Publicado em 4 de julho de 2019 às 18:18
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (4) que nem o presidente francês, Emmanuel Macron, nem a chanceler alemã, Angela Merkel, têm autoridade para discutir políticas de meio ambiente para o Brasil.>
Em café da manhã com a bancada ruralista, disse que os presidentes brasileiros anteriores a ele criaram uma imagem negativa do país no exterior e que tem tentado alterar a maneira como o Brasil se posiciona diante do mundo.>
"Eles não têm autoridade para vir discutir essa questão conosco. Mudou a maneira do Brasil se portar perante o mundo", disse. "Com a conivência de chefes de Estado, foi feito com que o Brasil tivesse um péssimo conceito de meio ambiente lá fora.">
O desmatamento na Amazônia no mês de junho foi cerca de 57% maior do que no mesmo mês do ano passado, segundo dados do Deter, sistema de alertas de desmatamento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).>
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Os dados do mês passado, por enquanto, só vão até o dia 28 -o que ainda pode causar alterações no crescimento da taxa de desmate. No mês de junho, foram desmatados cerca de 769 km², segundo o Deter. Em 2018, o valor era de aproximadamente 488 km².>
Bolsonaro disse ainda que, ao procurá-lo durante o encontro do G20, Macron e Merkel acreditavam estar tratando com governos anteriores e que políticas de demarcação de terras indígenas e ampliação de áreas ambientais dificultavam o progresso da economia brasileira.>
"Esses dois em especial [Macron e Merkel] achavam que estavam tratando com governos anteriores, que, após reuniões como essa, vinham para cá, demarcavam dezenas de áreas indígenas e quilombolas, ampliavam área de proteção. Ou seja, dificultavam cada vez mais nosso progresso aqui no Brasil", disse.>
O presidente também afirmou que deu um "rotundo não" ao presidente francês, que o teria procurado, junto ao líder indígena brasileiro Raoni Metuktire, para que o Brasil anunciasse medidas ambientais durante a reunião no Japão.>
"Não reconheço o Raoni como autoridade, uma autoridade aqui no Brasil. Ele é um cidadão, como outro qualquer que nós devemos respeito e consideração. Mas ele não é autoridade", disse.>
Antes do início da cúpula do G20, que reúne as 20 maiores economias do mundo, Bolsonaro foi criticado por Macron e Merkel, que expressaram preocupação sobre o desmatamento na Amazônia e o risco de o Brasil deixar o Acordo de Paris.>
O presidente francês chegou a dizer que não assinaria nenhum pacto com o Brasil caso o país deixasse o acordo que trata do combate a mudanças climáticas.>
Depois de vaivéns na agenda dos mandatários, Bolsonaro se encontrou tanto com o líder francês quanto com a chanceler alemã, a quem o presidente brasileiro teria falado sobre a existência de uma "psicose ambientalista" contra o país.>
O presidente se queixou de que os europeus sempre trataram o Brasil de "forma colonialista" em gestões anteriores, querendo ditar regras.>
No encontro no Palácio do Planalto, Bolsonaro afirmou ainda que o governo brasileiro é da bancada ruralista. Ele ressaltou que a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, foi escolhida pela frente parlamentar e que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, é "casado" com ela.>
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