Publicado em 23 de março de 2021 às 10:04
- Atualizado há 5 anos
Com o número de novos casos em alta há quatro semanas consecutivas, o governo da Alemanha decretou confinamento total no país durante o feriado de Páscoa, de 1º a 5 de abril. As pessoas deverão ficar em casa a não ser em emergências e só será possível receber alguém de uma outra família, com no máximo cinco pessoas.>
Todas as lojas ficarão fechadas, com exceção de mercados ou mercearias, que poderão funcionar apenas no sábado, dia 3. Igrejas também não poderão fazer cerimônias presenciais.>
Ao anunciar as medidas nesta terça (23), a premiê alemã, Angela Merkel, disse que há um crescimento "exponencial" de novos casos, puxado pela variante B.117, mais contagiosa e mais letal. "Temos basicamente uma nova pandemia agora", disse ela.>
O número de novos testes positivos saltou 20% na décima semana deste ano, depois de oscilar entre altas de 2% a 5% nas três semanas anteriores.>
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O crescimento fez os governos federal e estaduais reverterem o relaxamento das restrições impostas em dezembro. As escolas haviam sido reabertas no começo do mês e novas aberturas estavam programadas para esta semana, mas os governadores dos 16 estados e a premiê concordaram em adiá-las.>
Enquanto segura a transmissão, Merkel pretende acelerar a campanha de vacinação no país. "A ciência nos mostra claramente: quanto mais baixos os números de novas infecções, mais rápido a vacinação terá efeito. Quanto mais altas as novas infecções, mais tempo leva para as vacinações terem um impacto", disse.>
Maior economia da Europa e fabricante de vacinas, a Alemanha administrou até agora pouco menos de 13 doses por 100 habitantes, bem abaixo dos 45/100 do Reino Unido e atrás de vários países menores da União Europeia.>
Os governos nacionais da UE têm atribuído à falta de vacinas a lentidão de suas campanhas, mas muitos deles ainda não usaram suas doses disponíveis -é o caso da Alemanha, que até agora aplicou 73% dos cerca de 14 milhões de doses disponíveis.>
Além de falhas na organização, o país fez parte de um grupo de europeus que limitou o uso do imunizante da AstraZeneca mais de uma vez, gerando insegurança sobre o produto e resistências à vacinação.>
No final de janeiro, as autoridades de saúde alemãs não permitiram a administração da vacina em idosos, por considerar que faltavam dados sobre sua eficácia nessa faixa etária, apesar da recomendação positiva da agência regulatória europeia.>
A ressalva foi suspensa no começo de março, mas 15 dias depois o país interrompeu de novo o uso do imunizante para avaliar os riscos de defeitos colaterais adversos. O resultado foi um tombo na confiança dos alemães, mostrou pesquisa feita pelo instituto YouGov no final da semana passada.>
A parcela de alemães que consideram a vacina da AstraZeneca não segura subiu 15 pontos em um mês, para 55%, enquanto a dos que a consideram segura caiu para 32%, 11 pontos abaixo do registrado em fevereiro. Dos 3,4 milhões de doses deste imunizante disponíveis na Alemanha, só metade já foi usada.>
Apesar da alta nos contágios, o país ainda tem conseguido manter o número de novas mortes sob controle. Ele vem caindo sucessivamente desde o começo deste ano, fechando a décima semana em menos de 1.500, após bater em 6.112 na primeira semana de janeiro.>
A Alemanha conta com a maior infraestrutura hospitalar da Europa, o que ajuda a reduzir as mortes, mas o contágio acelerado com uma variante que produz doenças mais graves, como a B.117, já está colocando pressão sobre as UTIs, afirmou a premiê.>
As infecções por coronavírus têm aumentado em vários países da Europa, principalmente pelo cansaço das populações com os confinamentos prolongados e pelo aumento da circulação e dos contatos.>
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