Um programa de sátira da rede pública alemã de televisão ARD, exibido na quarta-feira (15), chamou o presidente Jair Bolsonaro de "Idiota de Ipanema" em crítica sobre o desmatamento no Brasil.
"Se tem alguém que não tem qualquer preocupação com sustentabilidade e emissão de CO2, essa pessoa é o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, o 'Samba-Trump', que outros também chamam de 'Idiota de Ipanema'. Eu sou uma dessas pessoas."
Dessa forma, o apresentador do programa extra 3, Christian Ehring, começa a sátira ao presidente Bolsonaro. Entre piadas sobre cerveja alemã e times de futebol, Ehring afirma que a floresta amazônica é imprescindível para sobrevivência terrestre e que nesse ano já houve mais de 200% de desmatamento, na comparação com 2018.
Na verdade, ainda não há números oficiais definitivos sobre o aumento no desmate na Amazônia. O que se tem, por enquanto, são os dados do Deter que, no momento, apontam tendências de alta na destruição e que servem para ajudar ações de fiscalização do
, do
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Os dados apontam que houve um aumento de 90% no desmatamento em junho e de 278% em julho, quando comparados a junho e julho de 2018, respectivamente.
O apresentador segue dizendo que Bolsonaro permite o desmatamento para expandir as produções de soja e de carne bovina.
Ehring lembra que enquanto o presidente demonstra total indiferença sobre a suspensão feita pela ministra alemã do Meio Ambiente, Svenja Schulze, de verbas para proteger a Amazônia brasileira, ele também comemora o acordo de livre-comércio fechado entre União Europeia e Mercosul.
A resolução entre os blocos, segundo um vídeo explicativo que entra entre as falas de Ehring, vai permitir mais importações de produtos brasileiros.
"Isso vai destruir mais floresta amazônica do que é possível ser resgatado por Svenja Schulze. Nós vamos comprar mais carne bovina brasileira. Isso significa mais queimadas de desmatamento, mais espaço de pastagens e mais cultivo de soja. É o início de uma parceria destruidora", afirma o apresentador.
Ehring diz ainda que Bolsonaro demitiu o chefe que cuidava da documentação de desmatamento no país e, ainda, colocou uma lobista do agronegócio para cuidar do ministério da Agricultura.
Ao final da crítica, o apresentador chama um vídeo com uma paródia da música "Copacabana", de Barry Manilow, com várias cenas do presidente brasileiro e da floresta amazônica. O vídeo começa com Bolsonaro falando que, se eleito, não deixaria um centímetro para reserva indígena.
"Aqui no Brasil, governa um cara esquisito, que gosta de polícia, militares e de atirar com espingardas", diz trecho da paródia.
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