Publicado em 26 de março de 2025 às 12:41
- Atualizado há 9 meses
Jair Bolsonaro (PL) é o primeiro ex-presidente brasileiro a virar réu sob a acusação de liderar uma tentativa de golpe de Estado.>
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu aceitar a denúncia contra ele e outros sete ex-integrantes do seu governo, sendo três generais do Exército — Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa), Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil).>
Eles fariam parte do que a Procuradoria-Geral da República (PGR) chamou de núcleo crucial de uma trama golpista contra a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. Todos negam as acusações.>
Os ministros Alexandre de Moraes (relator do caso), Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia e o presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin, votaram pela aceitação da denúncia nesta quarta-feira (26/3).>
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Em seu voto, Moraes defendeu que a "peça acusatória da PGR apresentou em relação aos oito denunciados os indícios que possibilitam a instalação da ação penal". >
O ministro apresentou um vídeo com imagens dos atos golpistas de 8 de janeiro, acrescentando um tom emocional para o julgamento. A gravação tinha também imagens anteriores aos atos, dos acampamentos no Quartel General do Exército e a ameaça de bomba no aeroporto de Brasília no final de 2022.>
Segundo o ministro, as imagens demonstram que a invasão das sedes dos Três Poderes não foi uma manifestação pacífica, como alguns argumentam.>
"Temos a tendência infelizmente de ir esquecendo. E as pessoas de boa-fé que têm esse viés de positividade acabam sendo enganadas pelas pessoas de má-fé que, com notícias fraudulentas e com milícias digitais, passam a querer uma própria narrativa de velhinhas com a Bíblia na mão, de pessoas que estavam passeando, de pessoas que estavam passeando e estavam com batom e foram só passar um batonzinho na estátua", disse o ministro.>
O vídeo trouxe ainda o depoimento de uma policial de que foi jogada no chão no dia 8 de janeiro e ferida com uma barra na cabeça, além de imagens de depredação dos prédios públicos e faixas pedindo intervenção militar.>
"É bom lembrarmos que tivemos tentativa de golpe de Estado violentíssimo. Fogo destruição ao patrimônio público", reforçou Moraes, que classificou o 8 de janeiro como "uma verdadeira guerra campal".>
O ministro Flávio Dino também defendeu que a denúncia fosse aceita pela Primeira Turma do STF. Segundo ele, a denúncia da PGR apresentou elementos que comprovariam a ocorrência de uma tentativa de golpe, inclusive, com o uso da força.>
"Quanto à materialidade (ocorrência), não há dúvida quanto à sua viabilidade [da denúncia]. Exatamente porque houve o ataque ao Supremo, ao Congresso e ao Palácio do Planalto", disse.>
Dino também rebateu a alegação de que a suposta tentativa de golpe não teria gerado nenhuma morte.>
"Se diz também: 'Ah...mas não morreu ninguém'. No dia 1º de abril de 1964 também não morreu ninguém. Mas centenas e milhares morreram depois. Golpe de Estado mata. Não importa se isto é no dia, no mês seguinte ou alguns anos depois", disse o ministro.>
Terceiro a votar, Fux começou lembrando a importância da democracia brasileira após o período de ditadura militar (1964-1985).>
"Nós conquistamos a democracia entre lutas e barricadas", lembrou o ministro.>
Tudo que se volta contra ele [o Estado Democrático de Direiro] é repugnante e absolutamente inaceitável.">
Fux fez críticas às penas aplicadas aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e defendeu que elas devem ser revistas, mas afirmou que, do ponto de vista técnico, a denúncia merece ser recebida.>
"Estamos numa fase para verificação de indícios de autoria. É fase ainda indicial. (Sobre) todas essas digressões (às quais se referiu), vou me reservar para analisar no curso da instrução (do processo)", disse o magistrado.>
Em seu voto, a ministra Cármen Lúcia disse que não haveria dúvidas de que os atos de 8 de janeiro representaram uma tentativa de golpe de Estado e que seria necessário apurar as responsabilidades pelos atos que antecederam esse episódio.>
"É preciso é desenrolar [os fatos] do dia 8 pra trás pra a gente chegar a esta máquina que tentou desmontar a democracia, o que é um fato. Isso não é negado por ninguém em sã consciência. Todo mundo assistiu pelas televisões, pelas redes sociais, de toda forma, o quebra-quebra, e a tentativa de matar o Supremo", disse a ministra.>
