Publicado em 18 de outubro de 2024 às 18:35
As tropas de Israel perseguiram por mais de um ano o líder do Hamas, que desapareceu em Gaza logo após ter orquestrado os ataques de 7 de outubro do ano passado.>
Dizem que Yahya Sinwar, de 61 anos, passou a maior parte do tempo escondido nos túneis sob a Faixa de Gaza, junto a um grupo de guarda-costas e um "escudo humano" de reféns capturados em Israel.>
Mas, por fim, parece que ele foi morto durante um encontro por acaso com uma patrulha israelense no sul de Gaza. O grupo de guarda-costas dele era pequeno. Nenhum refém foi encontrado.>
Os detalhes ainda estão vindo à tona, mas aqui está o que sabemos até agora sobre o assassinato de Sinwar.>
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As Forças de Defesa de Israel (FDI) informaram que uma unidade da 828ª Brigada Bislamach estava patrulhando Tal al-Sultan, uma área de Rafah, na quarta-feira (16/10).>
Três combatentes foram identificados e atacados pelas tropas israelenses — todos foram mortos.>
Naquele momento, nada parecia particularmente notável no confronto, e os soldados só voltaram ao local na manhã de quinta-feira (17/10).>
Foi então que, enquanto eles inspecionavam os corpos, descobriu-se que um dos mortos tinha uma semelhança impressionante com o líder do Hamas.>
O cadáver permaneceu no local, no entanto, devido à suspeita de armadilhas — em vez de transportá-lo, parte de um dedo foi removida e enviada a Israel para testes.>
O corpo dele foi finalmente retirado e levado para Israel no fim daquele dia, quando a área foi considerada segura.>
Daniel Hagari, porta-voz das FDI, disse que suas forças "não sabiam que ele estava lá, mas continuaram a operar".>
Segundo ele, os soldados identificaram os três homens que corriam de casa em casa, e os confrontaram antes que se separassem.>
O homem identificado como Sinwar "correu sozinho para um dos prédios", e foi morto após ser localizado com ajuda de um drone.>
Nenhum dos reféns que Sinwar estaria usando como escudo humano estava presente, e sua pequena comitiva sugere que ele estava tentando passar despercebido ou que havia perdido muitos daqueles que o protegiam.>
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, declarou: "Sinwar morreu enquanto era atacado, perseguido e fugia — ele não morreu como um comandante, mas como alguém que só se preocupava consigo mesmo. Esta é uma mensagem clara para todos os nossos inimigos".>
Imagens de drones divulgadas pelos militares israelenses na noite de quinta-feira mostram supostamente os momentos finais de Sinwar antes de ser morto.>
O vídeo parece ter sido filmado por um drone voando pela janela aberta de um prédio quase destruído.>
Ele se aproxima de um homem, com a cabeça coberta, sentado em uma poltrona no primeiro andar de uma casa repleta de escombros.>
O homem, que parece estar ferido, atira então o que parece ser um pedaço de pau no drone, e o vídeo termina.>
Israel anunciou pela primeira vez que estava "investigando a possibilidade" de Sinwar ter sido morto em Gaza na tarde de quinta-feira.>
Poucos minutos após o anúncio, fotos publicadas nas redes sociais mostravam o corpo de um homem com características muito semelhantes às do líder do Hamas, que havia sofrido ferimentos catastróficos na cabeça. As imagens são muito fortes para serem republicadas.>
No entanto, as autoridades advertiram que "neste momento" a identidade de qualquer um dos três homens mortos não podia ser confirmada.>
Pouco tempo depois, fontes israelenses disseram à BBC que as autoridades estavam "cada vez mais confiantes" de que o haviam matado. Mas afirmaram que todos os testes necessários deveriam ser realizados antes de a morte poder ser confirmada.>
Esses testes não demoraram muito. Na noite de quinta-feira, Israel anunciou que eles haviam sido concluídos, e que Sinwar foi confirmado como "eliminado".>
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que o "mal" havia sofrido um "duro golpe", mas alertou que a guerra de Israel em Gaza não havia terminado.>
Embora Sinwar não tenha sido morto durante uma operação direcionada, as FDI disseram que vinham operando há semanas em áreas onde a inteligência indicava sua presença.>
Em resumo, as forças israelenses haviam limitado a localização aproximada de Sinwar à cidade de Rafah, no sul do país, e estavam avançando lentamente para encontrá-lo.>
Sinwar estava fugindo há mais de um ano. Sem dúvida, ele sentiu a pressão israelense aumentar à medida que outros líderes do Hamas, como Mohammad Dief e Ismail Haniyeh, eram mortos, e que Israel destruía a infraestrutura que ele havia usado para cometer as atrocidades de 7 de outubro do ano passado.>
Em um comunicado, as FDI disseram que suas operações nas últimas semanas no sul "restringiram o movimento operacional de Yahya Sinwar, enquanto ele era perseguido por suas forças, e levou à sua eliminação".>
Matar Sinwar era um dos principais objetivos de Israel desde os ataques de 7 de outubro do ano passado. Mas sua morte não põe fim à guerra em Gaza.>
Embora Netanyahu tenha dito que havia "acertado as contas", ele insistiu que a guerra continuaria — sobretudo, para salvar os 101 reféns ainda mantidos pelo Hamas. >
"Para as estimadas famílias dos reféns, eu digo: Este é um momento importante na guerra. Continuaremos com força total até que todos os seus entes queridos, nossos entes queridos, estejam em casa".>
Em Israel, algumas famílias disseram esperar agora que um acordo de cessar-fogo, que leve os reféns de volta para casa, possa ser alcançado.>
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