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Após protestos, Rússia desmente necessidade de abstinência de álcool por 42 dias após vacina

Após protestos, Rússia desmente necessidade de abstinência de álcool por 42 dias após vacina

Cerca de 40% da população russa consome álcool em excesso, segundo dados do Ministério da  Saúde

Publicado em 10 de dezembro de 2020 às 19:46

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A vacina russa Sputnik V requer que o paciente fique apenas seis dias sem beber, disse Alexander Gintsburg, diretor do Centro Nacional de Investigação de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleia. "Recomendamos fortemente evitar o álcool por três dias após cada injeção", disse a repórteres nesta quarta-feira, 9. O comunicado do líder do instituto russo que produz a imunização rebate a fala da médica Anna Popova, do Ministério de Saúde russo, que aconselhou a abandonar o álcool por duas semanas antes da vacinação e 42 dias depois.

Especialista exibe amostra da vacina contra Covid-19 chamada Sputnik, produzida em São Petersburgo, Rússia
Especialista exibe amostra da vacina contra Covid-19 chamada Sputnik, produzida em São Petersburgo, Rússia. (REUTERS / Anton Vaganov / Folhapress)

A declaração de Popova teve grande repercussão num país em que o consumo por álcool é elevado, e gerou protestos nas redes sociais por toda a Rússia.  Segundo relatório de 2010 do Ministério de Saúde da Rússia, quase 40% dos russos consomem álcool em excesso.

"Uma taça de champanhe não machuca ninguém, disse Gintsburg, que destaca que o consumo excessivo de álcool, por outro lado, pode suprimir o sistema imunológico e tornar a Sputnik V como uma vacina inútil.

"Esta é apenas uma limitação razoável de consumo até que o corpo tenha formado sua própria resposta imunológica à infecção por coronavírus", disse o cientista. "E isso é verdade não apenas para o Sputnik V, mas para qualquer outra vacina".

Gintsburg também desaconselha o uso de medicamentos que suprimem o sistema imunológico. "Todas essas são recomendações padrão para a vacinação a fim de atingir sua eficácia máxima", enfatizou.

O Kremlin oferece vacina grátis aos russos, ainda céticos sobre a eficácia. Um levantamento em outubro feito pelo Levada Center, instituto de pesquisas independente, mostrou que mais da metade dos entrevistados, 59%, não receberiam a imunização contra o coronavírus; apenas 27% confiam nos dados oficiais sobre a covid-19 no país.

A Rússia informou na quarta-feira 26.190 novos casos de coronavírus nas últimas 24 horas, incluindo 5.145 em Moscou, elevando o total nacional para 2.541.199 desde que a pandemia começou. Autoridades disseram que 559 morreram nas últimas 24 horas, empurrando o número oficial de mortos para 44.718.

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