Último a votar, Zanin afirmou que a denúncia está longe de ser amparada exclusivamente numa delação premiada.>
"O que se tem aqui são diversos documentos, vídeos, dispositivos, diversos materiais que dão amparo aquilo que foi apresentado pela acusação",>
"Neste momento também considero que há materialidade, indício de autoria, a ensejar o recebimento integral da denúncia como exposto pelo eminente relator", disse Cristiano Zanin.>
Após a proclamação do resultado, Bolsonaro afirmou em nota que é alvo "da maior perseguição político-judicial da história do Brasil, motivada por inconfessáveis desejos, por vaidades e por claros interesses políticos de impedir que eu participe e ganhe a eleição presidencial de 2026".>
"Me acusam de um crime que jamais cometi – uma suposta tentativa de golpe de Estado. Conversei com auxiliares alternativas políticas para a Nação, mas nunca desejei ou levantei a possibilidade da ruptura democrática. As mudanças nos comandos das Forças Armadas foram feitas sem problemas. Sempre agi nas quatros linhas da Constituição. Sempre!", acrescentou.>
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Bolsonaro acompanhou o segundo dia de julgamento no gabinete de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).>
No primeiro dia, compareceu ao STF para acompanhar pessoalmente ao lado de seu advogado Celso Vilard, que criticou a falta de acesso da defesa a todo o conteúdo da investigação da Polícia Federal (PF) e questionou a legalidade da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do Bolsonaro.>
Ele contestou a versão da PGR de que seu cliente teria liderado uma tentativa de golpe de Estado que culminou nos ataques de 8 de janeiro de 2023 às sedes dos Três Poderes.>
Um dos argumentos do advogado é que o ex-presidente autorizou que o comando do Exército fosse passado a um general indicado por Lula antes mesmo da posse do petista, no final de dezembro de 2022.>
"Entendo a gravidade de tudo que aconteceu no 8 de janeiro, mas não é possível que se queira imputar a responsabilidade ao Presidente da República [Bolsonaro] o colocando como líder de uma organização criminosa quando ele não participou dessa questão do 8 de janeiro. Pelo contrário, ela a repudiou", afirmou Vilard.>
Com a abertura do processo, Bolsonaro e os outros sete réus responderão a acusações por cinco crimes: golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.>
Caso Bolsonaro seja condenado por todos os crimes, as penas máximas somadas podem superar 40 anos de prisão, já que ele é acusado de liderar a suposta organização criminosa. No Brasil, penas acima de 8 anos começam a ser cumpridas em regime fechado.>
Além dos ex-presidente e três generais, vão responder ao processo Almir Garnier Santos (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin) e Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro que fechou um acordo de delação premiada).>
Segundo PGR, eles formavam o núcleo de onde teriam partido as principais decisões e ações — o STF ainda vai avaliar a abertura de processos contra outros três núcleos, com mais 26 denunciados.>
Para a acusação, o plano para manter Bolsonaro no poder teria começado com ataques infundados à segurança das urnas eletrônicas em 2021 e evoluído para minutas que abririam caminho para o golpe de Estado, um plano para matar Lula e pressões sobre as Forças Armadas para executar o golpe, culminando no 8 de janeiro de 2023. >
A defesa do ex-presidente, ao negar os crimes, ressaltou que Bolsonaro estava fora do país, morando nos Estados Unidos, quando apoiadores radicais vandalizaram os principais edifícios da República.>
É justamente no processo criminal que as duas partes tentarão convencer o STF sobre suas versões.>
Ao longo dos próximos meses, o processo vai mobilizar militares de alta patente e autoridades, convocados como testemunha.>
A PGR já apontou na denúncia que deseja ouvir, por exemplo, o general Marco Antonio Freire Gomes e o tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, que eram, respectivamente, os comandantes do Exército e da Aeronáutica no governo Bolsonaro e teriam recusado a proposta de um golpe.>
Os dois também já foram apontados como testemunha de defesa pelo ex-presidente, além do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que foi seu ministro da Infraestrutura, e outros ex-integrantes do governo.>
Nos bastidores de Brasília, a expectativa é que o processo seja concluído ainda neste ano, o que gera controvérsia entre juristas. Bolsonaro, por sua vez, tem se queixado da celeridade do andamento do caso.>
