Publicado em 26 de janeiro de 2025 às 16:44
Um dia após o Brasil se queixar do tratamento dispensado a brasileiros deportados pelos EUA, o governo americano anunciou que a Colômbia será sancionada por questionar a nova política de imigração do governo Donald Trump.>
O presidente americano disse neste domingo (26/01) que imporá tarifas de 25% sobre as vendas colombianas para os EUA e cancelará vistos para funcionários do governo colombiano.>
A medida ocorre em retaliação à decisão do presidente colombiano, Gustavo Petro, de não autorizar o pouso de dois aviões militares transportando cidadãos colombianos deportados pelos EUA.>
"Acabo de ser informado que dois voos de repatriação dos Estados Unidos, com um grande número de criminosos ilegais, não foram autorizados a pousar na Colômbia. Esta ordem foi dada pelo presidente socialista da Colômbia, Gustavo Petro, que já é muito impopular entre seu povo", escreveu Trump em sua rede social, Truth.>
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Ele então disse que essa medida "colocou em risco a segurança nacional e pública dos Estados Unidos".>
O anúncio de Trump ocorre após a imprensa colombiana e espanhola noticiarem que Washington havia decidido fechar temporariamente o escritório de emissão de vistos de sua embaixada em Bogotá.>
A decisão foi tomada pelo governo americano no domingo, horas depois de o presidente colombiano negar permissão para que dois aviões militares dos EUA transportando colombianos deportados pousassem no país, segundo o El Tiempo, o principal jornal da Colômbia.>
"Em resposta à recusa do presidente Petro em aceitar dois voos com deportados colombianos, que ele havia autorizado anteriormente e que haviam sido aprovados pelos mais altos níveis de governo, a Embaixada dos Estados Unidos na Colômbia fechará amanhã (27/01) a seção de vistos", disse uma autoridade dos EUA ao jornal de Bogotá.>
No entanto, suspender a emissão de vistos não é a única medida que Washington está considerando. "Medidas retaliatórias adicionais serão implementadas em breve", acrescentou o jornal.>
A mesma informação é relatada pelo El País, o principal jornal espanhol: "A Secretaria de Estado respondeu (...) com a suspensão por tempo indeterminado do trabalho da seção de vistos da sua embaixada em Bogotá e com a promessa de novas represálias nos próximos dias".>
A revista Semana e a rádio RCN também noticiaram o fechamento da seção de vistos.>
No entanto, ainda não havia informações confirmando a medida nem nos canais do Departamento de Estado, da embaixada dos EUA em Bogotá ou do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.>
O impasse foi desencadeado pela decisão de Washington de enviar os deportados colombianos em um avião militar.>
"Os Estados Unidos não podem tratá-los como criminosos", escreveu Petro em sua conta no X.>
"Não posso obrigar os migrantes a permanecerem em um país que não os quer; mas se esse país os enviar de volta, deve fazê-lo com dignidade e respeito por eles e pelo nosso país", acrescentou em outra mensagem.>
O presidente exigiu que as deportações sejam feitas em "aeronaves civis" e que seja estabelecido um protocolo, porque "um migrante não é um criminoso".>
Petro informou ainda que 15.660 americanos residentes na Colômbia estão irregulares no país. Em seguida, pediu que esses cidadãos "regularizem sua situação" e garantiu sua permanência em território colombiano.>
"Você nunca me verá queimando uma bandeira americana ou realizando uma operação para devolver imigrantes ilegais aos Estados Unidos algemados. Os verdadeiros libertários nunca atacarão a liberdade humana. Somos o oposto dos nazistas", afirmou.>
O embate entre os governos de Colômbia e EUA ocorre em um momento em que o Brasil também se queixa pelo tratamento a brasileiros deportados dos EUA.>
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil condenou no sábado (25/01) o "tratamento degradante" dispensado a alguns de seus cidadãos que foram deportados e algemados em um voo comercial.>
Em nota, o governo brasileiro disse que "considera inaceitável que as condições acordadas com o governo norte-americano não sejam respeitadas".>
Ao chegar ao Brasil, alguns passageiros também relataram maus-tratos durante o voo.>
O avião, que transportava 88 passageiros brasileiros e pousou em Manaus, também incluía 16 agentes de segurança dos EUA e oito tripulantes.>
O Judiciário brasileiro ordenou que as algemas dos deportados fossem removidas, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou um avião da Força Aérea Brasileira para completar a viagem até Belo Horizonte.>
O voo foi o segundo deste ano transportando imigrantes ilegais deportados dos EUA para o Brasil e o primeiro desde a posse de Trump, de acordo com a Polícia Federal brasileira.>
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