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Eleição nos EUA leva OMC a adiar escolha de nova diretora

Eleição nos EUA leva OMC a adiar escolha de nova diretora

Governo Trump se recusou a apoiar ex-ministra das Finanças nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala; opções seriam discutidas na segunda (9), mas entidade adiou reunião

Publicado em 6 de novembro de 2020 às 20:01

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Votos da eleição presidencial dos Estados Unidos ainda chegam por via postal
Votos da eleição presidencial dos Estados Unidos ainda chegam por via postal. (BRYNN ANDERSON/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)

Com a apuração da eleição americana apontando para uma possível vitória do candidato democrata, Joe Biden, a OMC (Organização Mundial do Comércio) adiou nesta sexta (6) a reunião que discutiria a escolha de sua nova diretora-geral, prevista para segunda (9).

A reunião havia sido convocada depois que o governo de Donald Trump se recusou a apoiar a ex-ministra das Finanças nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala, candidata preferida pela maioria dos 164 países membros da OMC.

Dezenas de governos se pronunciaram contra a posição americana no final de outubro, afirmando que os Estados Unidos estavam tentando obstruir e enfraquecer a organização que regulamenta o comércio internacional.

As candidatas finalistas para dirigir a OMC, a ministra do Comércio sul-coreana, Yoo Myung-hee, e a ex-ministra das Finanças da Nigéria Ngozi Okonjo-Iweala Fabrice Coffrini - 7.out.2020/AFP rosto de duas mulheres, uma coreana, de cabelos lisos médios, e outra nigeriana, negra, de óculos e turbante azul ** Os EUA já haviam paralisado o principal tribunal de soluções de controvérsias da OMC, o chamado Órgão de Apelação, ao bloquear a indicação de ministros. Trump se queixa de que a OMC privilegia a China e é injusta com os Estados Unidos.

Com a recusa de Trump em apoiar Ngozi Okonjo-Iweala, a OMC tinha escolhas difíceis pela frente, já que as decisões no órgão são tomadas por consenso.

A maioria dos membros não está disposta a apoiar a ministra do comércio internacional da Coreia do Sul, Yoo Myung-Hee, que tem o apoio de Trump, o que poderia abrir caminho para uma eleição, em que o próximo diretor-geral seria escolhido por maioria qualificada.

Seria uma ação inédita, porém, e poderia aumentar ainda mais os atritos dos Estados Unidos com a OMC.

Outra opção, se não conseguir convencer o atual representante americano a aceitar a ex-ministra nigeriana, é até 20 de janeiro, quando acontece a posse de Joe Biden, caso sua eleição seja confirmada.

Embora o democrata não tenha dado declarações sobre a escolha para a direção-geral da OMC, ele já deixou claro que valoriza as instituições multilaterais, e espera-se no mínimo mais diálogo.

Durante a campanha eleitoral, o consultor de política externa do candidato democrata defendeu a reparação de "relações comerciais e econômicas que estavam em desordem".

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