Publicado em 9 de novembro de 2020 às 18:16
O silêncio do presidente Jair Bolsonaro, que ainda não parabenizou Joe Biden nem comentou a vitória do democrata nos EUA, tem sido notícia na imprensa internacional nos últimos dias. >
Veículos como CNN, BBC e Reuters voltaram a chamar Bolsonaro de "Trump dos trópicos" e lembraram de pontos que aproximam os dois presidentes, como a postura populista e a gestão errática na pandemia. A torcida do líder brasileiro por Trump e as críticas a Biden em meio à campanha também foram citadas.>
A mídia estrangeira citou Bolsonaro ao lado dos líderes Vladimir Putin (Rússia), Xi Jinping (China), Recep Erdogan (Turquia) e Andrés López Obrador (México), que também não felicitaram Biden até o momento.>
Obrador, por exemplo, disse que vai esperar a Justiça americana responder aos questionamentos de Donald Trump, que diz ter havido fraudes no pleito, ainda que não tenha apresentado provas que sustentem as declarações.>
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Tanto Bolsonaro quanto o Itamaraty não haviam se manifestado oficialmente até a publicação desta reportagem. Nesta segunda, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), por sua vez, disse que o presidente brasileiro cumprimentará Biden "na hora certa".>
Já no sábado (7), as agências de notícias destacaram a postura do líder brasileiro. "Lula saúda vitória de Biden enquanto Bolsonaro guarda silêncio", titulou a agência de notícias AFP, que chamou o brasileiro de "ultradireitista" e disse que seu silêncio não passou despercebido. A Reuters publicou, no sábado, a reportagem "Em live, Bolsonaro fala sobre Amapá, eleições municipais, mas não de Biden".>
Também no sábado, dia do anúncio da vitória democrata, o New York Times usou uma foto de Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, para ilustrar a nota "Líderes latino-americanos reagem à vitória de Biden". Maia disse que o resultado "restaura os valores da genuína democracia liberal".>
Nesta segunda, o jornal americano voltou a escrever que Bolsonaro ainda não cumprimentou Biden, e o citou ao lado do príncipe saudita Mohammed Bin Salman, que tampouco se pronunciou.>
A CNN americana fez um comparativo. "Como Trump, Bolsonaro fez campanha e governa com base em polarização, gerando controvérsias ao dar declarações misóginas, racistas e homofóbicas. Ele também tem repetidamente minimizado a pandemia, mesmo o Brasil tendo sofrido um dos surtos mais mortais do mundo", afirma reportagem da emissora.>
A também americana NBC classificou Bolsonaro como "populista de extrema direita". A emissora lembrou ainda que o presidente brasileiro chamou de "desastrosos" os comentários de Biden de que o Brasil poderia sofrer consequências se não parasse o desmatamento da Amazônia.>
Para a britânica BBC, a posição de Bolsonaro "não é surpresa". Também acrescenta que ele teve rusgas recentes com o presidente eleito, citando a resposta no episódio da Amazônia.>
A agência de notícias Associated Press deu título para a demora no reconhecimento pelos líderes de México e Brasil e lembrou dos filhos de Bolsonaro, que deram declarações nas redes a favor de Trump, enquanto o pai permanece calado.>
"Seu filho [Eduardo] usou boné com o logo 'Trump 2020'", lembrou a Associated Press, em reportagem reproduzida pelo South China Morning Post e por outros meios.>
"O deputado Eduardo Bolsonaro postou imagens em redes sociais questionando como os votos de Biden subiram tão rápido na reta final da contagem, enquanto os de Trump, não", diz a reportagem.>
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