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Bolsonaro lamenta "censura às mídias sociais" após reações contra Trump

Bolsonaro lamenta "censura às mídias sociais" após reações contra Trump

O presidente não citou líder americano, mas deu declaração em meio a debate sobre banimento de republicano do Twitter e de outras plataformas

Publicado em 12 de janeiro de 2021 às 14:47- Atualizado há 3 anos

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O presidente Jair Bolsonaro durante solenidade de Ação de Graças, no Palácio do Planalto.
O presidente Jair Bolsonaro durante solenidade de Ação de Graças, no Palácio do Planalto. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Em meio à polêmica sobre a exclusão de contas vinculadas a Donald Trump de plataformas digitais, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) lamentou nesta terça-feira (12) o que chamou de "censura às mídias sociais".

"Minha adorada imprensa, vocês nunca tiveram tanta liberdade como em meu governo. Nunca se ouviu falar em meu governo em controle social da mídia ou democratização da mesma", disse o presidente, durante cerimônia no Palácio do Planalto em celebração dos 160 anos da Caixa Econômica Federal.

"Vocês têm liberdade demais, de sobra. Eu lamento o fechamento, a censura às mídias sociais. Elas não concorrem com vocês, não. Uma estimula a outra".

Bolsonaro é um crítico da imprensa profissional e já se referiu a meios de comunicação como canalhas e mentirosos.

Ele não citou Trump em seu discurso, mas sua condenação à "censura" das mídias sociais ocorre em meio a um intenso debate sobre a decisão de empresas de tecnologia de restringir o alcance de contas associadas ao líder americano.

A ação das empresas ocorreu após Trump ter incitado, em 6 de janeiro, uma multidão a marchar rumo ao Congresso americano em Washington sob a alegação -sem provas- de que as eleições americanos foram fraudadas.

Os manifestantes invadiram o Legislativo americano, num tumulto que teve confronto com agentes de segurança e resultou em cinco mortes. Integrantes do Partido Democrata, que voltará ao poder com a posse de Joe Biden na Casa Branca em 20 de janeiro, tratam o episódio como uma tentativa de insurreição, razão pela qual defendem um segundo processo de impeachment contra Trump.

Na semana passada, por exemplo, o Twitter baniu de modo permanente a conta de Trump na rede social. O argumento usado pela companhia é que o perfil apresentava risco de "mais incitação à violência". Outras plataformas seguiram o mesmo caminho. O Facebook suspendeu o republicano de sua rede até pelo menos a posse de Biden.

A ação das gigantes de mídias sociais gerou fortes queixas de grupos conservadores, entre eles apoiadores de Bolsonaro.

Filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) trocou sua imagem de perfil no Twitter por uma fotografia do republicano em protesto ao que classificou de ato autoritário da rede social.

Após a invasão do Congresso americano, o presidente Bolsonaro e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, deram declarações simpáticas a Trump e a seus apoiadores. Bolsonaro disse que é "ligado a Trump" e que houve "muita denúncia de fraude" no pleito americano. Também afirmou que "vamos ter problema pior que os Estados Unidos" se o Brasil não instituir o voto impresso para 2022.

Ernesto, por sua vez, publicou mensagens no Twitter nas quais condenava o ato, mas dizia que é necessário "reconhecer que grande parte do povo americano se sente agredida e traída por sua classe política e desconfia do processo eleitoral". O chanceler ainda se referiu aos vândalos como "cidadãos de bem" e sugeriu "investigar se houve participação de elementos infiltrados" no episódio.

A suspensão de Trump das redes sociais é polêmica e gerou questionamentos até mesmo de críticos do republicano.

A chanceler alemã, Angela Merkel, manifestou por exemplo preocupação com a decisão do Twitter e disse que ela era "problemática". Um porta-voz da líder alemã ressaltou que o direito à liberdade de opinião é de "importância fundamental".

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