Para o professor de Direito Processual Penal da USP Gustavo Badaró, os prognósticos do ex-presidente no STF não são bons, considerando as centenas de condenações já proferidas pela Corte por tentativa de golpe de Estado e outros crimes nos processos do 8 de janeiro, com penas que chegam a 17 anos de prisão.>
Por outro lado, ele considera que o vínculo de Bolsonaro com os ataques às sedes dos Três Poderes é o ponto mais sensível da denúncia, já que o ex-presidente estava fora do país.>
"Acho que esse vai ser o grande ponto de questionamento da defesa do Bolsonaro. Já a acusação vai tentar mostrar que, apesar de Bolsonaro não ter participado do 8 de janeiro, indiretamente todos os atos dele acabaram induzindo e levando a esse resultado final", analisa.>
O próprio ex-presidente tem se mostrado pessimista com seu futuro no STF. Ele articula no Congresso a aprovação de uma lei de anistia que perdoaria todos os condenados por atos relacionados ao 8 de janeiro de 2023, mas não há ainda confirmação de votação da proposta.>
Em ato pela anistia realizado em 16 de março, no Rio de Janeiro, Bolsonaro reconheceu o risco de receber uma pena elevada.>
"O que eles querem? É uma condenação. Se é 17 anos de prisão para as pessoas humildes, é para justificar 28 anos para mim", disse sobre um caminhão de som, na orla de Copacabana.>
Entenda a seguir o que acontece agora no processo contra Bolsonaro.>
O processo criminal terá três fases, explicou à reportagem a criminalista Marina Coelho Araújo, professora do Insper e vice-presidente do Instituto dos Advogados de São Paulo.>
A primeira é a instrução criminal, em que serão produzidas as provas do processo — que poderão confirmar a acusação ou comprovar a inocência dos réus.>
Nessa fase, exemplifica, podem ser realizadas perícias, quebras de sigilo, inclusão de documentos, assim como o depoimento das testemunhas indicadas pela acusação e pela defesa.>
Depois da instrução criminal, na segunda fase, será realizado o interrogatório dos réus. Esse é o momento de defesa pessoal dos acusados, ressalta a professora, em que eles têm direito a permanecerem calados, se preferirem.>
"Depois que as provas foram produzidas, o réu vai dizer qual é a versão dele para tudo isso", resume.>
E a terceira fase é a das alegações finais, em que a PGR e os advogados dos réus apresentam seus memoriais fundamentando seus pedidos por condenação ou absolvição.>
A acusação se manifesta primeiro e, em seguida, a defesa tem a palavra final.>
Concluídas as três fases, o relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, vai produzir seu voto e liberar o caso para que seja marcado o julgamento na Primeira Turma.>
Como o caso já tramita na mais alta instância do Judiciário, há poucas possibilidades de recursos dentro do próprio STF.>
Após eventuais recursos, caso Bolsonaro seja condenado e receba uma pena superior a 8 anos de prisão, ele será preso em regime fechado.>
A PGR já apontou, no momento da denúncia, seis testemunhas de acusação, incluindo o general Marco Antonio Freire Gomes e o tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, que eram, respectivamente, os comandantes do Exército e da Aeronáutica no governo Bolsonaro.>
Em depoimento à Polícia Federal, durante as investigações, eles disseram que Bolsonaro lhes apresentou minutas golpistas, mas que eles se recusaram a participar do plano.>
Além disso, a PGR indicou o governador do Distrito Federal, Ibanês Rocha, que poderá falar sobre o esquema de segurança do 8 de janeiro, e dois servidores que serão ouvidos sobre o suposto uso da Polícia Rodoviária Federal para dificultar a circulação de ônibus no segundo turno da eleição em redutos eleitorais de Lula.>
A sexta testemunha é Éder Balbino, que teria sido contratado pelo Instituto Voto Legal para ajudar na formulação de um relatório questionando a integridade das urnas, encomendado pelo PL, partido de Bolsonaro. Balbino, porém, não teria, ao final, apoiado as conclusões do documento.>
Bolsonaro, por sua vez, já apontou 13 testemunhas, quando apresentou sua defesa, incluindo também Freire Gomes e Baptista Junior.>
A lista tem ainda o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que foi seu ministro da Infraestrutura, além de outros ex-integrantes do governo, como o ex-vice-presidente e hoje senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), além dos ex-ministros e hoje senadores Rogério Marinho (PL-RN) e Ciro Nogueira (PP-PI).>
