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G20 chega a acordo sobre clima com poucos compromissos concretos

G20 chega a acordo sobre clima com poucos compromissos concretos

Documento final diz que os planos nacionais sobre como reduzir as emissões terão de ser fortalecidos "se necessário"

Publicado em 31 de outubro de 2021 às 14:38

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Sustentabilidade e meio ambiente
Sustentabilidade e meio ambiente. (Freepik)

Líderes do G20 concordaram com uma declaração final neste domingo (31) que pede uma ação "significativa e efetiva" para limitar o aquecimento global a 1,5°C, mas oferece poucos compromissos concretos.

O resultado de dias de duras negociações entre diplomatas deixa muito trabalho a ser feito na cúpula mais ampla do clima organizada pela ONU na Escócia, a COP26, para onde a maioria dos líderes do grupo das 20 maiores economias do mundo voará diretamente de Roma.

O bloco, que inclui Brasil, China, Índia, Alemanha e Estados Unidos, é responsável por cerca de 80% das emissões globais de gases de efeito estufa.

O documento final diz que os planos nacionais atuais sobre como reduzir as emissões terão de ser fortalecidos "se necessário" e não faz nenhuma referência específica a 2050 como uma data para zerar as emissões líquidas de carbono.

"Reconhecemos que os impactos das mudanças climáticas a 1,5°C são muito menores do que a 2°C. Manter 1,5°C ao alcance exigirá ações significativas e eficazes e compromisso de todos os países", disse o comunicado.

O limite de 1,5°C é o que os especialistas da ONU (Organização das Nações Unidas) dizem que deve ser atingido para evitar uma aceleração dramática de eventos climáticos extremos, como secas, tempestades e inundações, e para alcançá-lo eles recomendam que as emissões líquidas sejam zeradas até 2050.

O projeto inclui uma promessa de suspender o financiamento internacional para a geração de energia a carvão até o final deste ano, mas não estabeleceu uma data para a eliminação desse tipo de energia pelos países, limitando-se a prometer fazê-lo "o mais rápido possível".

O G20 também não estabeleceu uma data para a eliminação gradual dos subsídios aos combustíveis fósseis, dizendo que se esforçarão para fazê-lo "no médio prazo".

Quanto ao metano, que tem um impacto mais potente, mas menos duradouro do que o dióxido de carbono no aquecimento global, o acordo atenua o texto de um projeto anterior.

No acordo, os líderes reconheceram "a importância fundamental" de zerar as emissões líquidas de carbono "até a metade deste século". A Itália, que está hospedando a cúpula, fez pressão para incluir a data de 2050.

A China, o maior emissor de carbono do mundo, estabeleceu uma data-alvo posterior, para 2060, e outros grandes poluidores, como Índia e Rússia, não se comprometeram com 2050.

Em relação à neutralidade de carbono, o projeto não estabelece uma data precisa, mas garante que ela deverá ser alcançada "até a metade do século".

As 20 nações mais desenvolvidas também reafirmaram o compromisso, até agora não cumprido, de mobilizar US$100 bilhões para os custos de adaptação às mudanças climáticas nos países em desenvolvimento.

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Especialistas da ONU dizem que mesmo que os planos nacionais atuais sejam totalmente implementados, o mundo se encaminha para um aquecimento global de 2,7°C, com uma aceleração catastrófica de eventos como secas, tempestades e inundações.

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