Trump no Capitólio
O senador Tim Scott observa móveis revirados nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 07 de janeiro de 2021, um dia após a invasão promovida por extremistas pró-Donald Trump no Capitólio
O senador Tim Scott observa móveis revirados nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 07 de janeiro de 2021, um dia após a invasão promovida por extremistas pró-Donald Trump no Capitólio

Deputados democratas apresentaram o pedido na segunda (11). A petição, de quatro páginas, acusa o presidente de "incitar a violência contra o governo dos Estados Unidos", por estimular uma multidão a invadir o Congresso, na semana passada, em meio à certificação dos resultados eleitorais.

"Incitada pelo presidente, uma multidão invadiu o Capitólio, atacou equipes de segurança, ameaçou membros do Congresso e o vice (...) e se engajou em atos violentos, mortais, destrutivos e sediciosos", diz o pedido, assinado por deputados democratas.

O pedido cita falas de Trump, como "se vocês não lutarem para valer, vocês não terão mais um país", e menciona os esforços dele para subverter a eleição que perdeu, como o telefonema ao secretário de Estado da Geórgia, a quem pediu que "encontrasse votos" para mudar o resultado.

"Ele ameaçou a integridade do sistema democrático, interferiu na transição pacífica de poder e colocou a divisão de poderes do governo em perigo. Assim, como presidente, ele traiu a confiança, o que gerou claros danos ao povo dos Estados Unidos", prossegue a petição.

A expectativa é que o pedido seja votado na Câmara nesta quarta (13). Houve acordos para realizar em poucos dias um processo que poderia durar meses. Um dos fatores que acelera as coisas é que não será preciso fazer investigações e marcar depoimentos, pois Trump é acusado de má conduta por falas e ações em público.

Antes, ainda nesta terça (12), a Câmara deve votar uma resolução para pedir ao vice-presidente Mike Pence para que ele acione a 25ª emenda, retire Trump do poder e assuma a Presidência do país, de modo interino.

A 25ª emenda é uma regra constitucional segundo a qual o presidente poderia ser removido sob a justificativa de incapacidade. A decisão sobre fazer isso, no entanto, cabe apenas ao próprio Pence e aos secretários (equivalentes a ministros) de governo.

Caso Pence não acione a emenda, os democratas planejam avançar rapidamente com o impeachment, que será o segundo de Trump em um só mandato, um recorde. Ele já foi alvo de um processo de impeachment, aprovado na Câmara, mas rejeitado pelo Senado, em fevereiro de 2020.

A aprovação do 2º impeachment na Câmara é dada como certa, pois os democratas possuem maioria na Casa: eles têm 222 representantes, de um total de 435. Em seguida, o processo seguirá para o Senado, e aí surgem dúvidas.

A primeira questão é quando o envio será feito. A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, poderia esperar algumas semanas para enviar o processo, dando tempo para que os dois novos senadores eleitos na Geórgia tomem posse.

Com a chegada deles, haverá 50 senadores que votam com os democratas e 50 republicanos. O voto de desempate, no entanto, caberá à vice-presidente eleita, a democrata Kamala Harris.

A retirada de um presidente do cargo por impeachment exige maioria de dois terços (67 de 100 senadores). Em seguida, há outra votação para julgar a perda de direitos políticos, que podem ser retirados via aprovação por maioria simples (51 senadores).

Com isso, o impeachment de Trump dependerá de que ao menos 17 senadores republicanos votem contra ele. Alguns deles criticaram o presidente nos últimos dias, mas não está claro se votariam para puni-lo.

Há também a questão de que o Senado está em recesso até a semana que vem. Para que os senadores voltem à ativa e analisem o impeachment antes disso, seria preciso um acordo entre os líderes dos dois partidos.

O processo de impeachment dificilmente deve conseguir tirar Trump do cargo antes do fim de seu mandato, em 20 de janeiro. O objetivo, no entanto, é outro: impedir que ele concorra novamente à Presidência. Nos EUA, o processo de impeachment prevê duas penas: a perda de mandato e a proibição de que o réu volte a ocupar cargos federais, este último a depender de uma votação por maioria simples após a condenação.

Trump também poderia perder os benefícios dados a ex-presidentes, como aposentadoria, plano de saúde e segurança particular.

O processo pode seguir mesmo após o republicano deixar a Casa Branca, uma vez que a Constituição do país não estabelece prazos para que o afastamento seja feito. No entanto, como nunca um presidente dos EUA foi processado após deixar o cargo, o tema pode ir parar na Suprema Corte.

A Gazeta integra o

Saiba mais

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.

A Gazeta deseja enviar alertas sobre as principais notícias do Espirito Santo.