Outro militar na lista é o coronel Wagner Oliveira da Silva, que representava a Aeronáutica na comissão do Ministério da Defesa que acompanhou a apuração dos votos das eleições de 2022 no TSE.>
Cada réu pode indicar até oito testemunhas para cada um dos cinco crimes dos quais são acusados, somando 40 pessoas, mas é incomum que sejam arrolados tantos depoentes assim.>
Não há um prazo certo para a duração de um processo e juristas ouvidos pela reportagem divergem sobre quanto tempo pode levar até o julgamento do ex-presidente.>
Bolsonaro, por sua vez, reclama que o STF estaria julgando o seu caso com pressa.>
Após o presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin, marcar o julgamento da denúncia para 25 e 26 de março, o ex-presidente fez um post na rede social X.>
"Um inquérito repleto de problemas e irregularidades contra mim e outras 33 pessoas está indo a julgamento em apenas 1 ano e 1 mês (de 8 de fevereiro de 2024 a 25 de março de 2025). É impressionante!", reclamou, no post.>
"Parece que o devido processo legal, por aqui, funciona na velocidade da luz", ironizou ainda, após citar estatísticas sobre a lentidão do Judiciário brasileiro.>
Nos bastidores de Brasília, há uma expectativa de que o STF encerre o julgamento ainda em 2025, para evitar que o desfecho do processo ocorra próximo à eleição presidencial de outubro de 2026.>
Independentemente do resultado, Bolsonaro já está impedido de disputar o pleito por duas condenações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Uma delas devido ao uso da Palácio da Alvorada para convocar diplomatas estrangeiros e atacar o sistema de votação eletrônico. E outra por uso político das comemorações da Independência, no feriado de 7 de setembro de 2022, em plena campanha eleitoral.>
Para o doutor em Direito Processual Penal e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Aury Lopes, o processo contra Bolsonaro tem complexidade para se estender para 2026.>
Ele ressalta que a PGR fatiou o caso em cinco denúncias com quatro núcleos, e que esses julgamentos também vão consumir tempo da Corte.>
Além do núcleo 1, de Bolsonaro, o STF já marcou também a análise das denúncias contra o núcleo 2 (29 e 30 de abril) e núcleo 3 (em 8 e 9 de abril).>
"Numa situação normal de temperatura e pressão, eu te diria que [o julgamento do núcleo de Bolsonaro] é um processo para demorar dois anos até uma sentença", disse em entrevista à BBC News Brasil em fevereiro, quando a denúncia foi apresentada.>
Já a professora do Insper Mariana Coelho Araújo considera razoável que o caso seja julgado ainda em 2025. Ela nota que o andamento dos processos criminais tem se tornado mais célere no Brasil por dois fatores: amadurecimento de mudanças no rito processual que ocorreram em 2008 e os efeitos da pandemia da covid-19, com procedimentos virtuais mais ágeis.>
"Hoje, os processos penais tendem a durar muito menos do que duravam cinco anos atrás. É uma realidade", afirma.>
Para o professor de Direito Processual Penal da USP Gustavo Badaró, o processo pode ser concluído este ano, a depender do número de testemunhas a serem ouvidas.>
Ele ressalta que o STF conta com juízes de instrução para auxiliar os ministros na condução dos processos. Além disso, o relator do caso, Alexandre de Moraes, pode também solicitar que juízes espalhados pelo Brasil ouçam testemunhas que não moram em Brasília.>
"É claro que essa busca por uma maior celeridade não pode suprimir garantias [dos réus]. A Constituição diz que o processo tem que terminar num prazo razoável. Não estabelece um prazo fixo. Um ano, se forem respeitadas as garantias, é um bom prazo", afirmou Badaró.>
O professor a USP, porém, considera negativo que a celeridade seja motivada por razões políticas e aponta o risco de isso afetar a credibilidade do Supremo.>
Ele nota que a Corte já sofre questionamentos por outros pontos controversos dos processos relacionados ao 8 de janeiro, como a decisão de julgar pessoas sem foro privilegiado no STF. >
A Corte, porém, recusou pedidos da defesa de Bolsonaro e dos demais acusados para mudar a instância de julgamento. >
"Há um ditado da Justiça inglesa, e que a Corte Europeia de Direitos Humanos reproduz muito quando ela trata da imparcialidade judicial, que diz: 'Não basta ser imparcial, você também tem que parecer imparcial para que a sociedade acredite que a Justiça está sendo feita'", destaca.>
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