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Em debate com ofensas mútuas, Biden cita Brasil ao atacar ação ambiental de Trump

Em debate com ofensas mútuas, Biden cita Brasil ao atacar ação ambiental de Trump

Biden se comprometeu a recolocar os Estados Unidos no acordo climático de Paris e citou o Brasil. "A floresta tropical do Brasil está sendo derrubada", disse Biden

Publicado em 30 de setembro de 2020 às 10:09

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Joe Biden criticou a política ambiental de Trump e citou o Brasil
Joe Biden criticou a política ambiental de Trump e citou o Brasil. (Reuters/Folhapress)

O primeiro debate entre Donald Trump e Joe Biden foi marcado por interrupções e ataques pessoais, com o presidente republicano na defensiva sobre sua gestão do país durante a pandemia de coronavírus e as recentes revelações a respeito do seu imposto de renda. Já Biden criticou a política ambiental de Trump e citou o Brasil, dizendo que a "floresta tropical" no país está sendo destruída.

A política sobre mudanças climáticas, que viraram tema de campanha com as recentes queimadas na Costa Oeste dos EUA, foi um dos últimos tópicos do debate. Biden se comprometeu a recolocar os Estados Unidos no acordo climático de Paris e citou o Brasil. "A floresta tropical do Brasil está sendo derrubada", disse Biden. O democrata prometeu se juntar com países para oferecer fundos para proteger a floresta e sugeriu que iria apresentar a solução e dizer "parem de demolir a floresta e, se não o fizerem, haverá consequências significativas", disse Biden, sem mencionar o governo brasileiro.

Trump criticou a gestão ambiental do governo Obama e acusou Biden de apoiar o plano ambiental conhecido como "Green New Deal", defendido pelas estrelas da esquerda americana: senador Bernie Sanders e deputada Alexandria Ocasio-Cortez. Biden negou apoiar a proposta e disse que tem o seu próprio plano ambiental.

O democrata usou o debate para se desvincular de outras ideias que os republicanos têm tentado relacionar a ele, como a plataforma para tirar recursos da polícia. "Eu me oponho totalmente a tirar os recursos da polícia. Policiais precisam de mais assistência", disse o democrata, que acusou Trump de ser racista.

Trump e os republicanos têm dito que Biden apoia a ideia de tirar recursos da polícia, um dos pedidos de manifestantes antirracismo que protestam desde o fim de maio no país. Trump acusou prefeitos da "esquerda radical" de gerarem o caos no país ao não aceitarem ajuda federal para conter protestos. "As pessoas desse país demandam lei e ordem e você tem medo até de dizer essas palavras", disse Trump a Biden. O presidente foi questionado pelo moderador se iria criticar os supremacistas brancos, mas se esquivou ao dizer que "tudo o que vê" de problemas vem da esquerda.

Trump insistiu que Biden está há quase 50 anos na política sem promover mudanças e que o seu próprio governo foi o melhor da história americana. O presidente foi o responsável pela maioria das interrupções e foi repreendido pelo moderador, Chris Wallace, várias vezes. Biden chamou Trump de idiota, palhaço, mentiroso, racista, pior presidente da história e em uma das interrupções pediu: "Por que você não se cala, cara?".

O democrata levantou a questão sobre a recente revelação do jornal The New York Times de que Trump não pagou imposto de renda em 11 dos últimos 18 anos analisados e em 2016 pagou apenas US$ 750 ao fisco. Questionado pelo moderador, Trump disse que paga "milhões", e se esquivou de mais detalhes. "Eu paguei milhões de dólares em imposto de renda. Eu paguei US$ 38 milhões em um ano", disse Trump, sem explicar o conteúdo das revelações do jornal. "Mostre seu imposto de renda", rebateu Biden, que divulgou suas declarações ao fisco horas antes do debate.

Trump buscou puxar o debate sobre as discussões a respeito da economia e acusou Biden de querer "paralisar" novamente o país como medida de contenção do coronavírus. "Fechamos a economia e estamos reabrindo e estamos fazendo negócios de forma recorde. Ele vai paralisar de novo, ele vai destruir esse país", afirmou Trump.

Já Biden atacou a gestão do presidente durante a pandemia de coronavírus, uma das principais plataformas de campanha do democrata e um calcanhar de Aquiles na campanha republicana, pois a maioria dos eleitores reprova a resposta de Trump à crise de saúde. "Ele sabia desde fevereiro quão sério isso era, sabia que era mortal. O que ele fez? Ele disse que não queria criar pânico. Ele entrou em pânico", disse Biden. "Quantos de vocês acordaram essa manhã e tiveram uma cadeira vazia na mesa da cozinha de alguém que morreu de covid?", afirmou o democrata.

Ao falarem sobre a nomeação à Suprema Corte às vésperas da eleição, Biden novamente puxou a discussão para o fato de a indicada por Trump, Amy Coney Barrett, ter se posicionado de maneira crítica ao Obamacare, a reforma do sistema de saúde feita durante o mandato de Obama. Trump defendeu a possibilidade de nomear a indicada: "eu não sou eleito para três anos, fui eleito para quatro anos".

Trump não se comprometeu a pedir calma aos eleitores e a esperar o fim da contagem das cédulas antes da declaração de vitória e novamente disse que há problema com o voto pelo correio. "Estou pedindo aos eleitores que vão às urnas e observem muito atentamente", disse o presidente, que vem sugerindo sem evidências de que há fraude na eleição. Ele também disse esperar que a Suprema Corte analise questões sobre as cédulas.

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