Publicado em 13 de agosto de 2024 às 14:55
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mencionou, durante uma reunião ministerial realizada nesta quinta-feira (8), a hipótese de convocar novas eleições na Venezuela como uma solução para a crise instalada no país vizinho.>
A menção de Lula a uma possível nova eleição na Venezuela foi inicialmente noticiada pelo jornal Valor Econômico e confirmada pela Folha de S.Paulo.>
O ditador Nicolás Maduro foi proclamado reeleito pouco depois do pleito de 28 de julho, mas o resultado é amplamente questionado pela oposição e por líderes regionais. Um grupo de países, inclusive o Brasil, tem pressionado o regime a divulgar atas que comprovariam a lisura do pleito, o que ainda não foi feito.>
Segundo relatos de participantes da reunião, Lula afirmou que o resultado das eleições não poderia ser aceito sem a prova de que elas foram limpas. Do contrário, Maduro ou teria que convocar um novo pleito ou seria eternamente chamado de ditador.>
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Ainda na reunião ministerial, Lula disse que conversaria em breve com os presidentes do México, Andrés Manuel López Obrador, e da Colômbia, Gustavo Petro, sobre a situação em Caracas — assessores tentaram organizar uma ligação na segunda (12), mas ela não aconteceu.>
Os três países têm coordenado uma atuação diplomática conjunta para tentar solucionar a crise da Venezuela. Eles têm o comum o fato de que são chefiados por líderes de esquerda que mantêm interlocução com o chavismo.>
Ao Valor Econômico, o assessor internacional de Lula, Celso Amorim, afirmou que apresentou ao presidente a ideia de uma segunda eleição após ouvir outros atores internacionais. Ele também disse Colômbia e México ainda não tinham sido consultados sobre o tema.>
Segundo a publicação, Amorim disse que uma proposta do tipo deveria vir acompanhada de contrapartidas, como a retirada de sanções internacionais. Isso permitiria que o novo pleito tivesse mais acompanhamento internacional, de acordo com o assessor.>
O regime desconvidou uma missão de observação eleitoral da União Europeia sob a justificativa de que o bloco não tinha levantado sanções contra chavistas. Sem a UE, a principal missão observadora internacional na eleição da Venezuela foi o Carter Center, que concluiu que o pleito realizado em 28 de julho não pode ser considerado democrático.>
A hipótese de uma nova eleição na Venezuela é rechaçada pela oposição, que diz ter vencido a disputa contra Maduro por ampla margem.>
Em entrevista ao jornal El País, María Corina Machado, a principal liderança opositora na Venezuela, disse que o resultado das eleições de 28 de julho não é negociável.>
Sua coalizão afirma ter em sua posse 80% das atas eleitorais, coletadas por observadores seus no dia do pleito, e disponibilizou os documentos em uma plataforma online a ditadura afirma que as cópias são falsas.>
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